“Precisa-se de uma menor para pequenos serviços de uma casa”: a mão de obra infanto-juvenil no serviço doméstico carioca (1880-1930)
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2018v10n20p103Resumo
O presente artigo busca enfatizar a presença da mão de obra infanto-juvenil na composição do serviço doméstico. A partir de uma análise em diversas documentações, tais como anúncios, processos de soldada e de tutelas presentes no Juízo de Órfãos e Ausentes da 2ª Vara, verifica-se por quais meios patroas e patrões conseguiam essa mão de obra. Além disso, as vozes desses personagens surgem a partir de notícias jornalísticas dos principais periódicos da época como os jornais A Noite e Correio da Manhã, além de processos e inquéritos nos quais fica evidente a violência perpetrada por aquelas/es que deveriam protegê-las/los, bem como os
atos de resistências dessas crianças e jovens frente aos maus-tratos.
Referências
Hemeroteca Digital – Arquivo Nacional (AN)
A Noite
Jornal do Commercio
Vida Doméstica
ALENCAR, José de. O demônio familiar. Representada pela primeira vez no teatro do Ginásio, Rio de Janeiro, 05 de setembro de 1857.Disponível em: www.bdteatro.ufu.br/download.php?pid=TT00922. Acessado em: 10 de maio de 2016.
JUNIOR, França. Folhetins. RJ. Typ. Da Gazeta de Notícias, 1878. p. 82. O trecho citado do livro “Folhetins”, de França Junior, foi publicado em 1878.
Arquivo Nacional – AN
Carta diária n. 753, de 22 de Dezembro de 1923 referente ao expediente da Delegacia do 17º Distrito Policial. AN – Fundo: GIFI (OI)/Doc. Policial. Notação: 6C-556.
OI-Fundo: GIFI. Notação: 6C-499. Francisca Freire de Oliveira. 20 de fevereiro de 1914.
OI-Fundo-GIFI. Notação: 6C-556. Orminda(?) da Conceição. (furto). 30 de setembro de 1923.
OI-Fundo:GIFI. Notação: 6C-178. Leonarda Julia Maria da Conceição (menor) – fuga – 11 de maio de 1906.
OI-Fundo: GIFI. Notação: 6C-499. Oscarina de Oliveira Figueiredo (menor) – dar destino. – 10 de fevereiro de 1914.
T8 – Fundo: Pretoria do RJ, 11 (Frequesia do Engenho Velho) – José Manuel da Silva (menor) e Antônio Ferreira de Barros. Ano 1901. N. 53. Caixa 1270. Depósito: BF510.
ZM - Juízo de Órphãos e Ausentes da 2ª Vara-ZM – processo de soldada: Menor Manoel. Nº. 2145, maço. 2315 gal: A – AN.
ZM-Juízo de Órfãos e Ausentes da 2ª Vara. Maço: 2307, n.1844, Gal. A. Marie Segur (menor) e José da Silva Alves Azambuja. Soldada.
Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro – APERJ
Livros de matrículas da Casa de Detenção da Corte e do Distrito Federal.
ABREU ESTEVES. Martha de. Meninas Perdidas: os populares e o cotidiano do amor no Rio de Janeiro da Belle Époque. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989
ALENCASTRO, Luiz Felipe. Proletários e escravos: Imigrantes portugueses e cativos africanos no Rio de Janeiro, 1850-1872. Novos Estudos Cebrap, n.21 – Julho de 1988.
ALLEMANDI, Cecilia L. Sirvientes, criados y nodrizas. Uma aproximación a las condiciones de vida y de trabajo em la ciudad de Buenos Aires a partir del servicio doméstico (fines del siglo XIX – prinipios del XX). Tesis. Buenos Aires: Posgrado de Historia/ Universidad de San Martín. 2015.
AZEVEDO, Gislane Campos. Os juízes de órfãos e a institucionalização do trabalho infantil no século XIX. Disponível em: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao2017/materia01/texto01.pdf. Acesso em 13 de março de 2018.
CAULFIELD, Sueann. Em defesa da honra: moralidade, modernidade e nação no Rio de Janeiro (1918-1940). Campinas, SP: Editora da Unicamp/ Centro de Pesquisa em História Social da Cultura, 2000.;
CESAR, Beatriz Aceti Lenz. O beber feminino: A marca social do gênero feminino no alcoolismo em mulheres. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005.
CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis: historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
COSTA LEITE, Joaquim da. O Brasil e a emigração portuguesa (1855-1914). In. FAUSTO, Boris (org.) Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina. 2 ed. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 2000.
CUNHA, Olívia Maria Gomes da. Criadas para servir: domesticidade, intimidade e retribuição. In. CUNHA, Olívia M. G. da; GOMES, Flávio dos Santos (orgs.). Quase-cidadão: histórias e antropologias da pós-emancipação no Brasil Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.
ENGEL, Magali. Os delírios da razão: médicos, loucos e hospícios (Rio de Janeiro, 1830-1930). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2001.
FILHO, Walter Fraga. Mendigos, moleques e vadios na Bahia do século XIX. São Paulo, SP/ Salvador, BA: Editora Hucitec/EDUFBA, 1996.
FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51ª ed. São Paulo: Global, 2006.
GRAHAM, Sandra Lauderdale. Proteção e obediência: criadas e seus patrões no Rio de Janeiro, 1860-1910. tradução de Viviana Bosi. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. LEITE, M. L. M. A infância no século XIX segundo memórias e livros de viagem. In. FREITAS, M.C. (org.). História da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.
LIMA, Henrique Espada. Sobre o domínio da precariedade: escravidão e os significados da liberdade de trabalho no século XIX. Topoi, v.6, n.11, jul.-dez. 2005, pp.289-326
LINDEN, Marcel van der. Trabalhadores do mundo. Ensaios para uma história Global do trabalho. São Paulo: Editora Unicamp. 2013.
LINEBAUGH, Peter. Crime e industrialização: a Grã-Bretanha no século XVIII. In. PINHEIRO, P.S. (org.) Crime, Violência e Poder. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1983 – Comentário 1 – Maria Stella Breciani.
MATTOS, Hebe. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista – Brasil, século XIX. 3ª Ed. revisada. Campinas, São Paulo: Ed. Unicamp, 2013.
MATTOSO, K. O filho da escrava. In. PRIORE, Mary del (org). História da criança no Brasil. São Paulo: Contexto, 1991.
PERUSSATO, Melina Kleinert. Como se de ventre livre nascesse: experiências de cativeiro, parentesco, emancipação e liberdade nos derradeiros anos da escravidão – Rio Pardo/RS,c.1860-1888, São Leopoldo/RS: Programa de Pós-Graduação em História da UNISINOS, 2010.
POLANYI, Karl. A grande transformação. As origens da nossa época. 8ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2004.
POPINIGIS, Fabiane. Proletários de casaca: trabalhadores do comércio carioca, 1850-1911. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2007.
RIZZINI, Irene e RIZZINI, Irma. A institucionalização da criança no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2004.
SILVA, Alessandra Lima e POLEZE, Lorena Huidobro. As mulheres no Hospício de Pedro II (1841-1889). Anais do XVII Encontro de História da ANPUH-Rio. agosto de 2016. Disponível em: http://www.encontro2016.rj.anpuh.org. Acesso em 12 de janeiro de 2018.
SOARES, Aline Mendes. “Precisa-se de um pequeno, prefere-se de cor”: o mundo do trabalho infantil no pós-abolição no Rio de Janeiro (1888-1927). Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH. São Paulo, julho 2011. P.7. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300927031_ARQUIVO_ANPUH2011-.pdf. Acesso em 03 de fevereiro de 2018.
SOARES, Luiz Carlos. O “Povo de Cam” na Capital do Brasil: Escravidão urbana no Rio de Janeiro do século XIX. Rio de Janeiro: Faperj – 7 Letras, 2007.
TEIXEIRA, Heloísa Maria. Úteis a si e à nação: A criança no processo de transição do sistema de trabalho – Brasil, segunda metade do século XIX. Revista de História e Historiografia da Educação. Curitiba, Brasil, v.1, n. especial, pp. 141-169, julho de 2017. p.144. Disponível em: http://revistas.ufpr.br>article>download.. Acesso em: 19 de março de 2018.
THOMPSON, Edward P. Costumes em comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
VIANNA, Adriana de Resende B. O mal que se adivinha. Polícia e menoridade no Rio de Janeiro, 1910-1920. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1997.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores cedem à Revista Mundos do Trabalho os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International. Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.