Semiótica e aprendizagem inclusiva: um estudo que envolve a cegueira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1981-1322.2020.e72775

Resumo

A pretensão deste estudo foi tratar da educação matemática inclusiva no que se refere à aspectos da aprendizagem de objetos de saber geométricos para o estudante cego. A educação inclusiva, no geral, deixou de ser uma questão distanciada da realidade das classes de ensino regular. Atualmente vários países, entre eles o Brasil, já adotam políticas fortes de inclusão e, com isso, é comum que em classes de ensino regular, os professores depararem-se com alunos com algum tipo de necessidade de inclusão. Utilizou-se, como aporte teórico, os estudos semio-cognitivos de Raymond Duval relacionados à aprendizagem intelectual em uma abordagem qualitativa do tipo Estudo de Caso para buscar a compreensão sobre a aprendizagem de uma estudante cega congênita na apreensão de objetos de saber em geometria. Abordou-se aqui uma parte dessas preocupações de acesso ao objeto que é o acesso às imagens e às figuras geométricas. Asseverou-se que elementos semio-cognitivos precisam ser considerados pelos professores que ensinam matemática, uma vez que os meios comuns de produção desses objetos são de acesso confuso e nada fácil ao estudante cego congênito.

Biografia do Autor

Daiana Zanelato dos Anjos, Universidade Federal de Santa Catarina

Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina

ORCID: http://orcid.org/0000-0001-5844-805X

Lattes: http://lattes.cnpq.br/2135596913241917

Méricles Thadeu Moretti, Universidade Federal de Santa Catarina

Universidade Federal de Santa Catarina

https://orcid.org/0000-0002-3710-9873

http://lattes.cnpq.br/0554663868893915

Referências

Anjos, D. Z. dos. (2008). Tenho um Aluno Cego, e Agora? Monografia (Licenciatura em Matemática). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Anjos, D. Z. dos. (2019). O que se revela quando o olhar não alcança? Em busca do acesso semio-cognitivo aos objetos do saber matemático por uma estudante cega. 389fl. Tese (Doutorado em Educação Científica e Tecnológica). Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Anjos, D. Z. dos; Moretti, M. T. (2017). Ensino e Aprendizagem em Matemática para Estudantes Cegos: Pesquisas, Resultados e Perspectivas. Jornal Internacional de Estudos em Educação, 10(1), p. 15-22.

Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra. (2015). Portugal é um dos países europeus com mais alunos com necessidades especiais com acesso à educação inclusiva. https://www.apc-coimbra.org.pt/?p=3614.

Bock, G. L. K., & Nuernberg, A. H. (2018), As concepções de deficiência e as implicações nas práticas pedagógicas. In: VIII Congresso de Educação Básica. Anais do VIII COEB, Florianópolis. 1-10.

Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico.

Brasil. (1996). Lei n. 9394/96, de 20 dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, Diário Oficial, 1996.

Brasil. (2008). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: Ministério da Educação e Cultura.

Brasil. (2015). Lei nº 13.146, de 6 julho de 2015. Dispõe sobre a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Brasília, Diário Oficial: 7/7/2015.

Brasil. (2018). Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e ao longo da vida. Brasília, DF: Ministério da Educação.

Crochík, J. L. (2012). Educação Inclusiva e Preconceito. In: Miranda, T. G., & Galvão Filho, T. A. (Orgs.). O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugares. Salvador: EDUFBA, p. 39-59.

Damm, R. F. (2000). Registros de Representação. In: Machado, S. D. A. et al. Educação Matemática: uma introdução. São Paulo: EDUC, p. 135-153.

Duval, R. (2002). L'apprentissage de l'algebre et le probleme cognitif de la designation des objets. IREM: Nice, 4(13), p. 1-30.

Duval, R. (2003). Décrire, visualiser ou raisonner: quels “aprentissages premiers” de l’activité mathématique? IREM: Strasbourg, 8, p. 13-62.

Duval, R. (2004a). Los problemas fundamentales em el aprendizaje de las matemáticas y las formas superiores em el desarollo cognitivo. Colômbia: Instituto de educácion e pedagogia.

Duval, R. (2004b). Semiosis y pensamiento humano: registros semióticos y aprendizajes intelectuales. Santiago de Cali: Peter Lang.

Duval, R. (2005). Les conditions cognitives de l'apprentissage de la géométrie : développement de la visualisation, différenciation des raisonnements et coordination de leur fonctionnements. IREM: Strasbourg, 10, p. 5-53.

Duval, R. (2009). Semiósis e pensamento humano: registros semióticos e aprendizagens intelectuais (Fascículo I). São Paulo: Livraria da Física.

Duval, R. (2011). Ver e ensinar a matemática de outra forma: entrar no modo matemático de pensar: os registros de representações semióticas. São Paulo: Proem.

Duval, R. (2012). Registros de representação semiótica e funcionamento cognitivo do pensamento. Trad. de M. T. Moretti. Revemat, Florianópolis, 7(2), p. 266-297.

Gomes Filho, J. (2008). Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 8ª ed. São Paulo: Escrituras Editora.

Moretti, M. T., & Thiel, A. A. (2012). O ensino de Matemática hermético: um olhar crítico a partir dos Registros de Representação Semiótica. Práxis Educativa, 7(2), p. 379-396.

Peterson, P. J. (2006). Inclusão nos Estados Unidos: filosofia, implementação e capacitação de professores. Revista Brasileira Educação Especial: Marília (SP), 12(1), 3-10.

Piaget, J. La Formation du symbole chez l’enfant. Neuchatel: Delachaux&Niestlé, 1968/1946.

Rodrigues, D., & Nogueira, J. (2011). Educação Especial e Inclusiva em Portugal: fatos e opções. Revista Brasileira Educação Especial: Marília (SP), 17(1), 3-20.

Saussure, F. (2012). Curso de Linguística Geral. 28 ed. São Paulo: Cultrix.

Vygotski, L.S. Thought and Language. Trad. Hanfmann & Vakar. Cambridge: MIT Press, 1962/1934.

Vygotski, L. S. (1989). Pensamento e Linguagem. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes.

Vygotski, L. S. (1997). Fundamentos de defectología. Obras Escogidas. Madrid: Visor.

Downloads

Publicado

2020-05-14

Edição

Seção

Artigos