O tradutor como testemunha
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n3p226Resumo
A narrativa testemunhal convoca o leitor de maneira peculiar, pois sua responsabilidade de escuta (Jeanne Marie Gagnebin) o obriga a se posicionar, através de uma leitura profunda, dentro de uma witness-community (Lina Insana) que garante a transmissão da narração. E como o leitor, o tradutor. Levando em conta aspectos narrativos e estilísticos da literatura testemunhal, é possível traçar uma proposta que visa enriquecer a ética e a prática de sua tradução identificando no ouvinte/leitor/tradutor uma testemunha. Ao mesmo tempo, são lançados interrogativos úteis à tradução em geral, aqui considerada, seguindo Henri Meschonnic, como relação entre dois textos. A reflexão é conduzida a partir da análise de problemáticas e cenas de tradução na obra Se questo è un uomo de Primo Levi, sobrevivente de Auschwitz e hoje considerado um grande escritor do século XX.
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