“Nós somos os últimos proletários do Brasil!”: associativismo, imprensa e trabalho no Rio de Janeiro da virada do século (1880-1910)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2022.e84467

Resumo

Este artigo analisa o aparecimento da profissão dos repórteres na imprensa do Rio de Janeiro entre as décadas de 1880 e 1900. Foram utilizados, para tanto, estatutos de associações, jornais e outros periódicos, como o Almanak Laemmert, atentando-se sempre para o processo de desenvolvimento das empresas jornalísticas e seu impacto na vida dos trabalhadores. Nesse cenário, a trajetória do repórter negro e socialista Gustavo de Lacerda é tratada de forma destacada, a fim de analisar e compreender a centralidade dos repórteres na fundação das principais organizações de imprensa que surgiram no início do século XX, o Circulo dos Reporters e a Associação de Imprensa.

Biografia do Autor

Gabriela Nery, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Doutoranda em História Social pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestra em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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Publicado

2022-03-21

Como Citar

NERY, Gabriela. “Nós somos os últimos proletários do Brasil!”: associativismo, imprensa e trabalho no Rio de Janeiro da virada do século (1880-1910). Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 14, p. 1–21, 2022. DOI: 10.5007/1984-9222.2022.e84467. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/84467. Acesso em: 3 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos