A inclusão como princípio inegociável: contribuições à educação infantil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1518-2924.2022.e83586

Palavras-chave:

Educação Infantil. Deficiência. Política Educacional.

Resumo

O presente ensaio erige-se a partir das contribuições expressas pela Psicologia Histórico-Cultural e tem por objetivo demarcar os avanços materializados pelos supostos da inclusão nas esferas educacionais. Critica o Decreto Presidencial n. 10.502, de 30 de setembro de 2020, que institui a nova Política Nacional de Educação Especial em razão de seu parco e estreito entendimento de inclusão que acaba por levar o campo educacional a uma armadilha reacionária. Ademais, destaca o surgimento histórico do conceito de infância e o protagonismo da Educação institucionalizada nas sociedades contemporâneas. Por fim, assevera a necessidade do pensar em Políticas Públicas Educacionais que partam da Educação Infantil como marco constitutivo das relações de aprendizagem, que antecedem e potencializam o desenvolvimento humano para outros patamares, em especial, das crianças com deficiência.

Biografia do Autor

Gustavo Martins Piccolo, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, São Carlos-SP

Pós-doutor em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Doutor em Educação Especial pela UFSCar), Mestre em Educação pela UFSCar; Especialista em Educação Física pela UNICAMP; Graduado e Bacharel em Educação Física pela UFSCar; graduado em PEDAGOGIA pela Uninove. Professor do Centro Universitário de Araraquara e palestrante em temáticas como Sociologia da educação; Sociologia; Educação Física; Educação Especial, Psicologia Histórico-Cultural, Pedagogia Histórico-Crítica. Autor de diversos artigos publicados em periódicos científicos e do livro Por um pensar sociológico sobre a deficiência.

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Publicado

2022-07-22

Edição

Seção

Dossiê: Bebês e Crianças com Deficiência na Educação Infantil