Produção, tradição e importação: uma chave para a descrição da literatura e da literatura em tradução
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35nesp1p44Resumen
A questão da cultura tornou-se central nas pesquisas recentes a respeito da tradução. No presente momento a relação entre tradução e cultura é geralmente aceita pelas teorias canonizadas e a dificuldade consiste em definir o contexto cultural. A cultura é um conceito complexo e múltiplo: qual cultura, que tipo de cultura exatamente? Nas pesquisas empíricas e descritivas, é fundamental estabelecer a natureza exata do contexto cultural e quais são as suas relações com as culturas que o cercam. A tradução representa uma área chave em qualquer sistema cultural e, ao tentar interpretar a posição de certas traduções em um determinado sistema cultural, não há como fugir de certas lógicas hipotéticas. Toda área cultural parece funcionar como uma combinação sincrônica e diacrônica de, no mínimo, três unidades chaves: (1) Produção: em termos sincrônicos, tudo o que um sistema cultural produz (documentos, atividades, contatos internos e externos); essa produção ocorre em uma perspectiva diacrônica; (2) Tradição: todas as atividades e posições no eixo diacrônico; dependem (obviamente) das opções que dominam e das seleções (normas); Importação: a seleção organizada de produções de culturas próximas – durante a qual a tradução acontece. O perfil cultural de uma determinada situação depende da configuração dinâmica dos três componentes chave; (1), (2) ou (3) pode dominar, mas nunca eliminando outro componente. Isso significa que a posição dominante de um dos componentes pode explicar o porquê da redução dos demais.
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