Formação em balé clássico no Brasil: percepções sobre as novas formas de ensino e o instável mercado para bailarinos a partir de um contexto específico
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2022.e86362Palavras-chave:
Balé, Formação, Profissionalismo, MercadoResumo
A pesquisa teve como objetivo investigar uma instituição de formação em balé e identificar características pedagógicas. A abordagem se deu por meio de observação direta e de entrevistas com professores e bailarinos. Percebeu-se preocupação com a imagem de autoritarismo atrelada a esse ambiente por parte dos professores e, nas falas dos bailarinos, a existência de marcas de sofrimento causadas pela percepção de que seus esforços podem não ser suficientes para atingir sucesso. Identificou-se que existe uma transição entre o professor autoritário e o educador. Além disso, os professores demonstraram entender que o mercado do balé clássico no Brasil é exíguo e, assim, identificaram que as pedagogias devem trabalhar também valores e capacidades sociais e profissionais mais amplas. Isso se mostrou ainda mais preponderante em relação aos rapazes, que vindos de classes socioeconômicas baixas, começam a especialização tardiamente e, geralmente, precisam a deixar quando chega a fase de decisões profissionais.
Referências
ALBERTI, Verena. Histórias dentro da história. In: PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2008. p. 155-202.
ALTEROWITZ, Gretchen. Toward a feminist Ballet Pedagogy: Teaching Strategies for Ballet Technique Classes in the Twenty-First Century. Journal of Dance Education, v. 14, n.1, p. 8-17, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/15290824.2013.824579. Acesso em: 17 nov. 2020.
ASSIS, Marília Del Ponte de; SARAIVA, Maria do Carmo. O feminino e o masculino na dança: das origens do balé à contemporaneidade. Movimento, v. 19, n. 2, p. 303-323, abr./jun. 2013. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.29077. Acesso em: 17 nov. 2020.
CLEGG, Helen; OWTON, Clegg; ALLEN-COLLINSON, Jacquelyn. Challenging conceptions of gender: UK dance teachers’ perceptions of boys and girls in the ballet studio. Research in Dance Education, v. 19, n. 2, p. 128-139, 2018. DOI: https://doi.org/10.1080/14647893.2017.1391194. Acesso em: 17 nov. 2020.
CIRIBELI, João Paulo; PAIVA, Victor Hugo Pereira. Rede e mídias sociais na internet: realidades e perspectivas de um mundo conectado. Mediação, v. 13, n. 12, p. 57-74, jan./jun. 2011.
EDDY, Martha. A brief history of somatic practices and dance: historical development of the field of somatic education and its relationship to dance. Journal of Dance and Somatic Practices, v. 1, n. 1, p. 5-27, 2009. DOI: 10.1386/jdsp.1.1.5_1. Acesso em: 17 nov. 2020.
FERRAZ, Fernando Marques Camargo. Danças negras: entre apagamentos e afirmação no cenário político das artes. Eixo, v. 6, n. 2, nov. 2017. DOI: https://doi.org/10.19123/eixo.v6i2.523. Acesso em: 17 nov. 2020.
GOMES, Juliana Neves Simões. Entre o ar e o chão: Metier de bailarino na cidade de São Paulo. 2010. 296 f. Tese (Doutorado em Sociologia) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
GOMES, Ilvana Lima Verde; CAETANO, Rosângela; JORGE, Maria Salete Bessa. A criança e seus direitos na família e na sociedade: uma cartografia das leis e resoluções. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 61, n. 1, p. 61-65, jan./fev. 2008. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672008000100009. Acesso em: 17 nov. 2020.
INFANTE, Rocio. Fundamentos da dança: corpo – movimento – dança. Unicentro: Guarapuava, 2011.
JORNAL DO BRASIL. A Escola de Dansa Clássica do Theatro Municipal: a visita do Jornal do Brasil. Jornal do Brasil, p. 14. 17 abr. 1927.
MAGNANI, José Guilherme Cantor. Quando o campo é a cidade: fazendo antropologia na cidade. In: MAGNANI, José Guilherme Cantor; TORRES, Lilian de Lucca. Na Metrópole: textos de antropologia urbana. São Paulo: editora da Universidade de São Paulo/Fapesp, 2000. p. 12-53.
