“É o aceitável”: infraestrutura, sexismo e permanência de mulheres no esporte universitário
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2025.e108813Palavras-chave:
Esporte universitário, Mulher, Estereótipos de gênero, Materialismo histórico-dialéticoResumo
Este estudo objetiva analisar as estruturas e práticas do esporte universitário e sua influência na participação de mulheres na instituição. Adota-se o materialismo histórico-dialético como método e, como procedimento, aplicou-se questionário on-line a 19 estudantes vinculadas a seis atléticas, organizando-se os dados em categorias. Os resultados apontam restrições de infraestrutura, ausência de políticas específicas e desvalorização da prática — sobretudo para as universitárias —, somadas à sobrecarga do trabalho de cuidado e a práticas sexistas que naturalizam hierarquias de gênero. Conclui-se que apenas discursos de incentivo, dissociados de orçamento, manutenção e protocolos de proteção, tornam-se ações de inclusão vagas. Recomenda-se políticas afirmativas, ampliação da representação de mulheres nas instâncias decisórias e mudanças materiais verificáveis, além de estudos comparativos em outras IES, para que o esporte cumpra função formativa, crítica e emancipadora na vida acadêmica.
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