Da formação comunitária à formação universitária (e vice e versa): novo perfil dos tradutores e intérpretes de língua de sinais no contexto brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35nesp2p78Resumen
Neste artigo, objetiva-se realizar uma discussão sobre o novo perfil de tradutores e intérpretes de língua de sinais que está se constituindo no Brasil a partir das políticas públicas de incentivo à formação deste profissional. Analisa-se, qualitativamente, um questionário semiaberto respondido por alunos de um curso de Bacharelado em Tradução e Interpretação em Libras e Língua Portuguesa de uma universidade federal localizada no Estado de São Paulo. Os resultados apontam para uma busca pela área não mais marcada pela relação prévia com os surdos ou para a diplomação de uma atividade já praticada, mas pela opção de pontuação atribuída na lista de escolha profissional do Sistema de Seleção Unificado (SISU). Isso remonta a hipótese de um novo perfil profissional distinto do das décadas de 1980, 1990 e 2000. Com a visibilidade e disseminação da língua de sinais os ingressantes têm enxergado nesta língua mais uma opção de formação para o mercado profissional. Problematiza-se, então, a necessidade de se promover uma formação que congrega, desde o primeiro ano, sujeitos não falantes da Libras, bem como seus desafios didáticos e pedagógicos na formação e, com isso, na promoção da acessibilidade comunicacional das comunidades surdas brasileiras.
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