Recursos semióticos mobilizados para o raciocínio abdutivo em uma atividade de modelagem matemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2025.e100062

Palavras-chave:

educação matemática, modelagem matemática, semiótica peirceana, raciocínio abdutivo, 7º ano do ensino fundamental

Resumo

Este artigo foca no raciocínio abdutivo revelado na mobilização de recursos semióticos em uma atividade de modelagem matemática com alunos do 7º ano. A análise qualitativa fundamentada no quadro teórico sobre modelagem matemática e semiótica peirceana, relativo ao raciocínio abdutivo e aos recursos semióticos, foi subsidiada em registros escritos, fotografias e transcrições de falas de uma turma de 36 alunos. Os resultados revelaram que o raciocínio abdutivo incrementou os conhecimentos matemáticos e não matemáticos dos alunos a partir da mobilização de recursos semióticos como vídeos e experimentação. Todavia, os questionamentos da professora e o compartilhamento dos resultados entre os alunos desencadearam efetivamente o raciocínio abdutivo em que as hipóteses temporárias foram explicadas, validadas ou refutadas por meio de recursos semióticos disponíveis e escolhidos pelos alunos. Esses resultados indicaram que a comunicação e a troca de ideias possibilitaram que os alunos reconhecessem soluções que não eram coerentes com o analisado.

Biografia do Autor

Tatiane Cristine Pessoa, Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

Professora da Educação Básica da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC - SP). Graduada em Licenciatura Plena em Matemática pela Faculdade Estadual de Filosofia Ciências Letras de Cornélio Procópio (2007). Especialista em Educação Matemática pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Mestrado Profissional em Ensino de Matemática (PPGMAT), Cornélio Procópio/Londrina da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. Tem experiência na área da Educação, como professora do ensino Fundamental e Médio, com ênfase em Matemática, desde 2008.

Karina Alessandra Pessoa da Silva, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Professora do Magistério Superior, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina, atuando nos cursos de Engenharia e no Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Ensino de Matemática (PPGMAT). Graduada em Matemática (Licenciatura) pela Universidade Estadual de Londrina (2000). Especialista em Educação Matemática pela UEL (2007). Mestre em Ensino de Ciências e Educação Matemática pela UEL (2008). Doutora em Ensino de Ciências e Educação Matemática da Universidade Estadual de Londrina (2013). Tem experiência na área de Educação Matemática com ênfase em Ensino e Aprendizagem da Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Modelagem Matemática, Semiótica Peirceana, Registros de Representação Semiótica e Livro Didático. Coordenadora do grupo de pesquisa Modelagem Matemática no Contexto Educacional, vinculado à UTFPR. Membro da diretoria regional da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (Paraná) (2013-2019). Coordenadora do GT 10 - Modelagem Matemática - da SBEM (2019-2021). Bolsista Produtividade em Pesquisa da Fundação Araucária (2025-2027).

Referências

Almeida, L. M. W. (2018). Considerations on the use of mathematics in modeling activities. ZDM - Mathematics Education, 50(1), 19-30. https://doi.org/10.1007/s11858-017-0902-4

Almeida, L. M. W. (2022) Uma abordagem didático-pedagógica da Modelagem Matemática. Vidya, 42(2), 121-145. https://doi.org/10.37781/vidya.v42i2.4236

Almeida, L. M. W., Castro, E. M. V. de., & Silva, M. H. S. (2021a). Recursos Semióticos em Atividades de Modelagem Matemática e o Contexto On-line. Alexandria – Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 14(2), 383-406. https://doi.org/10.5007/1982-5153.2021.e77227

Almeida, L. M. W., & Ferruzzi, E. C. (2009). Uma aproximação socioepistemológica para a modelagem matemática. Alexandria – Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 2(2), 117-134. https://periodicos.ufsc.br/index.php/alexandria/article/view/37952

Almeida, L. M. W., & Silva, K. A. P. (2012). Semiótica e as ações cognitivas dos alunos em atividades de modelagem matemática: um olhar sobre os modos de inferência. Ciência & Educação, 18(3), 623-642. https://doi.org/10.1590/S1516-73132012000300009

Almeida, L. M. W., Silva, K. A. P., & Borssoi, A. H. (2021b). Um estudo sobre o potencial da experimentação em atividades de modelagem matemática no ensino superior. Quadrante, 30(2), 123-146. https://doi.org/10.48489/quadrante.23605

Almeida, L. W., Silva, K. P., & Vertuan, R. E. (2012). Modelagem Matemática na Educação Básica. Contexto.

Araki, P. H. H. (2020). Atividades Experimentais Investigativas em contexto de aulas com Modelagem Matemática: uma análise semiótica. [Dissertação de mestrado, Universidade Tecnológica Federam do Paraná]. http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4898

Atkins, R. K. (2017). Inferential Modeling of Percept Formation: Peirce’s fourth cotary proposition. In: K. A. Hull, & R. K. Atkins (Eds.), Peirce on Perception and Reasoning. (pp. 25-39). Routledge Studies in American Philosophy.

Baker, C. K., & Galanti, T. M. (2017). Integrating STEM in elementary classrooms using model-eliciting activities: responsive professional development for mathematics coaches and teachers. International Journal of STEM Education, 4(10), 1-15. https://doi.org/10.1186/s40594-017-0066-3

Barbosa, J. C. (2001). Modelagem matemática e os professores: a questão da formação. Bolema, 14(15), 5-23.

Bassanezi, R. C. (2002). Ensino-aprendizagem com modelagem matemática: uma nova estratégia. Contexto.

Burak, D. (1992). Modelagem Matemática: ações e interações no processo de ensino-aprendizagem. [Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/46030

Caldeira, A. D., Magnus, M. C. M., & Duarte, C. G. (2019). Modelagem Matemática na Educação Matemática: uma legitimação do discurso curricular. Revista de Educação Matemática, 16(21), 38-56. https://www.revistasbemsp.com.br/index.php/REMat-SP/article/view/230

Domingues, N. S., & Borba, M. C. (2018). Compreendendo o I Festival de Vídeos Digitais e Educação Matemática. Revista de Educação Matemática, 15(18), 47-68. https://www.revistasbemsp.com.br/index.php/REMat-SP/article/view/274

Elfringhoff, M. S., & Schukajlow, S. (2021). What makes a modelling problem interesting? Sources of situational interest in modelling problems. Quadrante, 30(1), 8-30. https://doi.org/10.48489/quadrante.23861

Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa. Artmed.

Gambarato, R. R. (2013). Peircean semiotics in the context of design praxis: abduction and perception in dialogue. Sign Systems Studies, 41(4), 424-432. https://doi.org/10.12697/SSS.2013.41.4.03

Gonzalez, M. E. Q., & Haselager, W. (Pim) F. G. (2002). Raciocínio abdutivo, criatividade e auto-organização. Cognitio, (3), 22-31.

Guerreiro, A., Ferreira; R. A. T., Menezes, L., & Martinho, M. H. (2015). Comunicação na sala de aula: a perspectiva do ensino exploratório da matemática. Zetetiké, 23(4), 279-295. https://doi.org/10.20396/zet.v23i44.8646539

Honorato, A. H. A., & Forner, R. (2022). Atividades de modelagem matemática na educação básica. Alexandria – Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 15(1), 87-107. https://doi.org/10.5007/1982-5153.2022.e79934

Kehle, P. E., & Lester, F. K. Jr. (2003). A semiotic look at modeling behavior. In: R. Lesh, & H. M. Doerr, H. M. (Ed.), Beyond constructivism: models and modeling perspectives on mathematics problem solving, learning, and teaching. (pp. 97-122). Erlbaum.

Leeuwen, T. (2005). Introducing Social Semiotics. Routledge.

Martins, N., & Silva, K. A. P. (2024). Mobilização de recursos semióticos para a percepção da matemática em atividades de modelagem matemática. REVEMAT, 19, 1-25. https://doi.org/10.5007/1981-1322.2024.e99834

Mavers, D. E. (2004). Multimodal design: the semiotic resources of children’s graphic representation. [PhD Thesis, University College London]. https://www.researchgate.net/publication/320242153_Multimodal_design_the_semiotic_resources_of_children's_graphic_representation

Meyer, J. F. C. A., Caldeira, A. D., & Malheiros, A. P. S. (2011). Modelagem em Educação Matemática. Autêntica.

Moreira, M. A. (2011). Metodologias de Pesquisa em Ensino. Livraria da Física.

Niss, M., & Blum, W. (2020). The Learning and Teaching of Mathematical Modelling. Routledge.

Peirce, C. S. (2005). Semiótica. Perspectiva.

Peirce, C. S. (1972). Semiótica e filosofia: textos escolhidos. Cultrix.

Pessoa, T. C., Silva, K. A. P. (2023). Recursos Semióticos em uma Atividade de Modelagem Matemática Integrada à Educação STEAM. Perspectivas da Educação Matemática, 16, 1-21. https://doi.org/10.46312/pem.v16i43.18111

Ramos, D. C. (2016). O raciocínio abdutivo em atividades de Modelagem Matemática. [Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Londrina]. https://repositorio.uel.br/handle/123456789/14582

Ranker, J. (2014). The emergence of semiotic resource complexes in the composing processes of young students in a literacy classroom context. Linguistics and Education, 25(1), 129-144. https://doi.org/10.1016/j.linged.2013.10.002

Santaella, L. (2004). O método anticartesiano de C. S. Peirce. UNESP.

Santaella, L. (2008). O que é Semiótica. Brasiliense.

Tuzzo, S., & Braga, C. (2016). O processo de triangulação da pesquisa qualitativa: o metafenômeno como gênese. Revista Pesquisa Qualitativa, 4(5), 140-158. https://repositorio.bc.ufg.br/items/93df7d2a-cc42-47a0-97c1-2aa8e412c1e2

Vidigal, C., & Bean, D. (2016). Levantando aspectos, formulando pressupostos e matematizando em modelagem matemática. Alexandria – Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 9(2), 249-269. https://doi.org/10.5007/1982-5153.2016v9n2p249

Downloads

Publicado

2025-12-03

Edição

Seção

Artigos