Ecologias, afinidades e afetividades: dentre redes de Educação Ambiental
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2025.e96658Palavras-chave:
Educação ambiental, Redes, Teoria do discursoResumo
As redes de Educação Ambiental são coletivos formados por pessoas, seres e coisas que lutam e re-existem por uma sociedade mais equânime socioambientalmente, desde sua formação a partir do desejo de educadores ambientais no Fórum Global, evento paralelo à Eco-92. Temos por alvo caracterizar o processo e os modelos de articulação promovidos pela Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), na formação e atuação de suas redes territoriais, como também discorrer acerca de seus fatores de (des)articulação, limitações e possibilidades. Para tanto, foram realizadas entrevistas com educadores que compõem a malha da REBEA, cujos enunciados foram analisados com base na Teoria do Discurso. A análise permitiu considerar três categorias, que se voltam para aspectos de horizontalidade e hegemonia, ecopolítica e afetividade. Assim, pensar as redes como modelos fluídos e que permitam a presença de elementos dinâmicos em suas associações requer novas formatações de conceitos e discussões.
Referências
ALMEIDA, Leonardo Monteiro Crespo de. Continuidade teórica ou mudança de perspectiva: articulação e antagonismo em dois momentos da obra de Laclau. Estudos de Sociologia, Recife, v. 1, n. 27, p. 249-275, 2021. DOI 10.51359/2317-5427.2021.250935. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/revsocio/article/view/250935 Acesso em 02 jun. 2024.
AMARAL, Vivianne. REBEA: processos e desafios de horizontalização. Revista Brasileira de Educação Ambiental, São Paulo, n. 3, p. 15-34, 2008.
ARENDT, Hannah. O que é política? Tradução de Reinaldo Guarany. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
AZEVEDO, Leonardo Francisco de. Desvendando relações: redes, atores e malhas. Temáticas, Campinas/SP, v. 28, n. 55, p. 343-365, fev./jun. 2020. DOI 10.20396/temáticas.v28i55.13428. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/13428 Acesso em 04 jun. 2024
BONFIM, Alexandre. Educação Ambiental (EA) para além do capital: estudos e apontamentos para a EA sob a perspectiva do trabalho – GPTEEA (IFRJ). Trabalho necessário, Niterói/RJ, ano 9, edição especial, n. 13, p. 1-20, 2011. DOI 10.22409/tn.9i13.p6849. Disponível em: https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/6849 Acesso em 02 mai. 2022.
BONI, Valdete; QUARESMA, Sílvia Jurema. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Em Tese, Florianópolis, v. 2, n. 1 (3), p. 68-80, jan./jul. 2005. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/18027 Acesso em 12 jun. 2022.
BORGES, Marcelo Gules. A TEIA e a REDE: aprendizagens nas/em redes locais de educação ambiental. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 17, n. 55, p. 1465-1501, out./dez. 2017. DOI 10.7213/1981-416X.17.055.DS02. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S1981-416x2017000501465&script=sci_abstract Acesso em 02 jun. 2024.
BURKE, Peter. A esperança tem história? Estudos Avançados, São Paulo, v. 26, n. 75, p. 207-218, 2012. DOI 10.1590/S0103-40142012000200014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/SCJNStgyxZkvbC5xfChgXhp/ Acesso em 18 out. 2022.
COSTA, Samira Lima da; CASTRO E SILVA, Carlos Roberto de. Afeto, memória, luta, participação e sentidos de comunidade. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del-Rei/MG, v. 10, n. 2, p. 283-291, jul./dez. 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-89082015000200006 Acesso em 18 out. 2022.
DUARTE, Débora Moisés Duarte; ALMEIDA, Isabella Silva de. Entre afetos e despedidas: as cartas enquanto ponte para a travessia. Mnemosine, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p. 62-71, 2019. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/mnemosine/article/view/45973 Acesso em 18 out. 2022.
FERREIRA, Fabio Alves. Para entender a Teoria do Discurso de Ernesto Laclau. Revista Espaço Acadêmico, Maringá/PR, n. 127, p. 12-18, 2011. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/12438 Acesso em 27 jul. 2022.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. 24. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade: a vontade do saber. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2020.
GOMES, Helen Abdom; SILVA, Cyntia Thaís da; IARED, Valéria Ghisloti. Afetividade, emoção e a experiência estética na pesquisa em Educação Ambiental. In: BRITO, Glaucia da Silva (Org.). Cultura, Escola e Processos formativos em Educação: percursos metodológicos e significados. Rio de Janeiro: BG Business Graphics Editora, 2020. p. 244-258.
