Filosofia e tradução: o caso especial do alemão

Autores

  • Theo Harden Universidade de Brasília (UnB). Brasília, Distrito Federal

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n2p16

Resumo

Os textos filosóficos, por vários motivos, um deles provavelmente sendo sua alegada obscuridade, não têm um lugar eminente nas discussões dentro dos Estudos de Tradução, e as poucas contribuições que existem mostram uma tendência de tratar predomiantemente traduções de textos filosóficos da língua alemã para outras línguas, na maioria dos casos para o inglês. Neste artigo, estes dois aspectos vão ser abordados de dois ângulos: em primeiro lugar são discutidos as supostas caraterísticas dos textos filosóficos, já identificadas por outros autores. Em segundo lugar o foco é uma particularidade da língua alemã: as estruturas verbais descontínuas, ou seja o parêntese sintática (Satzklammer), que é um dos prinçípios fundamentais da estrutura da frase alemã. Este artigo vai propor o argumento que esta especialidade do alemão – muito presente em textos filosóficos – dificulta a tradução e aumenta a incompreensibilidade porque a coesão que ela oferece no original não pode ser transmitida na a tradução, que, desta maneira, fica ainda mais obscura e ambígua do que o original.

Biografia do Autor

Theo Harden, Universidade de Brasília (UnB). Brasília, Distrito Federal

Doutorado em Germanistik und Anglistik pelo Freie Universität Berlin, Alemanha(1982)
Professor Adjunto da Universidade de Brasília , Brasil

Referências

Adorno, Theodor W. “Theodor W. Adorno, Auf die Frage: Was ist deutsch? In: Theodor W. Adorno Gesammelte Schriften. Vol. 10.2. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesesellschaft (2000): 691-70.

Askedal, John Ole. “Überlegungen zum Deutschen als sprachtypologischen ‘Mischtyp’”. In: Deutsch — typologisch, Eds. Ewald Lang and Gisela Zifonun. Institut für deutsche Sprache, Jahrbuch 1995. Berlin: de Gruyter (1996): 369-383.

Blandshard, Brand. On Philosophical Style. Manchester: Manchester University Press, 1967.

Dauzat, Albert. (1940) Le génie de la langue française. Paris: Guénégaud, 1977.

Derrida, Jacques. Torres de Babel. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

Eichinger, Ludwig M. “Ganz natürlich - aber im Rahmen bleiben. Zur Reihenfolge gestufter Adjektivattribute”. Deutsche Sprache 19 (1991): 321-329.

Eichinger, Ludwig M. “Unter anderem Abhängigkeiten. Texte, Sätze, Klammem und der Ort von Valenz und Dependenz In: einer grammatischen Beschreibung des Deutschen”, ln Jahrbuch für Deutsch als Fremdsprache 21 (1995): 209-234.

Eroms, Hans Werner. Syntax der deutschen Sprache. Berlin: de Gruyter, 2000.

Hegel, Georg Wilhelm Friedrich. Phenomenology of Mind. Translated by J. B. Baillie. London: Harper & Row, 1967.

Hegel, Georg Wilhelm Friedrich. Phenomenology of Spirit. Translated by A. V. Miller with analysis of the text and foreword by J. N. Findlay. Oxford: Clarendon Press, 1977.

Hegel, Georg Wilhelm Friedrich. Vorlesungen über die Philosophie der Geschichte. Frankfurt: Suhrkamp, 1999.

Hegel, Georg Wilhelm Friedrich. Lectures on the philosophy of world history.Cambridge: Cambridge University Press, 1975.

Humboldt, Wilhelm von. “Charakter der Sprachen: Poesie und Prosa”. In: Wilhelm von Humboldt: Über die Sprache. Ed. Jürgen Trabant. Tübingen: Francke (1994): 183-200.

Humboldt, Wilhelm von. “Einleitung zu Agamemnon”. In: Clássicos da Teoria da Tradução. Ed. Werner Heidermann. Florianópolis: UFSC (2010): 104-119.

Ingarden, Roman. “On Translations”. In: Ingardenia III. Ed. Ana-Teresa Tymieniecka. Dordrecht: Kluver (1991): 131-192.

Ortega y Gasset, José. “The Misery and Splendour of Translation.” In: Theories of Translation. An Anthology of Essays from Dryden to Derrida. Eds. John Biguenet and Rainer Schulte. Chicago: University of Chicago Press (1992):93-112.

Parks, Gerald. “The Translation of Philosophical Texts”. Rivista internazionale di tecnica della traduzione / International Journal of Translation 8 (2004):1-10.

Rée, Jonathan. “The Translation of Philosophy”, New Literary History 32. 2 (2001): 223-257.

Reiners, Ludwig. Stilkunst. Ein Lehrbuch deutscher Prosa. München: Beck, 1976.

Ronneberger-Sibold, Elke. “Konservative Nominalflexion und ‘klammerndes Verfahren’ im Deutschen”. In: Funktionale Untersuchungen zur deutschen Nominal- und Verbalmorphologie. Ed. Klaus-Michael Kopeke. Berlin: de Gruyter (1994): 115-130.

Thurmair, Maria. “Warten auf das Verb. Die Gedâchtnisrelevanz der Verbklammer im Deutschen”. Jahrbuch für Deutsch als Fremdsprache 17 (1991): 174-202.

Twain, Mark (Clemens, Samuel L.). “The Awful German Language”. In: Mark Twain, A Tramp Abroad. Hartfort, Connecticut: American Publishing Company (1880): 601-618.

Weininger, Markus. A ‘Verbalklammer’: estruturas verbais descontínuas em alemão. Tese de Doutoramento. UFSC, 2000.

Weinrich, Harald. Textgrammatik der deutschen Sprache. Mannheim: Dudenverlag, 1993.

Zwarg, Robert. “Adorno übersetzen oder ‘German is, or was, a Jewish language, too’”. Leipziger Beiträge zur Jüdischen Geschichte und Kultur 9. Sprache, Erkenntnis und Bedeutung – Deutsch In: der jüdischen Wissenskultur. Eds. Arndt Engelhardt and Susanne Zepp. Leipzig (2015): 123-142.

Publicado

11-05-2018

Como Citar

Harden, T. (2018). Filosofia e tradução: o caso especial do alemão. Cadernos De Tradução, 38(2), 16–31. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n2p16

Edição

Seção

Artigos