A Sociedade de Resistência dos Trabalhadores em Trapiche e Café: novos questionamentos para incontornáveis debates (1904-1913)
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2020.e66937Resumo
O período compreendido entre as últimas décadas do século XIX e o início do século XX nas
principais cidades do Brasil – incluindo o Rio de Janeiro – é marcado por uma ebulição política e um intenso processo de conscientização dos trabalhadores acerca de suas condições de vida e trabalho. Nesse contexto, a zona portuária da cidade consistia num dos principais espaços de articulação dos trabalhadores, e tinha a Sociedade de Resistência dos Trabalhadores em Trapiche e Café como um grande exemplo de ferramenta para sua organização. Tal entidade possuía diversos traços advindos do período escravista, seja na composição étnico-racial de seus associados, ou em determinados elementos relacionados à organização desses sujeitos. Propomos, contudo, uma reaproximação do tema a partir de novas fontes no intuito de buscar novos questionamentos e suscitar novas reflexões, de forma a captar possíveis convergências entre as heranças provindas dos trabalhadores escravizados e suas formas de organização, por um lado, assim como novas perspectivas ideológicas oriundas das lutas dos trabalhadores europeus que se forjavam, por outro. Nesse sentido, podemos identificar em tal cenário bastante heterogêneo, alguns elementos de conflito entre os trabalhadores, mas, também, diversos aspectos de solidariedade de classe entre eles.
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