GUATTARI, Félix. As três ecologias. Tradução de Maria Cristina F. Bittencourt. 21. ed. Campinas: Papirus, 2012.
GUIMARÃES, Mauro et al. Educadores ambientais nas escolas: as redes como estratégia. Cad. Cedes, Campinas, v. 29, n. 77, p. 49-62, jan./abr. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccedes/a/WB8qznYGTNS6QDhzcmwWKHk/?format=pdf&lang=pt Acesso em 02 jun. 2024.
GUERRA, Antonio Fernando S.; LIMA, Anabel de; JUSTEN, Liana Márcia; GARUTTI, Mara Lúcia Figueiredo. As redes no espelho: conceitos e práticas da cultura de redes de educação ambiental. Revista Brasileira de Educação Ambiental, Brasília, n. 3, p. 79-90, jun. 2008.
HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: HARAWAY, Donna; KUNZRU, Heri; TADEU, Tomaz (Org.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009. p. 33-118.
HENNING, Paula Correa. Estratégias Bio/Ecopolíticas na Educação Ambiental: a mídia e o aquecimento global. Educação Unisinos, São Leopoldo/RS, v. 23, n. 2, p. 367-382, abr./jun. 2019. DOI 10.4013/edu.2019.232.11. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/view/edu.2019.232.11 Acesso em 09 mar. 2022.
INGOLD, Tim. Rethinking the animate, re-animating thought. Ethnos, v. 7, n. 1, p. 9-20, 2006. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00141840600603111 Acesso em 02 jun. 2024.
LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemonia e estratégia socialista: por uma política democrática radical. Tradução de Joanildo Burity, Josias de Paula Júnior e Aécio Amaral. São Paulo: Intermeios; Brasília: CNPq, 2015.
LACLAU, Ernesto. Misticismo, retórica y política. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2002.
LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemony and Socialist Strategy: towards a radical democratic politics. London: Verso, 1985.
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de Antropologia simétrica. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 2019.
LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à teoria do ator-rede. Tradução de Gilson César Cardoso de Sousa. Salvador: EDUFBA, 2012; Bauru: EDUSC, 2012.
LEE, Henrique de Oliveira; FRANCISCO, Camila Rodrigues. Embates discursivos e significantes vazios nas manifestações de junho de 2013. Rev. Polis e Psique, Porto Alegre, v. 7, n. 1, p. 101-119, 2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2017000100007 Acesso em: 09 set. 2022.
LOPES, Alice Casimiro. Políticas de currículo em um enfoque discursivo: notas de pesquisa. In: LOPES, Alice Casimiro; OLIVEIRA, Anna Luiza A. R. Martins de; OLIVEIRA, Gustavo Gilson Sousa de (Org.). A Teoria do Discurso na pesquisa em Educação. Recife: Editora UFPE, 2018. p. 133-167.
MARQUES, Isabel Ribeiro; HENNING, Paula Correa. Discursos Esverdeantes e atravessamentos com a Ecopolítica. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande/RS, v. 37, n. 1, p. 228-246, jan./abr. 2020. DOI 10.14295/remea.v37i1.11068. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/11068 Acesso em: 07 jul. 2022.
MENDONÇA, Daniel de. A teoria da hegemonia de Ernesto Laclau e a análise política brasileira. Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo/RS, v. 43, n. 3, p. 249-258, 2007. Disponível em https://revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/view/5674 Acesso em 02 jun. 2024.
NASCIMENTO, Kamila Lima do. O populismo na perspectiva de Ernesto Laclau: uma alternativa para a esquerda? Revista Estudos Políticos, Niterói/RJ, v. 9, n. 17, p. 32-49, 2018. DOI 10.22409/rep.v9i17.39849. Disponível em: https://periodicos.uff.br/revista_estudos_politicos/article/view/39849 Acesso em 02 jun. 2024.
OLIVEIRA, Gustavo Gilson; OLIVEIRA, Anna Luiza; MESQUITA, Rui Gomes de. A teoria do discurso de Laclau e Mouffe e pesquisa em Educação. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 4, p. 1327-1349, out./dez. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/tt3RpF8zjvRZDNwtcQS4Snk/# Acesso em: 19 abr. 2021.
ORLANDI, Eni Pucccinelli. Discurso, imaginário social e conhecimento. Em Aberto, Brasília, ano 14, n. 61, jan./mar. 1994. DOI 10.24109/2176-6673.emaberto.14i61.%25p. Disponível em: https://rbep.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/article/view/2250 Acesso em: 02 jun. 2024.
