Delineando tarefas de funções trigonométricas por meio do mecanismo atencional top-down

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1981-1322.2021.e82929

Resumo

Este artigo discute tarefas matemáticas para o ensino de funções trigonométricas na perspectiva do desenvolvimento do mecanismo atencional cerebral top-down, em consonância com a Teoria Antropológica do Didático (TAD), objetos ostensivos e não ostensivos na atividade matemática e a Neurociência Cognitiva. Investigou-se quais os elementos mínimos que uma tarefa trigonométrica deve conter para ativar as expectativas do mecanismo top-down tornando-o exequível na construção do conhecimento matemático. Analisou-se tarefas do livro didático de Matemática do 2º. Ano do Ensino Médio quanto às condições e restrições de implementação dessas tarefas. Buscou-se objetos ostensivos que pudessem ser evocados pelos alunos e não ostensivos necessários à resolução das tarefas, a partir do que dispõem em sua memória, associando-os ao mecanismo atencional investigado. Para as análises usou-se os requisitos mínimos para a elaboração de tipos de tarefas trigonométricas, aproximando a TAD, a Neurociência Cognitiva, os Níveis de Funcionamento do Conhecimento e a Memória de Longo Prazo, visando ativar o mecanismo atencional top-down. As análises apontaram que as tarefas trigonométricas pautadas nos requisitos mínimos de ativação do mecanismo atencional top-down é um caminho para a educação trigonométrica e assim para a aprendizagem matemática.

Biografia do Autor

Laerte Silva da Fonseca, Instituto Federal de Sergipe

Pós-Doutor e Doutor em Educação Matemática. Prof. Titular de Educação Matemática do Instituto Federal de Sergipe (IFS/Campus Aracaju). Docente do Curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal de Sergipe - IFS (desde 1993) e do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Federal de Sergipe - UFS, tendo como áreas de concentração a Didática da Matemática, Psicologia e Neurociência Cognitiva; Criador e Editor-Chefe do periódico Caminhos da Educação Matemática em Revista; Coordenador do GEPEM - Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Matemática (IFS); Coordenador do neuroMATH - Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Neurocognitivo da Aprendizagem Matemática (IFS). 

Márcia Azevedo Campos, UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutora em Ensino, Filosofia e História das Ciências - PPGEFHC/UEFS/UFBA/BA. Mestrado Acadêmico em Educação Matemática - PPGEM/UESC-BA, Professora do Ensino Básico e Superior da área de Matemática e Educação Matemática, Analista Universitária da Univeridade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB.

CNPQ: Líder do Grupo NIELEM, Membro Pesquisadora dos Grupos NEUROMAT e NIPEDICMT.

Membro do GT 14 - Didátca da Matemática/SBEM

Aréa de Interesse: Ensino, Educação Matemática e Didática da Matemática

CV: http://lattes.cnpq.br/7705322873418025 

Eliane Santana de Souza Oliveira, Universidade Estadual de Feira de Santana

Doutora e mestra em Ensino, História e Filosofia das Ciências (PPGEFHC) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Professora assistente da Uefs na área de educação matemática do Departamento de Ciências Exatas. Pesquisadora em Didática da Matemática do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino e Didática das Ciências, Matemática e Tecnologias (NIPEDICMT) e do NeuroMAHT/UFS. Membro do GT 14 – Didática da Matemática/SBEM.

Referências

Almouloud, S. Ag. (2007). Fundamentos da Didática da Matemática. Curitiba: Ed. UFPR.

Artigue, M. (1988). Ingénierie didactique. Recherches en Didactique des Mathématiques. Grenoble, v.9, n. 3, p. 281-308. Recuperado de: https://revue-rdm.com/bibliotheque/

Brasil. (2018). BNCC – Base Nacional Curricular – Ensino Médio. Brasília, DF. Recuperado de http://basenacionalcomum.mec.gov.br .

Bosch, M. & Chevallard, Y. (1999). La sensibilité de l’activité mathématique aux ostensifs objet d’etude et problematique. Recherche en Didactique des Mathématiques, v. 19 (1), 77-124.

Chaachoua, H.; Bittar, M. (2016). A Teoria Antropológica do Didático: paradigmas, avanços e perspectivas. I Simpósio Latino-Americano de Didática da Matemática - LADIMA. Anais ... Bonito – MS, [s.n.].

Chevallard, Y. (1982). Pourquoi la transposition didactique? Communication au Séminaire de didactique et de pédagogie des mathématiques de l’IMAG, Université scientifique et médicale de Grenoble. Paru dans les Actes de l’année 1981-1982. (pp.167-194). Recuperado de http://yves.chevallard.free.fr/

Chevallard, Y. (1991). La Transposicion Didactica: Del saber sabio al saber enseñado. Argentina: La Pensée Sauvage.

Chevallard, Y. (1992). Concepts fondamentaux de la didactique: perspectives apportées par une approche anthropologique. Recherches en didactique des mathématiques. (pp. 73-11). Grenoble: La Pensée Sauvage.

Chevallard, Y. (1994). Ostensifs et non-ostensifs dans l’activité mathématique. IUFM et IREM d’Aix-Marseille. Recuperado de http://yves.chevallard.free.fr/spip/spip/IMG/pdf/Ostensifs_et_non-ostensifs.pdf

Chevallard, Y. (1999). L’analyse des pratiques enseignantes en théorie anthropologique du didactique. Recherches en Didactique des Mathématiques, v. 9(2), 221-266.

Chevallard, Y. (2002). Approche anthropologique du rapport au savoir et didactique des mathematiques. In: 3es Journées d’Étude Franco-Québécoises. Recuperado de http://yves.chevallard.free.fr/spip/spip/article.php3?id_article=62

Chevallard, Y. (2009). La notion de PER: problèmes et avancéss. Texto apresentado à IUFM de Toulouse. Recuperado de: http://yves.chevallard.free.fr/spip/spip/IMG/pdf/La_notion_de_PER_problems_et_acancees.pdf.

Dante, L. R. (2016). Matemática: contexto e aplicações. Vol. 2. São Paulo: Ática, 2016.

Fonseca, L.; Samá, S.; Soares, K. & Pontes, L. (2017). Uma ecologia dos mecanismos atencionais fundados na neurociência cognitiva para o ensino de matemática no século XXI. Caminhos da Educação Matemática em Revista. 1 (X), 19-30.

Fonseca, L. S. (2015). Um estudo sobre o Ensino de Funções Trigonométricas no Ensino Médio e no Ensino Superior no Brasil e França (Tese de Doutorado em Educação Matemática) Universidade Anhanguera de São Paulo, São Paulo.

Fonseca, L. S. & Santos, A. C. (2012). Um estudo preliminar sobre a Neurociência Cognitiva nos cursos de Licenciatura em Matemática de Sergipe/Brasil: necessidades de incorporação de uma engenharia neurodidática. In: EDUCOM: USF.

Gazzaniga, M. S.; Ivry, R. B. & Mangun, G. R. (2006). Neurociência cognitiva: A biologia da mente. Porto Alegre, RS: Artmed.

Herculano-Houzel, S. (2007). Fique de bem com seu cérebro. Rio de Janeiro: Editora Sextante.

Kandel, E; Schwartz, J. H. & Jessel, T. M. (2000). Principles of Neural Science. Nova York: McGraw-Hill.

Lent, R. (2008). Neurociência da Mente e do Comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Posner, M. I. & Petersen, S. E. (1990). The attention system of the human brain. In: Annu Rev Neurosci, v.13, 25-42.

Sternberg, R. J. (2010). Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learing.

Downloads

Publicado

2021-12-14

Edição

Seção

Artigos