Reconhecimento e validação de adquiridos experienciais de adultos pouco escolarizados em Portugal: uma medida de política pública inovadora?
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e66026Resumo
O texto analisa o processo de reconhecimento e validação de adquiridos experienciais, uma medida de política pública orientada para os adultos pouco escolarizados em Portugal. A análise resulta de uma investigação qualitativa baseada em entrevistas semiestruturadas com técnicos e formadores responsáveis pela implementação do processo em estudo e em entrevistas biográficas com adultos certificados através deste processo. Os dados empíricos recolhidos permitiram identificar alguns elementos de inovação no processo de reconhecimento e validação de adquiridos experienciais implementado em Portugal. No artigo, analisamos dois desses elementos de inovação, por um lado, o recurso à metodologia biográfica e à história de vida; por outro lado, o acompanhamento assegurado pelo técnico de orientação, reconhecimento e validação e pelos formadores. Na nossa perspectiva, os elementos de inovação identificados contribuem para que o processo de reconhecimento e validação de adquiridos experienciais orientado, do ponto de vista político, para o aumento da qualificação escolar dos adultos, apresente um potencial formativo nos adultos envolvidos.
Referências
AUBRET, Jacques; MEYER, Nicole. La reconnaissance des acquis personnels et professionnels et l´enseignement supérieur, les enjeux. Paris: Université de Paris VIII, 1994. Collection thématiques – Formation/ Permanente.
BERGER, Guy. A experiência pessoal e profissional na certificação de saberes: a pessoa ou a emergência de uma sociedade global. In: PORTUGAL. Ministério da Educação (org.) Novos rumos para o Ensino Tecnológico e Profissional. Porto: ME, 1991. p. 233-243.
CANÁRIO, Rui. O que é a Escola – Um olhar sociológico. Porto: Porto Editora, 2005.
CANÁRIO, Rui. Uma problemática para o estudo do RVAE. Formação e adquiridos experienciais: entre a pessoa e o indivíduo. In: FIGARI, Gérard; RODRIGUES, Pedro;
ALVES, Maria Palmira; VALOIS, Pierre (org.). Avaliação de competências e aprendizagens experienciais. Saberes, modelos e métodos. Lisboa: Educa, 2006. p. 35-46.
CAVACO, Carmen. Adultos pouco escolarizados. Políticas e práticas de formação. Lisboa: Educa e UIDCE.
COMISSÃO EUROPEIA. Livre blanc sur l´éducation et la formation. Enseigner et Apprendre. Vers la société cognitive. Luxemburgo: Comissão Europeia, 1995.
COMISSÃO EUROPEIA. Eurydice. Educação e Formação de Adultos. Aspetos gerais do sistema de educação e formação de adultos. Agência Executiva relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura, [S. l.], 16 jan. 2019. Disponível em: https://bit.ly/34AisVr. Acesso em: 29 jun. 2019.
DELORY-MOMBERGER, Christine. De la recherche biographique en éducation. Fondements, méthodes, pratiques. Paris: Téraèdre, 2014.
DESLAURIERS, Jean-Pierre; KERISIT, Michèle. Le devis de recherche qualitative. In: POUPART, Jean et al. La Recherche qualitative. Enjeux épistémologiques et méthodologiques. Montréal: Gaëtan Morin, 1997. p. 85-111.
DOMINICÉ, Pierre. A formação de adultos confrontada pelo imperativo biográfico, Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 345-357, ago. 2006. ISSN 1517-9702. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022006000200010. Disponível em: https://bit.ly/2PXGoMO. Acesso em: 20 set. 2018.
FINGER, Matthias; ASÚN, José M. A Educação de Adultos numa encruzilhada. Aprender a nossa saída. Porto: Porto Editora, 2003.
GIL, José. O que não sabemos sobre nós. O vazio das não notícias. Público, Lisboa, 5 de mar. 2012. Disponível em: http://static.publico.pt/docs/sociedade/03.pdf. Acesso em: 20 set. 2018.
GIORGI, Amedeo. De la méthode phénoménologique utilisée comme mode de recherche qualitative en sciences humaines: théorie, pratique et évaluation. In: POUPART, Jean et al. La Recherche qualitative. Enjeux épistémologiques et méthodologiques. Montréal: Gaëtan Morin, 1997. p. 341-364.