PAYNE, Phillip et al. Affectivity in Environmental Education Research. Pesquisa em Educação Ambiental, Rio Claro/SP, v. 13, n. especial, p. 93-114, 2018. DOI 10.18675/2177-580X. Disponível em: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/pesquisa/article/view/12463 Acesso em 20 out. 2022.
PINTO, Áureo Magno Gaspar; JUNQUEIRA, Luciano Antonio Prates. Relações de poder em uma rede do terceiro setor: um estudo de caso. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 43, n. 5, p. 1091-1116, set./out. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rap/a/xcdLDqkm9D55yczs3qV6qvh/?lang=pt# Acesso em 02 jun. 2024.
REIGOTA, Marcos. Educação Ambiental: a emergência de um campo científico. Perspectiva, Florianópolis, v. 30, n. 2, p. 499-520, maio/ago. 2012. DOI 10.5007/2175-795X.2012v30n2p499. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/2175-795X.2012v30n2p499 Acesso em 02 jun. 2024.
SALES, Ronaldo. Hegemonia e pesquisa social: implicações teórico-metodológicas da Teoria Política do Discurso. In: LOPES, Alice Casimiro; OLIVEIRA, Anna Luiza A. R. Martins de; OLIVEIRA, Gustavo Gilson Sousa de (Org.). A Teoria do Discurso na pesquisa em Educação. Recife: Editora UFPE, 2018. p.105-131.
SANTOS, Luiz Ricardo Oliveira. Educação (Ambiental): moldando corpos para gerir a vida? Educação Unisinos, São Leopoldo/RS, v. 25, p. 1-14, 2021. DOI 10.4013/edu.2021.251.31. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/view/20832 Acesso em 19 out. 2022.
SANTOS, Luiz Ricardo Oliveira. 2023. 171f. Tessituras e (des)articulações de redes de Educação Ambiental. Tese (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão/SE, 2023.
SANTOS, Luiz Ricardo Oliveira; MELO E SOUZA, Rosemeri. Redes de Educação Ambiental: indicadores para autogestão de ações e projetos. Revista Cocar, Belém, v. 19, n. 37, p. 1-20, 2023. Disponível em: https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/7174. Acesso em: 02 jun. 2024.
SATO, Michèle. Ecofenomenologia: uma janela ao mundo. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande/RS, edição especial, p. 10-27, jul., 2016. DOI 10.14295/remea.v0i0.5957. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/5957 Acesso em 02 jun. 2024.
SCHMIDT, Beatriz; PALAZZI, Ambra; PICCININI, Cesar Augusto. Entrevistas online: potencialidades e desafios para coleta de dados no contexto da pandemia de COVID-19. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, Uberaba/MG, v. 8, n. 4, p. 960-966, out./dez. 2020. DOI 10.18554/refacs.v8i4.4877. Disponível em: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/refacs/article/view/4877/0 Acesso em 02 jun. 2024.
SORRENTINO, Marcos; TRAJBER, Rachel; MENDONÇA, Patrícia; FERRARO-JÚNIOR, Luiz Antonio. Educação ambiental como política pública. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 285-299, maio/ago. 2005. DOI 10.1590/S1517-97022005000200010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/WMXKtTbHxzVcgFmRybWtKrr/abstract/?lang=pt Acesso em 04 abr. 2021.
SOUSA, Tauan; SANT’ANA-JÚNIOR, Horácio Antunes de. Educação Ambiental crítica ou conservadora? Elementos para uma reflexão crítica acerca do Projeto ECOA. Ambiente & Educação, Rio Grande/RS, v. 23, n. 1, p. 100-121, 2018. DOI 10.14295/ambeduc.v23i1.7390. Disponível em: https://periodicos.furg.br/ambeduc/article/view/7390 Acesso em 19 out. 2022.
SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução de Tomaz Tadeu. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
VEIGA-NETO, Alfredo. Ecopolítica: um novo horizonte para a biopolítica. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande/RS, Ed. Especial Impressa – Dossiê Educação Ambiental, p. 31-49, jan./jun. 2014. DOI 10.14295/remea.v31i2.4596. Disponível em https://periodicos.furg.br/remea/article/view/4596 Acesso em 04 jun. 2024.
SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução de Tomaz Tadeu. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Luiz Ricardo Oliveira Santos, Rosemeri Melo e Souza

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o Open Journal Sistem (OJS) assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
A Perspectiva permite que os autores retenham os direitos autorais sem restrições bem como os direitos de publicação. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, solicita-se aos autores informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na revista Perspectiva, bem como citar as referências bibliográficas completas dessa publicação.