O professor homem na Educação Infantil: o que pensam pais, mães e educadoras?
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22n42p480Resumo
A prática docente do homem na Educação Infantil- EI ainda é vista de forma estigmatizada. Diante disso, a presente pesquisa busca analisar a concepção de pais, mães e educadoras de crianças de 24 e 36 meses de idade da cidade de João Pessoa-PB, sobre a presença do professor homem na EI. Foram entrevistados 100 participantes: 40 pais, 40 mães e 20 educadoras. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo proposta por Bardin. Quando considerado o binômio cuidar-educar, 34% dos participantes apresentaram resistência ao fato do educador desempenhar sua função de forma integral, o cuidar e o educar. As educadoras revelaram maior resistência, manifestada em 50%. A associação entre cuidado de crianças pequenas e habilidades naturais femininas se apresenta como entrave à atuação profissional do homem na EI. Destaca-se que a equidade de gênero na EI perpassa pela garantia da liberdade de escolha profissional e por uma vivência infantil em um contexto educacional livre de preconceitos.
Referências
AÇÃO EDUCATIVA. Indicadores da Qualidade na Educação Infantil: dos Projetos Político-Pedagógicos à política educacional. 1ª Ed. São Paulo: Ação Educativa, 2019. Disponível em: https://educacaointegral.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Guia_Indique_Educacao_Infantil.pdf Acesso em 01. jun. 2020.
ALCÂNTARA, Juliana Nascimento de; DIAS, Alfrancio Ferreira; GIVIGI, Rosana Carla do Nascimento. Play at child education: problematizing gender relations in school. Educação (UFSM), Santa Maria, v.44, e20/, p.1-21. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/34607/pdf. Acesso em 20 mar. 2020.
ALVARENGA, Carolina Faria; VIANNA, Cláudia Pereira. Gênero como uma dimensão de qualidade: uma análise do processo de construção dos indicadores de qualidade da educação infantil paulistana. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 20, n. 37, p. 11-26, maio 2018. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/1980-4512.2018v20n37p11. Acesso em 15 jul. 2019.
ARCE, Alessandra. Documentação oficial e o mito da educadora nata na educação infantil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.113, p.167-184, jul. 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742001000200009&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 16 jul. 2015.
AZÚA, Ximena; LILLO, Daniela; SAAVEDRA, Pamela. O desafio de uma educação não sexista na formação inicial: práticas de ensino de educadores da primeira infância em escolas públicas chilenas. Qualidade na educação, Santiago, n. 50, p. 40-82, ago. 2019. Disponível em: https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-45652019000100040&lng=es&nrm=iso. Acesso em 22 jan. 2020.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 14 de jul. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, p. 27894, 23 dez. 1996a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf. Acesso em: 23 de jan. 2015.
CALIL, Regina Célia Ciriano Calil; ARRUDA, Sérgio Luiz Saboya. Discussão da pesquisa qualitativa com ênfase no método clínico. In: Grubits, S.; Noriega, J. A. V. (org.). Método qualitativo: epistemologia, complementariedades e campos de aplicação. São Paulo: Vetor, 2004, p.173-212.
CARMO, Paulo Henrique Barbosa do; ALVARENGA, Patrícia. Práticas educativas coercitivas de mães de diferentes níveis socioeconômicos. Estudos de Psicologia, Natal, v. 17, n.2, p. 191-198. 2012. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812016000300014&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 23 ago. 2016.
CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de; RABAY, Glória. Usos e incompreensões do conceito de gênero no discurso educacional no Brasil. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 119-136, abr. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2015000100119&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 15 jul. 2018.
FINCO, Daniela. Igualdad de género en las instituciones educativas de la primera infancia brasileña. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, Manilazes, v. 13, n. 1, p. 85-96, 2015. Disponível em:
https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4999891. Acesso em: 12 jan 2020.
FONSECA, Paula Fontana. O laço educador-bebê se tece no enodamento entre cuidar, educar e brincar. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 43, n. 4, p. 1555-1568, out. 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-62362018000401555&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 20 jun. 2019.
GARCÍA-PRIETO, Itziar; ARRIAZU-MUÑOS, Rubén. Estereotipos de género én educación infantil: um estúdio de caso desde la perspectiva sociocultural. Zero a Seis, Florianópolis, v. 22, n. 41, p. 04-30, jul. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/1980-4512.2020v22n41p4. Acesso em 15 jul. 2020.
