Quebrando a calma: a mobilização dos mineiros de carvão do Rio Grande do Sul pelo cumprimento das leis trabalhistas durante o Governo Provisório de Getúlio Vargas (1930 - 1934)

Autores

  • Felipe Figueiró Klovan UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2015v7n14p53

Resumo

Este artigo analisa os movimentos grevistas dos mineiros de carvão do estado brasileiro do Rio Grande do Sul na década de 1930, durante o governo provisório de Getúlio Vargas, quando se inicia a elaboração das leis trabalhistas e a organização corporativista de atrelamento do sindicalismo ao Estado. O patronato burla os direitos trabalhistas e o movimento operário passa à defesa do cumprimento das leis existentes. Entre ações judiciais, formação de sindicatos e greves, ao invés de disciplinarização, cooptação e controle por parte do Estado, observa-se o protagonismo operário com uma relativa autonomia em relação ao aparato sindical oficial. 

 

Biografia do Autor

Felipe Figueiró Klovan, UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestre em História pela UFRGS

Referências

ARIES, Philippe. Historie des populations françaises. Paris, Seuil, 1971.

BARRETO, Álvaro Augusto de Borba. “O movimento operário rio-grandense e a intervenção estatal: a FORGS e os círculos operários (1932-1935)”. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1996).

BOTTOMORE, Tom (org.). Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.

BUNSE, A. W. Henrich. A mineração de carvão no Rio Grande do Sul: estudo histórico, etnográfico e sociolinguístico. Porto Alegre: Secretaria de Energia, Minas e Comunicação, 1984.

COSTA, Emilia Viotti da. “Experiência versus estruturas – novas tendências na história do trabalho e da classe operária na América Latina – O que ganhamos? O que perdemos?”. História-UNISINOS. Número especial: V Encontro Estadual de História. São Leopoldo, 2001.

D'ARAUJO, Maria Celina. “Estado, classe trabalhadora e políticas sociais”. In: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano: o tempo do nacional-estatismo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

DI TELLA, Torcuato S. Para uma política latino-americana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.

ECKERT, Cornelia. Memória e trabalho: etnologia da duração de uma comunidade de mineiros do carvão (La Grande-Combe, França). Curitiba: Appris, 2012.

ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2008.

FORTES, Alexandre; NEGRO, Antonio Luigi. “Historiografia, trabalho e cidadania no Brasil”. In: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano: o tempo do nacional-estatismo. Vol. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

FORTES, Alexandre (et al.). Na luta por direitos: estudos recentes em

história social do trabalho. Campinas: Editora da Unicamp, 1999.

GERMANI, Gino. Politica y sociedad en una epoca de transicion: de la sociedad tradicional a la sociedad de masas. Buenos Aires: Paidos, 1968.

GOMES, Angela Maria de Castro; MORAIS FILHO, Evaristo de. “Classes populares, política social e sindicalização”. In: Seminário internacional A Revolução de 30 (1980: Rio de Janeiro). A Revolução de 30. Brasília: Ed. da UnB, 1983.

HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

KONRAD, Diorge Alceno. “O fantasma do medo. O Rio Grande do Sul, a repressão policial e os movimentos sociopolíticos (1930-1937)”. (Tese de Doutorado, UNICAMP, Campinas, 2004).

KONRAD, Glaucia. “Os trabalhadores e o Estado Novo no Rio

Grande do Sul: Um retrato da sociedade e do mundo do trabalho (1937-1945)”. (Tese de Doutorado, Campinas: IFCH-UNICAMP, 2006).

MACHADO, Carmen Lúcia Bezerra. “O movimento operário sindical, no Rio Grande do Sul de 1930 a 1937”. (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1983).

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política: livro I. Volume I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política: livro I. 2 vol. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

MARX, Karl. Miséria da Filosofia. São Paulo: Centauro, 2001.

MÉSZAROS, István. Para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2002.

PETERSEN, Silvia R. Ferraz; LUCAS, Maria Elisabeth. Antologia do movimento operário gaúcho (1870-1937). Porto Alegre: Tchê!/Ed. da UFRGS, 1992.

PETERSEN, Silvia R. Ferraz. “As greves no Rio Grande do Sul (1890 - 1919)”. In: DACANAL, José Hildebrando e GONZAGA, Sergius (orgs.). RS: economia e política. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1979.

POLLAK, Michael. “Memória e identidade social”. Estudos Históricos, v. 5, n. 10, p. 200-212 (Rio de Janeiro, 1992).

SIMCH, Carlos Alfredo. Monografia do município de São Jerônimo. Porto

Alegre: Livraria Andradas, 1943.

SPERANZA, Clarice Gontarski. Cavando direitos – as leis trabalhistas e os

conflitos entre os mineiros de carvão e seus patrões no Rio Grande do Sul (1940-1954). São Leopoldo: Oikos; Porto Alegre: ANPUHRS, 2014.

TELLES, Manoel Jover. O movimento sindical no Brasil. Rio de Janeiro: Editorial Vitória, 1962.

THOMPSON. E. P. A formação da classe operária inglesa (3 vol.). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987a.

WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz

e Terra, 1980.

Downloads

Publicado

2016-06-28

Como Citar

KLOVAN, Felipe Figueiró. Quebrando a calma: a mobilização dos mineiros de carvão do Rio Grande do Sul pelo cumprimento das leis trabalhistas durante o Governo Provisório de Getúlio Vargas (1930 - 1934). Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 7, n. 14, p. 53–74, 2016. DOI: 10.5007/1984-9222.2015v7n14p53. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/1984-9222.2015v7n14p53. Acesso em: 30 dez. 2024.