MAGNANI, José Guilherme Cantor. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 17, n. 49, jun. 2002. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092002000200002. Acesso em: 17 nov. 2020.
MAYHALL, Alice. (Executive Producers). Agony and Ecstasy: a year with English National Ballet [TV series]. Tiger Aspect Productions. 2011.
NASCIMENTO, Diego Ebling do. Do balé clássico à dança moderna: impressões e pistas para o entendimento das concepções de corpo na dança. Revista da Fundarte, v. 19, n. 37, p.160-173, jan./mar. 2019.
NUNES, Mario. De Theatro. Para Todos, p. 29. 7 abr. 1927.
PATAI, Daphne. História oral, feminismo e política. São Paulo: Letra e Voz, 2010.
PETITE DANSE. Quanto ganham os bailarinos profissionais? 7 set. 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WKA6YgcpMvY>. Acesso em: 13 nov. 2020.
PETROV, Oleg; SCHOLL, Tim. Russian ballet and its place in Russian artistic culture of the second half of the nineteenth century: The age of Petipa. Dance Chronicle, v. 15, n. 1, p. 40-58, 1992. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/01472529208569078. Acesso em: 26 nov. 2020.
PICKARD, Angela. Ballet body belief: perceptions of an ideal ballet body from young ballet dancers. Research in Dance Education, v. 14, n. 1, p. 3-19, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/14647893.2012.712106. Acesso em: 17 nov. 2020.
PITANO, Sandro de Castro; STRECK, Danilo Romeu; MORETTI, Cheron Zanini. As tramas da participação na pedagogia freireana: fundamentos para uma democracia radical. Civitas, Revista de Ciências Sociais, v..20, n. 1, p. 109-118, jan./abr. 2020. DOI: https://doi.org/10.15448/1984-7289.2020.1.31704. Acesso em: 26 nov. 2020.
PORPINO, Karenine de Oliveira. Dança é educação: interfaces entre corporeidade e estética. Natal: Edufrn, 2018.
PORTELLI, Alessandro. História oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
RISNER, Doug. Bullying victimisation and social support of adolescent male dance students: an analysis of findings. Research in dance education, v. 15, n. 2, p. 179-201, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/14647893.2014.891847. Acesso em> 17 nov. 2020.
TRINDADE, Ana Lígia; MANGAN, Priscila Kayser Vargas. O bailarino no Brasil é um profissional ou uma microempresa? Discussões acerca da MEI como forma de atuação profissional. Moringa Artes do Espetáculo, v. 10, n. 1, p. 29-48, jan./jun. 2019.
VAN DIJCK, José; POELL, Thomas. Understanding Social Media Logic. Media and Communication, v. 1, n. 1, p. 2-14, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.17645/mac.v1i1.70. Acesso em: 17 nov. 2020.
WEINMANN, Amadeu de Oliveira; CULAU, Fábio Vacaro. Notas sobre o politicamente correto. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 14, n. 2, p. 628-645, 2014.
WENETZ, Ileana; MACEDO, Christiane Garcia. Masculinidade(s) no balé: gênero e sexualidade na infância. Movimento, v. 25, n. 81, p. 1-12, jan./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.90474. Acesso em: 17 nov. 2020.
WULFF, Helena. Ethereal expression: paradoxes of ballet as a global physical culture. Ethnography, v. 9, n.4, p. 518-535, 2008. DOI: 10.1177/1466138108096990. Acesso em: 17 nov. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores dos textos enviados à Motrivivência deverão garantir, em formulário próprio no processo de submissão:
a) serem os únicos titulares dos direitos autorais dos artigos,
b) que não está sendo avaliado por outro(s) periódico(s),
c) e que, caso aprovado, transferem para a revista tais direitos, sem reservas, para publicação no formato on line.
Obs.: para os textos publicados, a revista Motrivivência adota a licença Creative Commons “Atribuição - Não Comercial - Compartilhar Igual 4.0 Internacional” (CC BY-NC-SA).