Formação de Adultos Pouco Escolarizados: paradoxos da perspectiva da Aprendizagem ao Longo da Vida

Autores

  • Carmen Cavaco Instituto de Educação da Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2013v31n2p449

Resumo

Neste artigo, procura-se analisar criticamente a perspectiva política da Aprendizagem ao Longo da Vida, tendo como referência as políticas e práticas orientadas para os adultos pouco escolarizados, em Portugal. Considera-se que, contrariamente ao discurso político da Agenda Europeia e das orientações políticas nacionais, a perspectiva da Aprendizagem ao Longo da Vida não visa uma educação para todos, nem todo o tipo de educação. A análise que se apresenta resultou de uma investigação de natureza qualitativa, que se baseou na recolha documental e estatística. Estes dados foram complementados com informação recolhida através de entrevistas, num território do sul de Portugal, composto por cinco municípios. Os dados empíricos recolhidos evidenciam que as orientações políticas referentes à perspectiva da Aprendizagem ao Longo da Vida dão lugar a práticas muito circunscritas de formação, que não atendem à riqueza e diversidade dos processos educativos e que, por esse motivo, não envolvem a globalidade dos cidadãos. A maior parte da formação realizada no território em estudo é orientada para adultos activos e baseia-se na forma escolar, o que dificulta a participação dos adultos pouco escolarizados.

Biografia do Autor

Carmen Cavaco, Instituto de Educação da Universidade de Lisboa

Doutorada em Ciências da Educação pela Universidade de Lisboa, lecciona e investiga no domínio da Educação de Adultos. Domínios de investigação - Políticas de educação e formação de adultos, práticas de educação e formação de adultos, adultos não escolarizados, adultos pouco escolarizados, formação experiencial, reconhecimento de adquiridos experienciais.

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Publicado

2013-05-27

Como Citar

Cavaco, C. (2013). Formação de Adultos Pouco Escolarizados: paradoxos da perspectiva da Aprendizagem ao Longo da Vida. Perspectiva, 31(2), 449–477. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2013v31n2p449