O equipamento praxeológico para o problema didático da modelagem matemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1981-1322.2021.e82061

Resumo

Este artigo trata da problemática da profissão docente em modelagem matemática, isto é, o que ensinar e como ensinar modelagem, e da proposição de uma infraestrutura teórico-metodológica encaminhada para o enfrentamento dessa problemática. Objetivou-se construir uma infraestrutura teórico-metodológica a partir de recursos da teoria antropológica do didático. Para isso, propõe-se uma técnica de modelagem fundamentada na didática do percurso de estudo e investigação e, de modo mais inclusivo, em três gestos didáticos que preservam o caráter cíclico do processo. Os resultados a partir de experimentações empíricas sob a orientação da técnica proposta permitiu a proposição de um equipamento praxeológico útil, senão indispensável, denominado ciclo investigativo de modelagem matemática, por pressupormos que essa organização praxeológica constitui uma possível resposta ao enfrentamento do problema da profissão docente. Além disso, encaminham-se perspectivas futuras sobre o ciclo investigativo enquanto dispositivo didático duplamente funcional para o ensino e pesquisa.

Biografia do Autor

Gleison de Jesus Marinho Sodré, Universidade Federal do Pará - Lotado na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará.

Possui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade do Estado do Pará (2008), mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas pela Universidade Federal do Pará (2013) e doutorado em Educação em Ciências e Matemáticas pela Universidade Federal do Pará (2019). Possui experiências como docente na Educação Básica e Superior. Participou de projetos institucionais pelo Programa de Apoio a Projetos de Intervenção Metodológica (PAPIM) com apoio da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROEG) da Universidade Federal do Pará e de projetos de pesquisa desenvolvido na Escola de Aplicação sobre modelagem matemática escolar pelo PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA ENSINO MÉDIO – PIBIC-EM coordenado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará. Atualmente além de professor do ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) lotado na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Didática da Matemática da Universidade Federal do Pará (GEDIM/UFPA) e desenvolve um projeto de pesquisa sobre Modelagem Matemática e Formação de Professores pelo PROGRAMA DE APOIO AO DOUTOR PESQUISADOR – PRODOUTOR/ 2020-2021 - SUBPROGRAMA APOIO AO RECÉM DOUTOR – PARD, pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará.

Referências

Barquero, B., Bosch, M., & Gascón, J. (2011). Los recorridos de estudio e investigación y la modelización matemática en la enseñanza universitaria de las Ciencias Experimentales. Enseñanza de las ciencias: Revista de investigación y experiencias didácticas, v. 29, n. 3, p. 339-352.

Barquero, B., Bosch, M., & Gascón, J. (2013). The ecological dimension in the teaching of mathematical modelling at university. Recherches en Didactique de Mathématiques, v. 33, n. 3, p. 307-338.

Blum, W. (2011). Can modelling be taught and learnt? some answers from empirical research. In: Kaiser, G., Blum, W., Borromeo Ferri, R., & Stillman, G. A. (ed.). Trends in teaching and learning of Mathematical modelling. ICTMA14. Dordrecht: Springer. p. 15-30.

Blum, W., & Borromeo Ferri, R. (2009). Mathematical modelling: can it be taught and learnt? Journal of Mathematical Modelling and Application, v. 1, n. 1, p. 45-58.

Borromeo Ferri, R. (2006). Theoretical and empirical differentiations of phases in the modelling process. ZDM - The International Journal on Mathematics Education, v. 38, n. 2, p. 86-95.

Bosch, M., & Chevallard, Y. (1999). La sensibilité de l’activité mathématique aux ostensifs. Recherches en didactique des mathématiques, v. 19, n.1, p.77-124. Recuperado de: http://yves.chevallard.free.fr/spip/spip/IMG/pdf/Sensibilite_aux_ostensifs.pdf.

Bosch, M., Chevallard, Y., & Gascón, J. (2006). Science or magic? The use of models and theories in didactics of mathematics. Proceedings of the Fourth Congress of the European Society for Research in Mathematics Education.

Bourdieu, P. (2004). Coisas ditas. Tradução: Cássia R. da Silveira e Denise Moreno Pegorim. São Paulo: Editora Brasiliense.

Chevallard, Y. (1999). L‘analise des pratiques enseignantes em theórie anthopologique Du didactique, recherches em didactiques des mathematiques. Grenoble. La Pensée Sauvage Éditions, v. 19.2, p.221-265.

Chevallard, Y. (2005). La Transposición Didáctica: del saber sabio al saber enseñado. 2. ed. 3. reimp. Buenos Aires: Aique Grupo Editor.

Chevallard, Y. (2009a). La tad face au professeur de mathématiques. UMR Adef, Toulouse.

