Corpo infectado/corpus infectado: AIDS, narrativa e metáforas oportunistas

Autores

  • Anselmo Peres Alós Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n357771

Resumo

A constante presença do corpo nas narrativas de aids (e a consequente problematização do
seu status ontológico) é apenas uma recorrência temática, ou estaria ligada a processos metafóricos e alegóricos que apontam para uma discussão para além da corporeidade humana? Mais do que isso, constantes em todas as narrativas de aids são a urdidura que confronta, simultaneamente, uma micropolítica do desejo, relacionada ao exercício ascético com a construção do si mesmo através da dicção literária (não raro extrapolando os limites entre ficção e biografia), e uma preocupação com os compromissos do discurso literário com a vida política e social de seus respectivos países de origem.

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Biografia do Autor

Anselmo Peres Alós, Universidade Federal de Santa Maria

Doutor em Literatura Comparada pelo PPG-Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFSM). Pós-doutor pelo PPG-Letras da UFPE. Professor do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal de Santa Maria, e do PPG-Letras da mesma instituição. E-mail: anselmoperesalos@gmail.com.

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Publicado

2019-12-20

Como Citar

Alós, A. P. (2019). Corpo infectado/corpus infectado: AIDS, narrativa e metáforas oportunistas. Revista Estudos Feministas, 27(3). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n357771

Edição

Seção

Artigos