Retextualização escrita-fala: o caso da exposição oral acadêmica na graduação em química
DOI:
https://doi.org/10.5007/1982-5153.2020v13n2p215Resumo
A habilidade de elaboração do gênero exposição oral é imprescindível na esfera acadêmica, porém, existem poucas oportunidades para seu aperfeiçoamento nos cursos de química. Neste trabalho temos como objetivo analisar a elaboração de exposições orais baseadas em artigo original de pesquisa (texto-base), por parte de graduandos dessa área. Para tanto, as operações de retextualização colocadas em funcionamento foram investigadas, tendo em vista o oferecimento de subsídios para a reflexão acerca das facilidades e dificuldades na utilização das mesmas. Os resultados apontaram que houve facilidade no uso de seis operações de retextualização, com destaque para as de acréscimo de nova informação e retomada. Já as dificuldades se relacionaram a três operações de retextualização, com destaque para a de construção de opinião própria. Atividades como as descritas neste trabalho são imprescindíveis no ensino superior, pois favorecem o desenvolvimento de habilidades necessárias à elaboração do gênero exposição oral por parte dos estudantes.
Referências
ALMEIDA, S. A.; GIORDAN. M. A revista Ciência Hoje das Crianças no letramento escolar: a retextualização de artigos de divulgação científica. Educação e Pesquisa, v. 40, n. 4, p. 999-1014, 2014.
ARAUJO, A. S.; FREITAG, R. M. K. “Quem pergunta quer resposta!” – perguntas como estratégias de interação na escrita. Revista Eletrônica Via Litterae, v. 2, n. 2, p. 321-335, 2010.
BRAIT, B.; ROJO, R. Gêneros: artimanhas do texto e do discurso. São Paulo: Escolas Associadas, 2001.
BRITO, J. F.; FERREIRA, L. O.; SILVA, J. P.; RAMALHO, T. C. Tratamento da água de purificação de biodiesel utilizando eletrofloculação. Química Nova, v. 35, n. 4, p. 728-732, 2012.
CABRAL, P. F. O.; PERON, K. A.; QUEIROZ, S. L. Exposição oral no ensino superior de química. Química Nova, v. 42, n. 2, p. 221-231, 2019.
DELL’ISOLA, R. L. P. Retextualização de gêneros escritos. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.
DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B.; PIETRO, J-F.; ZAHND, G. A exposição oral. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. (Eds.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004a. p. 215-246.
DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. (Eds.). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004b. p. 95-128.
FINKENSTAEDT-QUINN, S. A.; SNYDER-WHITE, E. P.; CONNOR, M. C.; RUGGLES GERE, A.; SHULTZ, G. V. Characterizing peer review comments and revision from a writing-to-learn assignment focused on Lewis structures. Journal of Chemical Education, v. 96, n. 2, p. 227-237, 2019.
FRANCISCO JUNIOR, W. E.; GARCIA JÚNIOR, O. Leitura em sala de aula: um caso envolvendo o funcionamento da ciência. Química Nova na Escola, v. 32, n. 3, p. 191-199, 2010.
GOFFMAN, E. Façons de parler. Paris: Éd. de Minuit, 1987.
LATOUR, B.; WOOLGAR, S. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MENESES, J. M.; VASCONCELOS, R. F.; FERNANDES, T. F.; ARAÚJO, G. T. Tratamento do efluente do biodiesel utilizando a eletrofloculação/flotação investigação dos parâmetros operacionais. Química Nova, v. 35, n. 2, p. 235-240, 2012.
PASSONI, L. C.; VEGA, M. R. G.; GIACOMINI, R.; BARRETO, A. M. P.; SOARES, J. S. C.; CRESPO, L. C.; NEY, M. R. G. Relatos de experiências do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência no curso de licenciatura em química da Universidade Estadual do Norte Fluminense. Química Nova na Escola, v. 34, n. 4, p. 201-209, 2012.
PAULA, A. J. A.; KRÜGEL, M.; MIRANDA, J. P.; ROSSI, L. F. S.; COSTA NETO, P. R. Utilização de argilas para a purificação do biodiesel. Química Nova, v. 34, n. 1, p. 91-95, 2011.
SANTANA, R. A. R.; GOYA, A.; SANTOS, G. J. F. O uso do seminário como facilitador do processo de ensino e aprendizagem de história da química. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, v. 18, n. 4, p. 424-427, 2017.
SANTOS, G. R.; QUEIROZ, S. Leitura e interpretação de artigos científicos por alunos de graduação em química. Ciência & Educação, v. 13, n. 2, p. 193-209, 2007.
SILVA, A. V. L. Com a palavra, o aluno: processos de retextualização na exposição oral acadêmica. Tese de Doutorado em Estudos Linguísticos – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
SILVA, A. V. L. Operações de retextualização no gênero exposição oral acadêmica. Revista Memento, v. 2, n. 2, p. 70-89, 2011.
VIEIRA, A. R. F. Seminários escolares: gêneros, interações e letramentos. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2007.
WENZEL, J. S.; MALDANER, O. A. A significação conceitual pela escrita e reescrita orientada em aulas de química. Química Nova, v. 37, n. 5, p. 908-914, 2014.
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Direitos Autorais aos artigos da revista são do autor, com direitos de primeira publicação à revista. Devido ao fato de aparecerem neste periódico de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicações inicial nesta revista.
Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia. UFSC, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil - - - ISSN 1982-5153 - - - esta obra foi licenciada com uma licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional - CC BY