JOBERT, Guy. Les difficiles questions adressées par la VAE à l´analyse du travail. In:
ROZARIO, Pascal (ed.). Enjeux politiques et systèmes de reconnaissance des apprentissages. Paris: CNAM, 2005. p. 7-15. Actes du Colloque Européen, v. 2.
LAPERRIÈRE, Anne. La théorisation ancrée (grounded theory): démarche analytique et comparaison avec d´autres approches apparentées. In: POUPART, Jean et al. La Recherche qualitative. Enjeux épistémologiques et méthodologiques. Montréal: Gaëtan Morin, 1997. p. 309-340.
LE BOUËDEC, Guy. La démarche d´accompagnement, un signe des temps. Education Permanente, Paris, n. 153, p. 13-20, dec. 2002. Disponível em: https://bit.ly/2rMhDvn. Acesso em: 20 set. 2018.
LIÉTARD, Bernard. Se reconnaître dans le maquis des acquis. Education Permanente, Paris, n. 133, p. 65-74, 1997. Disponível em: https://bit.ly/34qYgVT. Acesso em: 20 set. 2018.
LIÉTARD, Bernard; PIAU, Anne; LANDRY, Pierre (coord.). Pratiquer la reconnaissance des acquis de l’expérience. Lyon: Chronique Sociale, 2017.
MEZIROW, Jack. Penser son formation. Développer l´autoformation. Lyon: Chronique Sociale, 2011.
MUCCHIELLI, Alex (org.). Dictionnaire des méthodes qualitatives en sciences humaines et sociales. Paris: Armand Colin, 2002.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA (UNESCO). V Conferência Internacional sobre a educação de adultos. Declaração de Hamburgo. Brasília: Editora do Sesi, 1999. (Série Sesi/Unesco Educação do Trabalhador nº 1).
PINEAU, Gaston. A autoformação no decurso da vida: entre a hetero e a ecoformação. In: NÓVOA, António; FINGER, Matthias (org.). O método (auto)biográfico e a formação. Lisboa: Ministério da Saúde, 1988. p. 65-86.
PINEAU, Gaston. La reconnaissance des acquis: deux idées simples qui posent des problèmes complexes. In: PINEAU, Gaston; LIETARD, Bernard; CHAPUT, Monique (coord.). Reconnaître les acquis. Démarches d´exploration personnalisée. Paris: L´Harmattan, 1997. p. 11-17.
PIRES, Ana Luísa. Educação e formação ao longo da vida: análise crítica dos sistemas e dispositivos de reconhecimento e validação de aprendizagens e de competências. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2005.
PORTUGAL. Conselho Nacional de Educação. Estado da Educação 2011. A Qualificação dos Portugueses. Lisboa: CNE, 2011.
PORTUGAL. Ministério da Educação. Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência. Educação em Números - Portugal 2018. Lisboa: DGEEC, 2018. Disponível em: https://bit.ly/2Ptz908. Acesso em: 29 jun. 2019.
RICOEUR, Paul. Temps et récit. Le temps raconté. Paris: Éditions du Seuil, 1985.
RICOEUR, Paul. Parcours de la reconnaissance. Paris: Éditions Stock, 2004.
RICOEUR, Paul. Devenir capable, être reconnu. Esprit, [S. l.], n. 7, juil. 2005. Não paginado. Disponível em: https://bit.ly/2RYErTb. Acesso em: 29 jun. 2019.
ROSE, Nikolas. Powers of freedom: reframing political thought. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
SANSREGRET, Marthe. La reconnaissance des acquis. Principes. Montreal: Éditions Hurtubise HMH, 1988.
SCHURMANS, Marie-Noëlle. Expliquer, interpréter, comprendre. Le paysage épistémologique des sciences sociales. Genève: Université de Genève, 2006.
SCHURMANS, Marie-Noëlle . Restitution et épistémologie, Sociologies, [S. l.], jun. 2014. Não paginado. Disponível em: http://journals.openedition.org/sociologies/4716. Acesso em : 29 jun. 2019.
SOCIEDADE PORTUGUESA DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO. Instrumento de Regulação Ético-Deontológica. Carta Ética. Porto: SPCE, 2014. Disponível em: https://bit.ly/2YZ6ymQ. Acesso em: 29 jun. 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o Open Journal Sistem (OJS) assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
A Perspectiva permite que os autores retenham os direitos autorais sem restrições bem como os direitos de publicação. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, solicita-se aos autores informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na revista Perspectiva, bem como citar as referências bibliográficas completas dessa publicação.