GIACHINI, Alessandra Cristina Bolfe; LEÃO, Andreza Marques de Castro. Relação de gênero na educação infantil: apontamentos da literatura científica. Revista Ibero-America de Estudos em Educação, Araraquara, [S.1], p. 1409-1422, nov. 2016. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/9038. Acesso em: 15 jul. 2019.
GOMES, Vera Lúcia de Oliveira; SILVA, Alcione Leite da; ERN, Edel. O cuidado de crianças em creche: um espaço para a enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 24, n. 2, p. 147, 2003. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/4471/2405. Acesso em 20 jun. 2019.
GONÇALVES, Josiane Peres; PENHA, Natália Ribeiro da. Professor homem na educação infantil: o olhar de acadêmicos e alunos egressos do curso de pedagogia. Zero a Seis, Florianópolis, v. 17, n. 32 p. 170-192, dez, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/1980-4512.2015n31p170. Acesso em 10 jul. 2018.
GONÇALVES, Josiane Peres; FARIA, Adriana Horta de; OLIVEIRA, Leonardo Alves de; SOARES, Pâmela Karoline. Relações de gênero e representações sociais relativas à atuação de homens professores de crianças. Revista Formação Docente, Belo Horizonte, v.7, n.1, p.36-54, 2015. Disponível: https://www.metodista.br/revistas/revistas-izabela/index.php/fdc/article/view/754. Acesso em 10 out. 2019.
GONÇALVES, Josiane Peres. Representações Sociais de Homens Professores Sobre o Trabalho Educativo Desenvolvido Com Crianças. Revista Teoria e Prática da Educação, Maringá, v. 13, n. 3, p. 45-52, dez. 2010. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/TeorPratEduc/article/view/10155. Acesso em 24 jan. 2020.
INEP — Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da educação básica: 2012. Resumo técnico. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2013. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/resumo_tecnico_censo_educacao_basica_2012.pdf. Acesso em 11 fev. 2017.
JAEGER, Angelita Alice; JACQUES, Karine. Masculinidades e docência na educação infantil. Estudos Feministas, Florianópolis, v.25, n. 2 562, p.545-570, ago. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2017000200545&lng=en&nrm=iso. Acesso 13 ago. 2019.
LEW-LEVY, Sheina; BOYETTE, Adam H.; CRITTENDEN, Alyssa N.; HEWLETT, Barry S.; LAMB, Michael E. Gender-Typed and Gender-Segregated Play Among Tanzanian Hadza and Congolese BaYaka Hunter-Gatherer Children and Adolescents. Child Development, v. 91, n.4, p.1284-1301, 2020. Disponível em: https://srcd-onlinelibrary-wiley.ez292.periodicos.capes.gov.br/doi/epdf/10.1111/cdev.13306. Acesso 12 jul. 2020.
LIBEN, Lynn S.; BIGLER, Rebecca S.; KROGH, Holleen R. Language at work: children's gendered interpretations of occupational titles. Child Development, v.73, n.3, p.810-828, 2002. Disponível em: https://srcd-onlinelibrary-wiley.ez292.periodicos.capes.gov.br/doi/epdf/10.1111/1467-8624.00440. Acesso 14 mar. 2015.
LIMA, Camila Rodrigues Neves de Almeida. Gênero, trabalho e cidadania: função igual, tratamento salarial desigual. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v.26, n.3, e47164, out. 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2018000300210&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 15 jun. 2019.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: das afinidades políticas às tensões teórico-metodológicas. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 46, p. 201-218, dez. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982007000200008&lng=en&nrm=iso. Acesso em 23 set. 2017.
MARTINS, Gabriela Dal Forno; VIEIRA, Mauro Luís; SEIDL-DE-MOURA, Maria Lucia; MACARINI, Samira Mafioletti. Crenças e práticas de cuidado entre mães residentes em capitais e pequenas cidades Brasileiras. Psicologia, Reflexão e Critica, Porto Alegre, v. 24, n. 4, p.692-701, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722011000400009&lng=en&nrm=iso. Acesso em 20 out. 2018.
MONTEIRO, Mariana Kubilius; ALTMANN, Helena. Homens na educação infantil: olhares de suspeita e tentativas de segregação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v.44, n.153, p.720-741, set. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742014000300012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 28 jan. 2018.
OLIVEIRA, Maria Aparecida; DONELLI, Tagma Marina Schneider; CHARCZUK, Simone Bica. Cuidar e educar: o sujeito em constituição e o papel do educador. Psicologia Escolar e Educacional, Maringá, v.24, e213679, 2020. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572020000100304&lng=en&nrm=iso. Acesso em 10 jul. 2020.
OLIVEIRA, Rosmari Pereira de; VIVIANI, Luciana Maria. Entre a fralda e a lousa: a questão das identidades docentes em berçários. Revista Portuguesa de Educação, Minho, v.32, n.1, p. 73-90, 2019. Disponível em http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-91872019000100006&lng=pt&nrm=iso. Acessos em 29 jun. 2020.
RABELO, Amanda Oliveira; MARTINS, António Maria. A mulher no magistério brasileiro: um histórico sobre a feminização do Magistério. Anais do VI Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação, p. 6167-6176, 2010. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/266244820_A_MULHER_NO_MAGISTERIO_BRASILEIRO_UM_HISTORICO_SOBRE_A_FEMINIZACAO_DO_MAGISTERIO. Acesso em 04 fev. 2020.
RAUPP, Marilene Dandolini; DURLI, Zenilde; CORAL, Edineia Solange; NEIVERTH, Thaisa. A gestão do curso de especialização em Educação Infantil da UFSC. In: Flôr, Dalânea Cristina; Durli, Zenilde (ogs.). Educação infantil e formação de professores. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2012, p. 17-43.
ROVERI, Fernanda Theodoro. Gênero e diversidades na infância: desafios para a formação docente face ao retrocesso curricular. Laplage em Revista, Sorocaba, v.4, n.Especial, p.115-121, dez. 2018. Disponível em: https://www.laplageemrevista.ufscar.br/index.php/lpg/article/view/589. Acesso em Acesso em 15 jun. 2019.
ROSEMBERG, Fúlvia. Organizações multilaterais, Estado e políticas de educação infantil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 115, p. 25-64, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742002000100002&lng=en&nrm=iso. Acesso em 28 jul. 2015.
SANTOS, Sandro Vinícius Sales dos. A socialização e a educação infantil – um ensaio. Eccos - Revista Cientifica, São Paulo, n. 52, p. 1-18, e10621, jan./mar. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.5585/eccos.n52.10621.
SCIOTTI, Fernanda Ferrari Ruís; PEREZ, Marcia Cristina Argenti; BELLIDO, Luciana Ponce. Ser professora na educação infantil: gênero e docência. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v.14, n. esp 2, p.1569-1579, jul. 2019. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12616/8787. Acesso em 04 fev. 2020.
SILVA, Isabel de Oliveira; LUZ, Iza Rodrigues da. Meninos na educação infantil: o olhar das educadoras sobre a diversidade de gênero. Cadernos Pagu, Campinas, n. 34, p. 17-39, jun. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332010000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 15 abr. 2018.
TEBET, Gabriela Guarnieri de Campos. Formação docente, educação infantil e bebês. Laplage em Revista, Sorocaba, v. 4, n. especial, p.55-70, 2019. Disponível em: https://www.laplageemrevista.ufscar.br/index.php/lpg/article/view/585. Acesso em 10. jun. 2020.
VASCONCELOS, Dalila Castelliano de; SALOMÃO, Nádia Maria Ribeiro. Educadoras de creches: concepções sobre desenvolvimento infantil. Revista Lusófona de Educação, v.33, n.33, p. 81-94, 2016.
VIANNA, Claudia; FINCO, Daniela. Meninas e meninos na Educação Infantil: uma questão de gênero e poder. Cadernos Pagu, Campinas, n. 33, p. 265-283, dez. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332009000200010&lng=en&nrm=iso. Acesso em 10. jun. 2020.
WEISGRAM, Erica S.; BIGLER, Rebeca. S.; LIBEN, Lynn. S.Gender, values, and occupational interests among children, adolescents, and adults. Child Development, v. 81, n.3, p.778-796, 2010. Disponível em: https://srcd-onlinelibrary-wiley.ez292.periodicos.capes.gov.br/doi/epdf/10.1111/j.1467-8624.2010.01433.x. Acesso em 10. fev. 2020.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais referentes aos artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.