Argumentando sobre quantidade de movimento e as leis de Newton em aulas investigativas de física geral I do ensino superior

Autores

  • Bruno Isidoro Universidade do Estado de Santa Catarina
  • Alex Bellucco Universidade do Estado de Santa Catarina
  • Anna Maria Pessoa de Carvalho Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2020v13n2p273

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar a argumentação envolvendo a linguagem matemática em uma turma de Física Geral I do ensino superior. A pesquisa foi elaborada a partir de uma sequência de ensino investigativa (SEI) sobre quantidade de movimento, sua conservação e as três leis de Newton. Para análise, utilizamos a ferramenta criada por Bellucco (2014), que destaca aspectos do ciclo argumentativo, da argumentação campo-dependente, além do uso das linguagens. Também foram analisadas a qualidade do argumento, que se aprofunda nas questões dos conteúdos e das formas como são coordenadas as alegações e evidências. Buscamos, a partir dos referenciais apresentados, resolver nossas questões de pesquisa:  Qual o papel da matemática na construção de argumentos de estudantes do ensino superior? Como a linguagem matemática torna-se necessária para a construção dos significados científicos? Pudemos observar que a linguagem matemática, em muitos momentos, foi necessária para elaboração de argumentos de boa qualidade, além de auxiliar no processo de entendimento dos fenômenos e na construção de significados científicos.

Biografia do Autor

Bruno Isidoro, Universidade do Estado de Santa Catarina

Graduando no curso de licenciatura em Física na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Bolsista no Programa de Bolsa de Iniciação Científica - Udesc com os projetos Argumentação e Matemática em Aulas Investigativas de Física e Argumentação, Raciocínio Crítico e Ensino por Investigação. Faz parte do Grupo de Estudos e Pesquisa em Ensino de Física e Tecnologia da Udesc. Possui graduação em Comunicação Social - Jornalismo pelo Instituto Superior e Centro Educacional Luterano Bom Jesus (2013).

Alex Bellucco, Universidade do Estado de Santa Catarina

Possui graduação em Física Licenciatura pela Universidade de São Paulo (2003), mestrado pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino pela Universidade de São Paulo (2006) e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade de São Paulo (2015). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado de Santa Catarina. Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de física, linguagens, ensino de ciências, argumentação e matemática.

Anna Maria Pessoa de Carvalho, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Licenciada e bacharel em Física pela USP. Fez seu doutoramento em Educação, na área de ensino de ciências na FEUSP. É pesquisadora senior do CNPq, professora da Pós-Graduação em Educação da FEUSP e da Pós-Graduação Interunidades de Ensino de Ciências ambos da USP e coordenadora do Laboratório de Pesquisa e Ensino de Física/LAPEF da FEUSP. Foi dietora da FEUSP no período de 1994-1998. Pertenceu a Diretoria da SBF (Secretária de Ensino) e foi represetante brasileira na International Commission on Physics Education (1991-2000) quando foi eleita secretária por dois mandatos (1994-2000). Foi presidente do Conselho Curador e Diretora Executiva da Fundação de Apoio à Faculdade de Educação - FAFE. Pertenceu aos C.As de Educação do CNPq e da CAPES. É representante brasileira no Conselho Interamericano de Ensino de Física (foi presidente deste Conselho no período de 1991-1993). Pertence a Academia Paulista de Educação.

Referências

BELLUCCO, A. Ensinando quantidade de movimento: como conciliar o tempo restrito com as atividades de ensino investigativas na sala de aula? Ciência em Tela, v. 5, p. 1-9, 2012.

BELLUCCO, A. Argumentação Matemática em aulas investigativas de física. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2015.

BELLUCCO, A.; CARVALHO, A.M.P. Múltiplas linguagens e a matemática no processo de argumentação em uma aula de física: análise dos dados de um laboratório aberto. Investigações em Ensino de Ciências, v. 17, n. 1, p. 209-226, 2012.

BELLUCCO, A.; CARVALHO, A.M.P. Uma proposta de ensino investigativa sobre quantidade de movimento, sua conservação e as Leis de Newton. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.31, n.1, p. 30-59, 2014.