Chevallard, Y. (2009b). La notion d´ingénierie didactique, um concept à refonder. Questionnement et élémentos de réponses à partir de la TAD. In: Margolinas, C. et al. (org.): En amont et en aval des ingénieries didactiques, XVª École d´Été de Didactique des Mathématiques – Clermont-Ferrand (Puy-de-Dôme). Recherches em Didactique des Mathématiques. Grenoble: La Pensée Sauvage, v. 1, p. 81- 108.

Chevallard, Y. (2019). INTRODUCING THE ANTHROPOLOGICAL THEORY OF THE DIDACTIC: AN ATTEMPT AT A PRINCIPLED APPROACH. Hiroshima journal of mathematics education - 12: p.71-114.

Chevallard, Y. Éléments de didactique du développement durable – Leçon 1: Enquête codisciplinaire & EDD, 2013.

Cristensen, O. R., Skovsmose, O., & Yasukawa, K. (2008). The Mathematical state of world explorations in to the characteristics of mathematical descriptions. Alexandria - Revista de Educação em Ciências e Tecnologia, v.1, n.1, p. 77-90, mar.

Czocher, J. A. (2019). Precision, Priority, and Proxies in Mathematical Modelling. In.: Stillman, G. A.; Brown, J .P. (eds.), Lines of Inquiry in Mathematical Modelling Research in Education, ICME-13 Monographs.

Eco, U. (2002). El mago y el científico. El País, Madrid, 15 dez. p. 1-3.

Florensa, I., García, F. J., & Sala, G. (2020). Condiciones para la enseñanza de la modelización matemática: Estudios de caso en distintos niveles educativos. AIEM - Avances de Investigación en Educación Matemática - 17, p.21–37.

Garcia, F., Gascón, J., Higueras, L., & Bosch, M. (2006). Mathematical modelling as a tool for the connection of school mathematics. ZDM Mathematics Education, v. 38, n. 3, p. 226-246.

Gebauer, G. (2013). O pensamento antropológico de Wittgenstein. Tradução: Milton Camargo Mota. São Paulo: Loyola.

Grandsard, F. (2005). Mathematical modelling and the efficiency of our Mathematics.

Greefrath, G., & Vorhölter, K. (2016). Teaching and learning mathematical modelling: approaches and developments from german speaking countries. ICME13 TOPICAL SURVEY. Cham: Springer.

Guerra, R. B., & Silva, F. H. S. (2009). Reflexões sobre modelagem matemática crítica e o fazer matemático da escola. Perspectivas da Educação Matemática, v.2, n. 3, 95-119.

Jankvist, U. T., & Niss, M. (2019). Upper secondary school students’ difficulties with mathematical modelling. International journal of mathematical education in science and technology. https://doi.org/10.1080/0020739X.2019.1587530.

Perrenet, J., & Zwaneveld, B. (2012). The many faces of the mathematical modeling cycle. Journal of Mathematical Modelling and Application, v. 1, n. 6, p. 3-21.

Revuz, A. (1971). The position of geometry in mathematical education. Educational Studies in Mathematics, v. 4, p.48-52.

Schukajlow, S., Kaiser, G., & Stillman, G. (2018). Empirical research on teaching and learning of mathematical modelling: a survey on the current state-of-the-art. ZDM - Mathematics Education, v. 50(1–2), p. 5-18 Doi 10.1007/s11858-018-0933-5.

Sodré, G. J. M. (2019). Modelagem matemática escolar: uma organização praxeológica complexa. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemáticas) - Instituto de Educação Matemática e Científica, Universidade Federal do Pará, Belém.

Sodré, G. J. M., & Guerra, R. B. (2018). O ciclo investigativo de modelagem matemática. Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v.20, n.3, p. 239-262. http://dx.doi.org/10.23925/1983-3156.2018v20i3p239-262.

Sodré, G. J. M., & Oliveira, M. L. S. (2021). O ciclo investigativo de modelagem matemática: uma transposição didática escolar. VIDYA, v. 41, n. 1, p. 35-57, jan. /jun., 2021 - Santa Maria.

Stillman, G. A. (2019). State of the art on modelling in mathematics education—lines of inquiry. In. Stillman, G. A. e Brown, J. P. (eds.), Lines Of Inquiry in Mathematical Modelling Research in Education, ICME-13 monographs, https://doi.org/10.1007/978-3-030-14931-4_1.

Vorhölter, K., Greefrath, G., Borromeo Ferri, R., Leiß, D., & Schukajlow, S. (2019). Mathematical Modelling. In: Jahnke, H. N. Hefendehl-Hebeker, L. (Eds.), Traditions in german-speaking mathematics education research (p. 91-114). Springer. doi: 10.1007/978-3-030-11069-7_4.

Wacquant, Loïc. (2007). Esclarecer o Habitus. Educação & Linguagem. Ano 10. Nº 16. p. 63-71, Jul.-Dez.

Downloads

Publicado

2021-12-14

Edição

Seção

Artigos