A formação docente inicial para a educação escolar de jovens e adultos na Argentina e no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e66321

Resumo

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) escolar historicamente teve um espaço marginal nos sistemas educacionais da maioria dos países de América Latina. Os casos da Argentina e do Brasil evidenciam avanços no seu reconhecimento como modalidade educativa nas normativas: orientada a públicos específicos aos que é reconhecido o direito à educação, com exigências de metodologias e estratégias educativas próprias assim como com modos de organização específicos da oferta educativa. Assim consta na Lei nº 26.206 de Educação Nacional, de 2016 e na Resolução nº 118/2009 aprovada pelo Conselho Nacional de Educação do primeiro país mencionado e na Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, na Lei nº 9.394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996 e no Parecer do Conselho Nacional de Educação nº 11/2000, do Brasil. No entanto, a formação inicial de professores para atuar na EJA ainda é uma questão emblemática nos dois contextos. A partir de um estudo exploratório baseado na abordagem sócio histórica da pesquisa comparada em Educação, que combinou o uso da análise documental e o estudo de dados quantitativos das estatísticas nacionais, busca-se mostrar o déficit que ambos países ainda evidenciam nas políticas educacionais nacionais destinadas à formação de educadores para a EJA.

Biografia do Autor

Mónica de la Fare, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS

Programa de Pós-Graduação em Educação da Escola de Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUC/RS

Esther Levy, Universidade de Buenos Aires, UBA, Argentina.

Faculdade de Filosofía e Letras, Departamento de Ciências da Educação, Universidade de Buenos Aires, UBA, Argentina.

Ines Cappellacci, Universidade de Buenos Aires, UBA, Argentina.

Faculdade de Filosofía e Letras, Departamento de Ciências da Educação, Universidade de Buenos Aires, UBA, Argentina.

Referências

ARGENTINA. Ley nº 1420 de Educación Común, de 8 de julio de 1884.

ARGENTINA. Poder Ejecutivo Nacional. Secretaría de Estado de Hacienda. Dirección Nacional de Estadística y Censos (DNEC). Censo Nacional de Población 1960. Tomo I: Total País. Buenos Aires: DNEC, 1960.

ARGENTINA. Poder Ejecutivo Nacional. Decreto nº 8722, del 30 de octubre de 1964. Crea la Comisión Nacional de Alfabetización y Edificación Escolar.

ARGENTINA. Poder Ejecutivo Nacional. Ley nº 24.195 Federal de Educación, de 14 de abril de 1993. Regula el sistema educativo nacional.

ARGENTINA. Poder Ejecutivo Nacional. Ley nº 26.206 Nacional de Educación, de 14 de diciembre de 2006. Regula el sistema educativo nacional.

ARGENTINA. Poder Ejecutivo Nacional. Consejo Federal de Educación. Resolução nº 118, de 2009. Establece directrices y orientaciones para la modalidad EJA.

AVALOS, Ignacio. Texto de la alocución del Secretario de Guerra General de Brigada. In: Comisión Nacional de Alfabetización y Edificación Escolar. Programa Nacional Intensivo de Alfabetización y Educación de Adultos. Serie Informativa, 1. Buenos Aires, p. 18-19, 1965.

BEISEGEL, Celso Rui. Considerações sobre a política da união para a educação de jovens e adultos analfabetos. Revista Brasileira de Educação, n. 4, jan-abr, 1997, p. 26-34.

BEISEGEL, Celso Rui. Estado e Educação popular. Brasília: Líber Livro, 2004.

BRASIL. Decreto nº 53.465, del 21 de enero de 1964. Institui o Programa Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação e Cultura e dá outras providências.

BRASIL, Lei nº 5.379 de 15 de dezembro de 1967. Provê sobre a alfabetização funcional e a educação continuada de adolescentes e adultos.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988.

BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

BRASIL. Lei nº 9.394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e Bases da Educação Nacional.

BRASIL. Parecer nº 11 CNE/CEB, aprovado o 10 de maio do 2000. Diretrizes curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.

BRASIL. Resolução Conselho Nacional de Educação, nº 1, de 15 de maio de 2006. Diretrizes Curriculares para os cursos de Licenciatura em Pedagogia.

BRASIL. Ministério da Educação do Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 2, do 1 de julho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada.

COSTA, Deane Moneiro Vieira; ARAUJO, Gilda Cardoso. A Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos e a atuação de Lourenço Filho (1947-1950): A arte da guerra. Anais... In: Simpósio da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE). São Paulo, 26 ao 30 de abril de 2011. Disponível em http://anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0126.pdf Acesso em 21 abr. 2017

DI PIERRO, Maria Clara; JOIA, Orlando; RIBEIRO, Vera Masagão. Visões da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Cadernos Cedes, ano XXI, nº 55, p. 58-77, novembro/2001 Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v21n55/5541.pdf Acesso em 20 abr. 2017.

FLORES CRUZ, Ramiro. El crecimiento de la Población Argentina. Disponible en http://webiigg.sociales.uba.ar

GADOTTI, Moacir (Org.). Paulo Freire: uma biobiblografia. São Paulo: Cortez Editora e Instituto Paulo Freire, 1996.

