Feijão amargo: como a educação infantil olha para os bebês e as crianças migrantes? reflexões sobre infâncias espacializadas e topogêneses
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2025.e105720Schlagworte:
Migração, Infância, Topogênese, Qualidade, Educação InfantilAbstract
Este artigo é fruto de nossas pesquisas envolvendo os bebês e crianças em situações de migrações e refúgios. Busca refletir sobre os princípios da qualidade na Educação Infantil pautado em princípios que reconheçam esse espaço como um local de encontro, onde diversos liames e fronteiras colocam os que ali chegam como a força da potência transformadora e emancipatória da vida humana. Reconhece que o Brasil, apesar de ser um país marcado em sua história pelas muitas forças migratórias que o formaram, nos últimos anos passou a integrar de forma intensa as redes de deslocamentos contemporâneas passando a receber pessoas de diferentes nacionalidades, e as instituições educativas, entre elas a Educação Infantil, passam a ser locais de acolhimentos dessas pessoas. Por isso, faz a defesa que o conceito de qualidade envolva as potencialidades que a vivência pela alteridade e pelos encontros de fronteiras podem ter na promoção da humanidade
Literaturhinweise
ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo (orgs.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. p. 9-23.
ANJOS, Cleriston Izidro dos; SANTOS, Solange Estanislau dos; FERREIRA, Fernando Ilídio. As lutas pela Educação Infantil: políticas, direitos e pedagogias. Zero-A-Seis, [S.L.], v. 19, n. 36, p. 156-165, 18 dez. 2017. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/54496. Acesso em: 11 mar. 2025.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidente da República.
BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Fluxo migratório no Brasil foi de 2,3 milhões de pessoas em 14 anos, aponta Boletim das Migrações. gov.br, Brasília, 10 out. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/noticias/fluxo-migratorio-no-brasil-foi-de-2-3-milhoes-de-pessoas-em-14-anos-aponta-boletim-das-migracoes. Acesso em: 28 jan. 2025.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 1, de 17 de outubro de 2024. Institui as Diretrizes Operacionais Nacionais de Qualidade e Equidade para a Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 out. 2024. Disponível em: https://abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Resolucao-cne-ceb-001-2024-10-17.pdf. Acesso em: 1 fev. 2025.
CASTRO, Gabriela Rodrigues de. "Minha mãe tem um neném na barriga dela, minha irmãzinha; eu nasci na Colômbia, mas ela vai nascer aqui no Brasil": a vivência espacial das crianças venezuelanas na escola Georg Rodenbach de Juiz de Fora - MG. 2025. 145 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2025.
CAMPOS, Maria Malta; BHERING, Eliana Bahia; ESPOSITO, Yara; GIMENES, Nelson; ABUCHAIM, Beatriz; VALLE, Raquel; UNBEHAUM, Sandra. A contribuição da educação infantil de qualidade e seus impactos no início do ensino fundamental. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 1, p. 15-33, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/9QHLwhR6FPBP3wYZbTPV5XM/?lang=pt. Acesso em: 28 jan. 2025.
CORRÊA, Bianca C. Considerações sobre qualidade na educação infantil. Cadernos de Pesquisa, n. 119, p. 85–112, 2003.
COUTO, Mia. A menina sem palavras. São Paulo: Boa Companhia, 2013.
CHAVES, Michael Robinson; HERNANDEZ, Arelis. A fresh wave of migrants is crossing the southern border. Washington Post, Washington, 22 set. 2023. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/nation/interactive/2023/migrant-crossing-texas-border/?itid=ap_michaelrobinsonch%C3%A1vez_7. Acesso em: 28 jan. 2025.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Os delírios da razão: crise do capital e metamorfose conceitual no campo educacional. In: GENTILI, Pablo (org.). Pedagogia da exclusão: crítica ao neoliberalismo em educação. Petrópolis: Vozes, 1995, p.38-45.
GIOVANAZZI, Teresa. Dinamiche interculturali nei contesti educativi 0-6. Per una società inclusiva e sostenibile. Lifelong Lifewide Learning, v. 21, n. 44, p. 34-43, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.19241/lll.v21i44.859. Acesso em: 28 jan. 2025.
