Da fôrma às formas: metro, ritmo e tradução do hexâmetro

Autori

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35n2p124

Abstract

No presente artigo, pretendo discutir as possibilidades rítmicas do hexâmetro grego, demonstrando como esse metro, erroneamente reduzido a forma 5da+sp, reflete, na verdade, a articulação de vários cola métricos oriundos de diferentes tradições poéticas que se adequaram à fraseologia da poesia épica. Irei argumentar que as articulações rítmicas do hexâmetro são responsáveis por criar significados não triviais que precisam ser ressaltados na tradução, pois são parte integrante na construção do significado poético. Por fim, irei mostrar, por meio de três exemplos, como uma tradução que atente para a natureza polirrítmica do hexâmetro poderia ser levada a cabo.

Biografia autore

Robert de Brose, Universidade Federal do Ceará Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução

Bacharel em Língua e Literatura Grega, Mestre e Doutor com "Distinção e Louvor" em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo. É membro permanente do Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução (POET) da Universidade Federal do Ceará e líder do Grupo de Pesquisa no CNPq "Tradução e Recepção dos Clássicos". Organizador do selo "Ecos" de tradução para a Editora Substânsia. Atualmente, dedica-se à tradução da obra completa de Píndaro, cujo projeto foi contemplado com o Edital Universal MCTI/CNPQ 2014. É Professor Adjunto de Letras Clássicas da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, Ceará, Brasil.

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Pubblicato

2015-09-29

Come citare

Brose, R. de. (2015). Da fôrma às formas: metro, ritmo e tradução do hexâmetro. Cadernos De Tradução, 35(2), 124–160. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35n2p124

Fascicolo

Sezione

Artigos