HADDAD; Sérgio; DI PIERRO. Maria Clara. Escolarização de Jovens e Adultos. Revista Brasileira de Educação, n. 14, p. 107-124, mai/Jun/Jul/Ago 2000.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Dados históricos dos Censos. Disponible en http://www2.ibge.gov.br Acceso en 20 mar 2018.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTADÍSTICAS E CENSOS (INEP). Mapa do Analfabetismo no Brasil. Brasília: INEP, 2001. Disponible em http://portal.inep.gov.br Acesso em 20 jan. 2019.

KURLAT, Marcela. Seminario. Deudas y desafíos para la formación docente en la modalidad EJA. Anais XI Seminario Internacional de la Red Estrado. México, abril 2017, p. 1-15. Disponible en http://redeestrado.org/xi_seminario/pdfs/eixo9/50.pdf Acceso em 29 jan 2018.

LOURENÇO FILHO, Manoel B. O problema da educação de adultos. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 5, n. 14, ago. 1945, p. 169-185.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. As interfaces educação popular e EJA: exigências de formação para a prática com esses grupos sociais. Educação (Porto Alegre), v. 33, n. 2. p. 104-110, 2010.

PIOVANI, Juan; KRAWCZYK, Nora. Los estudios comparativos: algunas notas históricas, epistemológicas y metodológicas. Educ. Real. [online], v.42, n.3, p.821-840, 2017. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2175-62362017000300821&script=sci_abstract&tlng=es Acceso em 3 jun. 2018.

PUIGGROS, Adriana. La educación popular en América Latina. Orígenes, polémicas y perspectivas. Buenos Aires: Miño y Dávila, 1998.

PINEAU, Pablo. Qué es lo popular de la educación popular? Una aproximación histórica. In: ELIZALDE, R.; AMPUDIA, M. Movimientos Sociales y Educación. Teoría e historia de la Educación Popular en Argentina y América Latina. Buenos Aires: Buenoslibros, 2008, p, 72-81.

RITACO, Araldo. Texto de la alocución del Diputado de la Nación. In: Comisión Nacional de Alfabetización y Edificación Escolar. Programa Nacional Intensivo de Alfabetización y Educación de Adultos. Serie Informativa, 1. Buenos Aires, 1965, p. 12-15.

RODRÍGUEZ, Lidia. La educación de adultos en Argentina. In: PUIGGRÓS, A. (Dir.). Sociedad civil y Estado. Tomo II, Buenos Aires: Galerna, 1991, p. 72-89.

RODRÍGUEZ, Lidia. Educación de Adultos en la historia reciente de América Latina y el Caribe. In: MORENO MARTÍNEZ, P. L.; NAVARRO GARCIA, C. (Coords.) Perspectivas históricas de la educación de personas adultas, v. 3. Salamanca: Universidad de Salamanca, 2009, p. 23-32.

SARMIENTO, Domingo Faustino. De la Educación Popular. Santiago de Chile: Imprenta del Ferrocarril, 1849.

SEMINARIO REGIONAL DE EDUCACIÓN DE ADULTOS DE PERNAMBUCO (SREAP). Relatório 17 de mayo de 1958. In: Em Aberto, v. 26, n. 90, 2013. Disponível em

SITEAL/IIPE/UNESCO. Perfil País: Argentina, 2019. Disponible en http://www.siteal.iipe.unesco.org

SITEAL/IIPE/UNESCO. Perfil País: Brasil, 2019. Disponible en http://www.siteal.iipe.unesco.org

SOARES, Leôncio. O educador de jovens e adultos em formação. Anais... 29º Reunião Científica Nacional da ANPED. GT 18. Caxambú, 2006, p. Disponível em

SOARES, Leôncio; SIMÕES, Fernanda Maurício. A formação inicial do educador de jovens y adultos. Realidade & Educação, n. 29(2), p. 25-39, jul/dez 2004. Disponível em http://29reuniao.anped.org.br/trabalhos/trabalho/GT18-2030--Int.pdf Acesso em dez. 2012.

UNESCO. Recomendación para el Aprendizaje y la Educación de Adultos. Paris: ONU, 2015.

UNESCO. Organisation des Nations Unies pour l'education, la science et la culture. Conference mondiale sur l'education des adultes. Rapport Final, Montreal, 1960.

VALDERRAMA, Fernando. Historia de la UNESCO. Paris: UNESCO, 1991.

VENTURA, Jacqueline Pereira; BOMFIM, Maria Inês. Anais... Educação de jovens e adultos e formação docente inicial: lacunas e possibilidades nos cursos de licenciatura. In: Anais.. V Seminário Nacional de Formação de Educadores para EJA. UNICAMP, Maio 2015, p. 1-15. Disponivel em http://sistemas3.sead.ufscar.br/snfee/index.php/snfee/article/view/70 Acesso 19 mai. 2018.

VIEIRA MENDEZ, Luz. Texto de la alocución de la Presidenta del Consejo Nacional de Educación. In: Comisión Nacional de Alfabetización y Edificación Escolar. Programa Nacional Intensivo de Alfabetización y Educación de Adultos. Serie Informativa, 1. Buenos Aires, 1965, p. 9-14.

Publicado

2020-03-27

Como Citar

Fare, M. de la, Levy, E., & Cappellacci, I. (2020). A formação docente inicial para a educação escolar de jovens e adultos na Argentina e no Brasil. Perspectiva, 38(1), 1–20. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e66321

Edição

Seção

Dossiê Pesquisas sobre produção acadêmica em educação de jovens e adultos