JAROCHINSKI-SILVA, João Carlos; BAENINGER, Rosana. O êxodo venezuelano como fenômeno da migração Sul-Sul. REMHU: Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, v. 29, n. 63, p. 123–139, set. 2021.
KUHLMANN JR., Moyses. Educação infantil e currículo. In: FARIA, Ana Lucia; PALHARES, Mariana Silveira (orgs.). Educação infantil pós-LDB: rumos e desafios. Campinas: Autores Associados; FE/Unicamp; São Carlos: Editora da UFSCar; Florianópolis, Editora da UFSC, 1999. p. 51-65.
LOPES, Jader Janer Moreira; PAULA, Sara Rodrigues Vieira de. Órfãos de Espaço. Instrumento: Rev. Est. e Pesq. em Educação, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 473-486, maio/ago. 2022.
LOPES, Jader Janer Moreira; PAULA, Sara Rodrigues Vieira de. Pesquisas pós-qualitativas e estudos das infâncias. Linhas Crí¬ticas, v. 29, p. 1-14, 31 dez. 2023. Disponível em: http://dx.doi.org/10.26512/lc29202350615. Acesso em: 01 dez. 2025.
MENEGHETTI, Francis K. O que é um ensaio-teórico? Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 15, n. 2, p. 320–332, mar./abr. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rac/a/4mNCY5D6rmRDPWXtrQQMyGN/. Acesso em: 11 mar. 2025.
MELDE, Susanne; ANICH, Rudolf; CRUSH, Jonathan; OUCHO, John O. Introduction: The South-South migration and developmentnexus. In: ANICH, Rudolf; CRUSH, Jonathan; MELDE, Susanne; OUCHO, John O. (eds.). A new perspective on human mobility in the South. Heidelberg: Springer, 2014.
PEREIRA, Artur Oriel. 'Gente, olha, é a minha amiga': migração e interculturalidade entre crianças bolivianas e brasileiras na educação infantil paulistana. 2024. Tese (Doutorado em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2024. doi:10.11606/T.8.2024.tde-16122024-151414. Acesso em: 2025-03-11.
REIS, Rossana Rocha. A política do Brasil para as migrações internacionais. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 33, n. 1, p. 47-69, 2011.
ROSEMBERG, Fúlvia. Políticas públicas e qualidade da educação infantil. In: ARTES, Amélia; UNBEHAUM, Sandra (orgs.). Escritos de Fúlvia Rosemberg. São Paulo: Cortez/Fundação Carlos Chagas, 2015. p. 123-145.
RAUBER, Joaquim. O Mundo está fazendo muito barulho! Espacialidades e vivências de [com] crianças-migrantes-estrangeiras. 2023. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Porto Alegre, 2023. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/265823?locale-attribute=pt_BR. Acesso em: 11 mar. 2025.
SANTIAGO, Flávio. Com os pés no chão: que perguntas nascem nas fronteiras interculturais? Inquietações de um pesquisador migrante. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 27, 2025. doi: https://doi.org/10.5007/1980-4512.2025.e100860 Acesso em: 2025-03-11.
SCHNEKEMBERG, Débora Reis. "Sabia que eu sei falar crioulo?": uma abordagem interseccional da agência de crianças migrantes, desde bebês, no contexto da educação infantil. 2023. 177f. 1 recurso online: PDF. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Setor de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Curitiba, 2023. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/89765. Acesso em: 11 mar. 2025.
SILVA, Tássio José da. Avaliação institucional na educação infantil: processos de construção de qualidade em uma creche paulistana. 2021. 256 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências, Rio Claro, 2021.
VIGOTSKI, Liev Semionovich. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
Downloads
Veröffentlicht
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Copyright (c) 2025 Jader Janer Moreira Lopes, Flávio Santiago

Dieses Werk steht unter der Lizenz Creative Commons Namensnennung - Nicht-kommerziell 4.0 International.
As pessoas autoras cedem à revista Zero-a-Seis os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International. Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico.
As pessoas autoras têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
