O tradutor como testemunha

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n3p226

Abstract

A narrativa testemunhal convoca o leitor de maneira peculiar, pois sua responsabilidade de escuta (Jeanne Marie Gagnebin) o obriga a se posicionar, através de uma leitura profunda, dentro de uma witness-community (Lina Insana) que garante a transmissão da narração. E como o leitor, o tradutor. Levando em conta aspectos narrativos e estilísticos da literatura testemunhal, é possível traçar uma proposta que visa enriquecer a ética e a prática de sua tradução identificando no ouvinte/leitor/tradutor uma testemunha. Ao mesmo tempo, são lançados interrogativos úteis à tradução em geral, aqui considerada, seguindo Henri Meschonnic, como relação entre dois textos. A reflexão é conduzida a partir da análise de problemáticas e cenas de tradução na obra Se questo è un uomo de Primo Levi, sobrevivente de Auschwitz e hoje considerado um grande escritor do século XX.

 

Autor/innen-Biografie

Anna Basevi, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

Graduação em Literaturas Estrangeiras Modernas, Universidade La Sapienza de Roma; Doutorado em Letras Neolatinas, UFRJ; professora de italiano no Instituto Italiano de Cultura do RJ; atualmente Pós-Doutorado com Bolsa Faperj-nota 10 (UERJ)

Literaturhinweise

ALIGHIERI, Dante. A divina comédia. Inferno. Trad. Ítalo Eugênio Mauro. S.Paulo: Editora 34, 1999.

ANTELME, Robert. L´espèce humaine. Paris: Gallimard, 2010.

DERRIDA, L´istante della mia morte. Aut-aut, [S.L], n.267-8, 1995.

FERRERO, Ernesto. Primo Levi, la vita, le opere. Torino: Einaudi, 2007.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar, escrever, esquecer. S.Paulo: Editora 34, 2006.

GORDON, Robert S.C. Primo Levi: le virtù dell´uomo normale. Roma: Carocci, 2003.

INSANA, Lina N. Ardous tasks. Primo Levi, translation and the transmission of holocaust testimony. Toronto: University of Toronto Press Incorporated, 2009.

LEVI, Primo. Se questo è un uomo (Notas de Alberto Cavaglion).Torino: Einaudi, 2012.

___________ É isto um homem?.Trad. Luigi Del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 1988.

___________ Se questo è un uomo (versão dramática de Pieralberto Marché e Primo Levi). Torino: Einaudi, 2010.

___________ La tregua. Torino: Einaudi, 1997.

___________ A trégua . Trad. Marco Lucchesi. São Paulo: Companhia das letras, 1997.

___________ I sommersi e i salvati. Torino: Einaudi, 2007.

___________ Os afogados e os sobreviventes. Trad. Luis Sérgio Henriques. São Paulo: Paz e terra, 2004.

___________ Tutti i racconti. Torino: Einaudi, 2005.

___________ 71 contos de Primo Levi. Trad. Maurício Santana Dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

__________ A tabela periódica. Trad. Luis Sérgio Henriques. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

___________ Opere, vol 1 e 2. (Org. Marco Belpoliti). Torino: Einaudi, 1997.

___________ Letters Primo Levi-Heinz Riedt. Ian Thomson collection, fasc.1406/2/22, Wiener Library, London.

MENGALDO, Pier Vincenzo. Lingua e scrittura in Levi. In: FERRERO, Ernesto (Org.). Primo Levi: un´antologia della critica. Torino: Einaudi, 1997, pp. 169-242.

________________________ La vendetta è il racconto. Torino: Bollati Boringhieri, 2007.

MESCHONNIC, Henri. Poétique du traduire. Paris, Verdier, 1999.

SCARPA, Domenico. Leggere in italiano, ricopiare in inglese. In: GOLDSTEIN, Ann. SCARPA, Domenico. In un´altra lingua. (Lezione Primo Levi). Torino: Einaudi, 2015.

__________________ Chiaro/scuro. In: BELPOLITI, Marco (Org). Primo Levi. Riga, n.13. Milano: Marcos y Marcos, 1991.

SEMPRUN, Jorge. Le grand voyage. Paris: Folio, 1990.

_______________ L’écriture ou la vie. Paris: Gallimard, 1994.

WIESEL, Elie. Prefáce. In: _________ La nuit. Paris: Les éditions de minuit, 2007.

____________ A noite. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

Veröffentlicht

2018-09-12

Zitationsvorschlag

Basevi, A. (2018). O tradutor como testemunha. Cadernos De Tradução, 38(3), 226–243. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n3p226