“Amefricanidade” e as literaturas negro-brasileira e indígena de autoria de mulheres

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n2105827

Palavras-chave:

Lélia Gonzalez, Amefricanidade, Literatura negro-brasileira, Literatura indígena

Resumo

As reflexões propostas neste artigo têm como objetivo pensar a produção literária de mulheres negras e indígenas brasileiras, no encalço da categoria político-cultural Amefricanidade, de Lélia Gonzalez. De acordo com a pensadora brasileira, “o termo amefricanas/amefricanos designa toda uma descendência: não só a dos africanos trazidos pelo tráfico negreiro, como a daqueles que chegaram à AMÉRICA muito antes de Colombo” (Gonzalez, 2018, p. 330, grifo da autora). Logo, parece pertinente propiciar um diálogo comparatista entre as literaturas desses dois grupos, considerando previamente que a escrita dessas mulheres é atravessada pelo ponto de vista específico de mulheres que estão à margem do imaginário social e da crítica literária, principalmente ao levar em conta o perfil do escritor brasileiro contemporâneo - homem, branco, de meia idade, do eixo Rio-São Paulo (Dalcastagnè, 2012).

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Biografia do Autor

Mirian Cristina dos Santos, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Professora Adjunta de Estudos Literários da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (FALED/UNIFESSPA). Diretora Adjunta do Instituto de Estudos do Xingu (IEX). Autora do livro Intelectuais Negras: prosa negro-brasileira contemporânea, publicado pela editora Malê (2018). Doutora em Letras, Estudos Literários, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Especialista em Políticas de Promoção da Igualdade Racial, pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

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Publicado

2025-07-31

Como Citar

Santos, M. C. dos. (2025). “Amefricanidade” e as literaturas negro-brasileira e indígena de autoria de mulheres . Revista Estudos Feministas, 33(2). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n2105827

Edição

Seção

Seção Especial: Lélia Gonzalez Presente!

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