Criar de um jeito hacker: experiências na/com a escola e a universidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2021.e72405

Resumo

Este artigo aponta elementos para repensarmos e transformarmos práticas no contexto educativo contemporâneo. Estão em evidência a experimentação de possibilidades outras de vivenciar o cotidiano escolar e a construção de materiais baseados em recursos abertos. Considerando as correntes críticas à educação pública, percebemos a necessidade de agir de maneira propositiva, construindo a mudança a partir de dentro das escolas, escutando, apoiando e fortalecendo seus praticantes. Uma das possibilidades é a presença da universidade realizando pesquisas com as escolas, como aconteceu no projeto Conexão Escola-Mundo, que fomentou o jeito hacker de criar, aqui é descrito e analisado. As ações também contemplaram o desenvolvimento de redes de saberes e significados tecidas por meio de práticas em que os sujeitos se colocavam enquanto autores dos seus percursos de aprender/ensinar. A metodologia foi construída conjuntamente com os praticantes, utilizando-se principalmente da dinâmica de reuniões de trabalho e estudo com professores, além de oficinas e ações que atendessem a temas demandados pela comunidade escolar. Os dispositivos utilizados para construção de dados foram gravações em áudio e/ou vídeo e diários de campo. Também aportamos a discussão deste artigo em uma breve análise sobre como o jeito hacker está presente nas atividades de formação que realizamos com alunos dos cursos de licenciatura. Os resultados gerais apontam para a capacidade de inovação e integração do tripé ensino, pesquisa e extensão, realizado pela universidade pública por meio do estabelecimento de um ecossistema colaborativo com a escola, no qual a troca de saberes transforma-se em construção de conhecimentos para todos.

Biografia do Autor

Daniel Silva Pinheiro, Universidade Federal da Bahia, UFBA

Doutorando no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia onde pesquisa sobre a produção de Materiais Didáticos por professores do Ensino Médio no contexto da cibercultura. Esta atual pesquisa é fruto das análises realizadas durante seu mestrado à respeito dos Recursos Educacionais Abertos (REA). Pedagogo pela mesma Universidade (2011), é integrante do Grupo de Pesquisa Educação Comunicação e Tecnologias (GEC/FACED/UFBA), professor da Educação Básica na cidade de Mata de São João (BA).

Karina Moreira Menezes, Universidade Federal da Bahia

Assessora da Pro-Reitoria de Ensino de Graduação da UFBA. Professora da Faculdade de Educação da UFBA (FACED/UFBA). Doutorado e Mestrado em Educação pela Faculdade de Educação da UFBA linha de pesquisa Currículo e (In) Formação, atualmente, acompanha projetos relacionados a Tecnologias de Informação e Comunicação nessa mesma faculdade. Ganhadora do Prêmio Capes de Tese 2019 na área de Educação, é integrante do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Linguagem (GELING) e do Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisas em Infâncias e Educação Infantil (NEPESSI). Pedagoga especializada em administração da educação pela UnB.

Salete de Fátima Noro Cordeiro, Universidade Federal da Bahia

Possui graduação em Pedagogia e mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (2002), doutorado em Educação pela Universidade Federal da Bahia (2014). Atualmente é professora adjunto 3 da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia.

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Publicado

2021-09-21

Como Citar

Pinheiro, D. S., Menezes, K. M., & Cordeiro, S. de F. N. (2021). Criar de um jeito hacker: experiências na/com a escola e a universidade. Perspectiva, 39(3), 1–18. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2021.e72405

Edição

Seção

Dossiê Educação, Direitos Humanos e Ética Hacker