Família, suor e lágrimas: o início de uma (possível) trajetória de profissionalização para jogadoras de categorias sub-15 e sub-17 de um clube do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2021.e81858Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar a constituição “profissional” de carreiras esportivas de jogadoras das equipes sub-15 e sub-17 no Esporte Clube Pelotas/Phoenix, no interior do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, utilizando-se de observação participante e entrevistas semi-estruturadas realizadas em 2017. Ao longo deste estudo, identificou-se que fatores como recursos financeiros, mudanças no calendário de competições, apoio familiar, afetam diretamente as perspectivas de consolidação da carreira de jovens atletas. Conclui-se, pelos relatos ouvidos, que a constituição “profissional” da carreira dessas atletas era perpassada por atos de resiliência e rebeldia, tendo em vista que, para persistir na modalidade, precisavam constantemente reforçar seu desejo de continuidade na prática e, por vezes, estabelecer conflitos com os desejos de suas famílias de origem.
Referências
ALMEIDA, Caroline Soares de. Do sonho ao possível: projeto e campo de possibilidades nas carreiras profissionais de futebolistas brasileiras.Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2018.
AZAMBUJA, Beto. Time feminino do Grêmio inicia na sexta-feira preparação para Brasileiro. Globo Esporte. 8 fev. 2017. Disponível: <http://globoesporte.globo.com/rs/futebol/noticia/2017/02/time-feminino-do-gremio-inicia-na-sexta-feira-preparacao-para-brasileiro.html>. Acesso: 25 ago 2020.
BARLEM, Cintia. Conmebol diz que regra de times femininos será cumprida; clubes buscam regularização junto à CBF. Globo Esporte. 15 ago 2018. Disponível: <https://globoesporte.globo.com/blogs/dona-do-campinho/post/2018/08/15/conmebol-diz-que-regra-de-times-femininos-sera-cumprida-clubes-buscam-regularizacao-junto-a-cbf.ghtml>. Acesso: 25 ago 2020.
BONFIM, Aira. F. Football Feminino entre festas esportivas, circos e campos suburbanos: uma história social do futebol praticado por mulheres da introdução à proibição (1915-1941). Dissertação (mestrado) – Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas. Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais. 2019. 213f.
BRACHT, Valter. Sociologia crítica do esporte: uma introdução. Vitória: UFES, 1997.
CHAVES, Lincoln. Com múltiplos cenários, Brasileiro Feminino retorna em 26 de agosto. Agência Brasil. 6 jul 2020. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2020-07/com-multiplos-cenarios-brasileiro-feminino-retorna-em-26-de-agosto>. Acesso: 25 ago. 2020.
DAMO, Arlei. Futebóis - da horizontalidade epistemológica à diversidade política. FuLia/UFMG, v.3, n.3, p. 37-66, 2018.
FRANZINI, Fabio. Futebol é “coisa para macho”? Pequeno esboço para uma história das mulheres no país do futebol. Revista Brasileira de História, v.25, n.50, p.315-328, 2005.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro, Zahar, 1978.
GOELLNER, Silvana. Prefácio. In: RUBIO, Katia (Org.). As mulheres e o esporte olímpico. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.
HOLLANDA, Bernardo. Borges. Buarque. de. Futebol, arte e política: a catarse e seus efeitos na representação do torcedor. Organizações & Sociedade, v. 16, n. 48, p. 123-140, 2009.
JESUS, Gilmar. Mascarenhas. de. Futebol e modernidade no Brasil: A geografia histórica de uma inovação. Lecturas Educación Física y Deportes, v. 3, n. 10, 1998. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd10/geo.htm>. Acesso: 28 set 2020.
JESUS, Gilmar. Mascarenhas. de. Várzeas, Operários e Futebol: Uma outra Geografia. GEOgrafia, v.4, n.8, 2002.
MAYOR, Sarah. Teixeira. Soutto. O futebol na cidade de Belo Horizonte: amadorismo e profissionalismo nas décadas de 1930 e 1940. 358f. Doutorado (Teses) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, 2017.
MOLINA NETO, Vicente. Etnografia: uma opção metodológica para alguns problemas de investigação no âmbito da educação física. In: MOLINA NETO, V.; TRIVIÑOS,A.N.S. A Pesquisa Qualitativa na Educação Física. Porto Alegre: UFRGS/Sulina, 1999. p.107-139.
NEVES, Alice. Bastos.; AZAMBUJA, Beto.Ex-atletas e entusiastas de desdobram para manter o futebol feminino no RS. GloboEsporte. 10 jan. 2017. Disponível em: http://globoesporte.globo.com/rs/futebol/noticia/2017/01/ex-atletas-e-entusiastas-se-desdobram-para-manter-o-futebol-feminino-no-rs.html>. Acesso em: 10 set. 2020.
OLIVEIRA, Alex. Fernandes. de. Origem do futebol na Inglaterra no Brasil. Revista Brasileira de Futsal e Futebol, São Paulo, v.4, n.13, p.170-174, 2012.
PISANI, Mariane da Silva. “Sou feita de chuva, sol e barro”: o futebol de mulheres praticado na cidade de São Paulo. 2018. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
RIGO, Luiz Carlos. Memórias de um futebol de fronteira. Pelotas: Editora da UFPel, 2004.
RIGO, Luiz Carlos et al. Notas acerca do futebol feminino pelotense em 1950: um estudo genealógico. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 29, n. 3, p. 173-188, 2008. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=401338533012. Acesso em: 03 out. 2020.
SOUZA JÚNIOR, Osmar. Moreira. de. de. Futebol como projeto profissional de mulheres: interpretações da busca pela legitimidade. 2013. 329f. Tese (Doutorado em Educação Física) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física, Campinas, SP, 2013.
SOUZA, Larissa. Medeiros.; MAUX, Ana. Andrea. Barbosa.; REBOUÇAS, Melina. Sefora.Souza. Impedimento? Possibilidades de relação entre a mulher e o futebol. Revista Abordagem Gestalt, v.25, n.3, p. 282-293, 2019.
SPAGGIARI, Enrico. Família joga bola: jovens futebolistas na várzea paulistana. São Paulo: Intermeios/FAPESP, 2016.
TAVARES, Rafaela. EC Pelotas Phoenix: 24 anos de tradição no futebol feminino Rede Esportiva. 24 jul 2020. Disponível em: <https://www.redeesportiva.com.br/esporte-clube-pelotas/ec-pelotas-phoenix-24-anos-de-tradicao-no-futebol-feminino/> Acesso em: 19 ago. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores dos textos enviados à Motrivivência deverão garantir, em formulário próprio no processo de submissão:
a) serem os únicos titulares dos direitos autorais dos artigos,
b) que não está sendo avaliado por outro(s) periódico(s),
c) e que, caso aprovado, transferem para a revista tais direitos, sem reservas, para publicação no formato on line.
Obs.: para os textos publicados, a revista Motrivivência adota a licença Creative Commons “Atribuição - Não Comercial - Compartilhar Igual 4.0 Internacional” (CC BY-NC-SA).