A função da escrita na formação inicial de professores: a tradição e a inovação no ensino de língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2019.e54151Resumo
A produção de conhecimentos linguísticos fundamenta propostas de renovação no ensino de língua portuguesa, no Brasil, desde os anos finais da década de 70 do século XX. A necessidade de renovação polemiza com discursos pedagógicos considerados tradicionais, referenciados em concepções prescritivas de uso da língua. Neste trabalho, objetiva-se conhecer os efeitos que concepções concorrentes de linguagem e de ensino de língua portuguesa produzem na formação inicial de professores. Os dados foram produzidos em processos enunciativos em que a escrita constituiu um dispositivo de elaboração e de reflexão, pelo docente formador e pelos licenciandos, a respeito de concepções de linguagem e de docência. A análise dos dados evidenciou os efeitos do discurso pedagógico escolar tradicional sobre os modos de apropriação, pelos professores em formação inicial, de enunciados produzidos pelas ciências da linguagem. Os resultados apontam ainda a relevância da materialidade da escrita para o trabalho de formação docente desenvolvido em bases dialógicas.
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