Identidade negra, educação e práticas de resistência: uma leitura decolonial num quilombo urbano
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2019.e52939Resumo
A partir das lentes do Pensamento Decolonial e do fazer etnográfico num lócus subalterno, palco de luta e resistência – o quilombo urbano ‘Maloca’, localizado na capital sergipana – analisamos as ações desenvolvidas no Projeto Criliber (Criança – Liberdade), voltadas à formação da identidade da criança negra. O nosso objetivo foi traçado no sentido de compreender a atuação de um grupo historicamente marginalizado e o enfrentamento do racismo. O Referencial teórico está pautado em Homi Bhabha (1998), Stuart Hall (2003) e Catharine Walsh (2013) que problematizam a manutenção dos resquícios da colonização e reconhecem, na articulação de grupos marginalizados, diferentes possibilidades de descortinar a colonialidade. Na tentativa de se libertar das amarras da colonização, as ações da Criliber têm reverberado para o fortalecimento do sentimento de pertencimento e autoafirmação da identidade negra.
Referências
ARRUTI. José Mauricio. Quilombos. In: PINHO, Osmundo (org.). Raça: novas perspectivas antropológicas. 2. ed. Salvador: EDUFBA, 2008.
BERNARDINO-COSTA, Joaze; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922016000100015. Acesso em: 04 ago. 2016.
BERND, Zilá. O que é negritude. São Paulo: Brasiliense, 1988.
BHABHA, Homi. Tradução Myriam Ávila et al. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Educación Intercultural Crítica: construyendo caminos. In: Walsh, Catherine. Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir (re)existir y (re)vivir. Quito: Ediciones Abya – Yala, 2013.
DOMINGUES, Petrônio. Movimento na Negritude: uma Breve Reconstrução Histórica. Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 10, n.1, p. 25-40, jan.-jun. 2005. Disponível em: < http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/viewFile/2137/2707 >. Acesso em: 15 set. 2015.
DUSSEL, Enrique. Europa, modernidade e eurocentrismo. In: LANDER, Edgardo (Org). Colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Coleción Sur Sur, CLACSO, Argentina, 2005.
GOMES, Nilma Lino. Sem perder a raiz: Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte: Autência, 2006.
GOMES, Nilma Lino. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de Educação. Maio/Jun/Jul/Ago, n.23, 2003.p. 164-182.
HALL, Stuart. Da Diáspora: Identidades e Mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG / Brasília: representação da Unesco no Brasil, 2003.
HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, T.T. et al. (org.). Identidade e diferença: A perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p.103-133.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Orgs.) El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar, Universidad Central-IESCO, Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 127-167.
MENEZES, Tacyane Lima de. Concurso Beleza Negra da Maloca: representações acerca da ideia de África em Aracaju/Se. 2013. 113 f. (Dissertação de Mestrado em Antropologia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2013.
MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: A opção descolonial e o significado de identidade em política. Trad. Ângela Lopes Norte. Cadernos Letras UFF – Dossiê: Literatura, Língua e Identidade, Rio de Janeiro, no. 34, 2008.
MIGNOLO, Walter D. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005. p. 71-103.
MOURA, Clóvis. Quilombos: resistência ao escravismo. São Paulo: Ática, 1987.
MUNANGA, Kabengele. O preconceito racial no sistema educativo brasileiro e seu impacto no processo de aprendizagem do “alunado negro”. In: AZEVEDO, José Clóvis de (org.) Utopia e democracia na Escola Cidadã. Porto Alegre: UFRGS, 2000. p. 235-244.
MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. São Paulo: Ática, 2003.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, E. (Org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: Clacso, 2005. p. 227-277.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder y clasificación social. In: CASTROGÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Orgs.). El giro decolonial. Reflexiones para una diversidade epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar, Universidad Central-IESCO, Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 93-126.
SANTO, Franklin Timóteo Souza do Espírito. Quilombo urbano maloca: Territorialidade e ressignificação de processos identitários. 2011. 127 f. (Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Norte, 2011.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
WALSH, Catherine. Introducción. Lo pedagógico y lo decolonial: Entretejiendo caminos. In: WALSH, Catherine. (org). Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. TOMO I. Quito: Abya Yala, 2013, p. 23-68.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o Open Journal Sistem (OJS) assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
A Perspectiva permite que os autores retenham os direitos autorais sem restrições bem como os direitos de publicação. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, solicita-se aos autores informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na revista Perspectiva, bem como citar as referências bibliográficas completas dessa publicação.