Infância, mídias e educação: revisitando o conceito de socialização
DOI:
https://doi.org/10.5007/%25xResumo
O ser humano não se torna espontaneamente um ser social com competências sociais efetivas. É preciso que as novas gerações, que asseguram a reprodução da sociedade, interiorizem as disposições que as humanizam, tornando-as indivíduos sociais. A socialização é este processo que se desenrola durante toda a infância e adolescência por meio das práticas e das experiências vividas, não se limitando de modo algum a um simples treinamento realizado pelas instituições especializadas. Nas sociedades contemporâneas, as experiências vividas pela criança tendem a se caracterizar, entre outros aspectos: pela confusão entre a vida privada e a vida pública; pela obnubilação das fronteiras entre o mundo adulto e o mundo infantil; por uma maior reflexividade; e por um fosso tecnológico entre as gerações que subverte a relação tradicional entre o adulto que sabe e a criança que não sabe. Este artigo representa uma tentativa de síntese dos diferentes conceitos relativos à socialização em algumas das principais correntes da Sociologia. Trata-se de uma reflexão não exaustiva que pretende trazer uma modesta contribuição para compreender os últimos avanços da Sociologia da Infância, realizados com base na crítica ao conceito de socialização. Tal reflexão se inscreve num trabalho mais amplo que tem como eixo teórico o papel desempenhado pelas diferentes mídias no processo de socialização.
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