Pesquisar em devir sem-teto para afirmar os acontecimentos e ocupar mundos
DOI:
https://doi.org/10.5007/1981-1322.2024.e9697Palavras-chave:
Antropologia, Etnomatemática, CartografiaResumo
Essa escrita se apropria dos efeitos de uma dissertação de mestrado para trazer ao mundo o que pode uma pesquisa que afirma os intempestivos da vida, tratando-os como brechas para alterar os sentidos da investigação com a educação matemática. Diz de um pesquisar que não poderia acontecer à parte dos processos de (des)subjetivação que atravessam sua autoria e seus intercessores. Nesse sentido, é o encontro com as narrativas do povo Sem-Teto, suas lutas e alguns devires que ocupam uma pesquisa acadêmica para operar e desterritorializar espaços. Bricolagem? Qual? Pesquisa bibliográfica em modo cartografia? Etnomatemática? Que pesquisa etnográfica? Antropologia da/na Educação Matemática? Come e cospe. Recorta e cola. Inverte. Antropofagia? Importa aqui a aprendizagem envolvida no delírio da metria realizado na luta pela desmercantilização dos espaços urbanos e como isso pode florescer em outros contextos antes não imaginados. Pesquisar em devir sem-teto não é um manual, é antes, um projeto de vidência que sussurra aos ouvidos dos professores outros modos de fazer matemática.
Referências
Cammarota, G., & Clareto, S. M. (2012). A cognição em questão: invenção, aprendizagem e Educação Matemática. Práxis Educativa, 585-602.
Carvalho-Silva, H. H. (2018). A dimensão educativa da luta de mulheres por moradia no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto de São Paulo. 219f. [Tese de Doutorado]. Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. Recuperado de https://teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02052019-154938/pt-br.php
Da Silva, M. T., & Tamayo, C. (2022). Decorar a tabuada: produção de sujeitos dóceis. Zetetike, 30, e022023-e022023.
Freire, P. (1992). Pedagogia da Esperança: reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Gallo, S., & Monteiro, A. (2021). O QUE SE PODE APRENDER NUMA AULA DE MATEMÁTICA?. APRENDER - Caderno De Filosofia E Psicologia Da Educação, (25), 94-108. doi: https://doi.org/10.22481/aprender.i25.8385
Gomes, G. C. (2021). Fascículos de experiências: rastros de um estudo com crianças e matemáticas, inventividade e cultura ou pesquisar em modo João. 177f. [Tese de Doutorado]. Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, Brasil. Recuperado de http://hdl.handle.net/11449/215222
Gondim, D. D. M., & Miarka, R. (2018). Pensar com corpo como pensar com espaço: aforismos imagéticos que afirmam um aprender por trilhas. Educação Matemática em Revista, 23(60), 169-183.
Latour, B., & Bannaggia, G. (2015). Não é a questão: Bruno Latour. Revista de Antropologia da UFSCAR, 7(2), 73-77.
Lizcano, E. (2006). Las matemáticas de la tribu europea. Un estudio de caso. In: Metáforas que nos piensan. Sobre ciencia, democracia y otras poderosas ficciones. Ediciones Bajo Cero.
Lispector, C. (1964). A legião estrangeira. Rio de Janeiro: editora do autor.
Lispector, C. (1998). A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco.
Marques, S. D. & Correia, L. D. A. (2020). Direto à moradia adequada. Brasília: UniCEUB, Clínica de direitos humanos.
Paulucci, E. M. (2022a). Poéticas Sem-Teto: ocupar e movimentar e aprender matemáticaS. 149f. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Estadual Paulista, Araraquara, Brasil. Recuperado de https://repositorio.unesp.br/hadle/1449/216770
Paulucci, E. M. (2022b). Devir-sem-teto na educação: um exercício filosófico. In Oliveira, P. R. & Badia, D. D. (Orgs). (2022). Exercícios de ser filosofia. 1ª ed: Gradus Editora. Bauru, São Paulo. Recuperado de https://www.graduseditora.com/exerciciosdeserfilosofia?fbclid=IwAR23yTGAQt7gzpkqlXBs2tLiZNwINsHf9Jy-_u_FBsQBBl-KquYGodHlybs
Ramalho, B. B. M. (2019). A escola dos que (não) são: concepções e práticas de uma educação (anti)colonial. 230 f. [Tese de Doutorado]. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil. Recuperado de https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/32782
Rancière, J. (2002). O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica.
Rolnik, S. (2000). Esquizoanálise e antropofagia. Gilles Deleuze: uma vida filosófica. São Paulo: Editora, 34, 451-462.
Santos, M. D. A. (1996). Por uma geografia cidadã: por uma epistemologia da existência. Boletim gaúcho de geografia, 21(1).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Eric Machado Paulucci, Denis Domeneghetti Badia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista).