Tradução audiovisual: estudos sobre a leitura de legendas para surdos e ensurdecidos
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2020v40nesp2p97Resumo
Este artigo é uma revisão de literatura sobre as pesquisas desenvolvidas pelos pesquisadores do grupo LEAD (Legendagem e Audiodescrição) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) sobre a leitura de legendas por espectadores surdos e ensurdecidos em meios audiovisuais. Estes estudos têm como suporte teórico-metodológico a Tradução Audiovisual Acessível (TAVa) e buscam um modelo de Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) que atenda às necessidades dos espectadores
surdos e ensurdecidos, contribuindo para a formação de legendistas e para a acessibilidade dos programas audiovisuais brasileiros. Dessa forma, nosso objetivo tem sido investigar como os parâmetros em legendagem, validados pela literatura da área, influenciam o processamento de legendas por espectadores surdos e ensurdecidos. As metodologias vão desde estudos
exploratórios a experimentais baseados no uso de rastreamento ocular. Os mais recentes resultados têm demonstrado que os surdos conseguem processar legendas em velocidade consideradas altas (180 palavras por minuto), desde que o parâmetro de segmentação linguística na quebra de linhas das legendas siga o mais alto nível sintático, conforme já preconizavam
os teóricos Karamitroglou e Diaz Cintas e Remael.
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