BELLUCCO, A.; CARVALHO, A.M.P. Argumentação campo-dependente em aulas sobre quantidade de movimento. Avances En La Enseñanza De La Física, v. 1, n. 1, p. 35-59, 2019. Disponível em: http://ojs.cfe.edu.uy/index.php/rev_fisica/article/view/290. Último acesso em: 7 nov. 2020.

CARVALHO, A.M.P. O ensino de Ciências e a proposição de sequências de ensino investigativas. In: CARVALHO, A.M.P. (Org.), Ensino de ciências por investigação - condições para implementação em sala de aula, São Paulo : Cengage Learning, 2017. p. 1-20.

CARVALHO, A.M.P. Física: uma proposta construtivista. São Paulo: EPU LTDA, 1989,

CLEMENT, L.; CUSTÓDIO, J.F.; FILHO, J.P.A., Potencialidades do ensino por investigação para promoção da motivação autônoma na educação científica. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v. 8, n. 1, p. 101-129, 2015.

FERRAZ, A.T.; SASSERON, L.H. Espaço interativo de argumentação colaborativa: condições criadas pelo professor para promover argumentação em aulas investigativas. Revista Ensaio, v.19, e2658, p. 1-25, 2017.

JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M.P.; BROCOS, P. Desafios metodológicos da argumentação em ensino de ciências. Revista Ensaio, v.17, n.especial, p. 139-159, 2015.

JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M.P.; DÍAZ DE BUSTAMANTE, J. Discurso de Aula y Argumentación en la clase de ciencias: cuestiones teóricas y metodológicas. Enseñanza de las Ciencias, v. 21, n. 3, p. 359-370, 2003.

LEITÃO, S. O lugar da argumentação na construção do conhecimento. In: LEITÃO, S.; DAMIANOVIC, M. C. (Org.), Argumentação na escola: O conhecimento em construção. Campinas: Pontes Editores, 2011. p. 13-46.

LEMKE, J.L. Aprender a hablar ciencias: lenguaje, aprendizaje y valores. Barcelona: Paidos, 1997.

NASCIMENTO, S.S; VIEIRA, R.D. Contribuições e limites do padrão de argumento de Toulmin aplicado em situações argumentativas de sala de aula de Ciências. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 8, n. 2, 2008.

OLIVEIRA, C.M.A. O que se fala e se escreve nas aulas de Ciências? In: CARVALHO, A.M.P. (Org.), Ensino de ciências por investigação - condições para implementação em sala de aula, São Paulo : Cengage Learning, 2017. p. 63-75.

PEIRCE, C.S. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 2012.

PIETROCOLA, M. A matemática como estruturante do conhecimento físico. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v.19, n.1, p. 89-109, 2002.

RAHMAN, S. Abduction, belief-revision and non-normality. In POMBO, O., GERNER, A. (Eds.), Abduction and the process of scientific discovery. Lisboa: Publidisa, 2007. p. 13-26.

SANDOVAL, W.A; MILWOOD, K.A. What can argumentation tell us about epistemology? In: JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P.; ERDURAN, S. (Eds.), Argumentation in Science Education: Perspectives from Classroom-Based Research. Dordrecht, the Netherlands, 2007. p. 71-88.

SASSERON, L.H. Alfabetização científica, ensino por investigação e argumentação: relações entre ciências da natureza e escola. Revista Ensaio, v.17, n. especial, p. 49-67, 2015.

SASSERON, L.H.; CARVALHO, A.M.P. Construindo argumentação na sala de aula: a presença do ciclo argumentativo, os indicadores de Alfabetização Científica e o padrão de Toulmin. Ciência & Educação, v. 17, n. 1, p. 97-114, 2011a.

SASSERON, L.H.; CARVALHO, A.M.P. Uma análise de referenciais teóricos sobra a estrutura do argumento para estudos de argumentação no ensino de ciências. Revista Ensaio, v.13, n. 03, p. 243-262, 2011b.

SCARPA, D.L. O papel da argumentação no ensino de ciências: lições de um workshop. Revista Ensaio, v.17 especial, p. 15-30, 2015.

ZOMPERO, A.F.; FIGUEIREDO, H.R.S.; GARBIM, T.H. Atividades de investigação e a transferência de significados sobre o tema educação alimentar no ensino fundamental. Ciência & Educação, v. 23, p. 659-676, 2017.

Arquivos adicionais

Publicado

2020-11-25

Edição

Seção

Artigos