O PAPEL DO PROFISSIONAL DE SAÚDE MENTAL NO PROCESSO DE  RECOVERY: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Ana Lúcia Cidade; Paulo Renato Pinto de Aquino; Sara Letícia Bessa; Walter Ferreira de Oliveira

PDF/A

Publicado: jun. 15, 2021

Ana Lúcia Cidade

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Paulo Renato Pinto de Aquino

Sara Letícia Bessa

Walter Ferreira de Oliveira

Resumo

Recovery é uma abordagem a problemas psicossociais que vem sendo utilizada e orienta serviços de saúde mental em diversos países com relatos de alta eficácia e eficiência. Através de uma revisão integrativa, este artigo pretende contribuir para o maior conhecimento sobre o papel dos profissionais da saúde mental no trabalho orientado pelo Recovery. As revisões integrativas sintetizam a literatura científica, apresentando o conhecimento acumulado sobre o tema de estudo, podendo contribuir para desenvolvimentos teóricos e especificamente para o avanço das ciências da saúde. Nesta revisão foram levantadas diversas modalidades de publicação, permitindo reflexões sobre o papel dos profissionais na abordagem recovery. A literatura sobre este tema é ainda relativamente escassa, tendo sido encontrados 10 artigos publicados em periódicos indexados nas bases de dados mais utilizadas nas ciências da saúde. Os temas mais explorados na literatura foram o vínculo dos profissionais de SM com as pessoas sob seus cuidados, bem como a diretividade e as habilidades e competências dos profissionais necessárias para promover mudanças nos âmbitos interpessoais, institucionais e culturais.

Como Citar

CIDADE, Ana Lúcia; AQUINO, Paulo Renato Pinto de; BESSA, Sara Letícia; OLIVEIRA, Walter Ferreira de. O PAPEL DO PROFISSIONAL DE SAÚDE MENTAL NO PROCESSO DE RECOVERY: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, [S. l.], v. 13, n. 35, p. 108–131, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/76866. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

v. 13 n. 35 (2021): Serviços, programas e políticas de saúde mental orientadas por Recovery e cidadania - panorama internacional - Parte I

Seção

Artigos originais

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

A publicação é de Acesso Aberto (Open Access) e enquadrada em um modelo de licença Creative Commons – atribuição CC BY (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que atribuam o devido crédito pela criação original.

Biografia do Autor

Ana Lúcia Cidade, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Psicóloga, Mestranda em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, Grupo de Pesquisas em Políticas de Saúde/SM (GPPS) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Paulo Renato Pinto de Aquino

Psicólogo sanitarista, mestre em Saúde Coletiva, Grupo de Pesquisas em Políticas de Saúde/SM (GPPS) UFSC

Sara Letícia Bessa

Psicóloga, Diretora Executiva do Lugar de Encontro, clínica territorial de acompanhamento terapêutico, Brasília DF.

Walter Ferreira de Oliveira

Professor titular, Departamento de Saúde Pública, líder do Grupo de Pesquisas em Políticas de Saúde/SM (GPPS) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Referências

BRASLOW, JT. The manufacture of recovery.Am. Rev. of Clin. Psychol. Online, 9(1): 26-29, 2013. Disponível em:<http://clinpsy.annualreviews.org>. .Acesso em: 13 jul 2020.

BROOME, ME. Integrative literature reviews for the development of concepts. In: Rodgers BL, Knafl KA, eds. Concept development in nursing: foundations, techniques and applications. p.231-50 Philadelphia (USA): W.B. Saunders, 2000.

COHEN, JL; ABRAHAM, KM; BUR, JPK; STEIN, CH. Emerging Opportunities for Psychologists: Joining Consumers in the Recovery-Oriented Care Movement.Professional Psychol:Res. And Practice, 2012. Disponível em: <http://doi.org/10.1037/a0024394>. Acesso em 18 mai 2020.

COOPER, H. M. Scientific Guidelines for conducting integrative research reviews.Rev. OfEducatrionalResearch, pg 291-302, 1982.

COSTA, M. N. Recovery como estratégia para avançar a reforma psiquiátrica no Brasil. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, Florianópolis, v.9, n.21, p.01-16, 2017. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/69532/41654>. Acesso em: 4 fev. 2020.

DAVIDSON, L. The Recovery movement: implications for mental health care and enabling people to participate fully in life. Health Affairs.2016.

DAVIDSON, L; STRAUSS, J. S. Sense of self in recovery from severe mental illness.British J. of Med. Psychol, vol. 65(2), pg131-45, 1992.

EVANS, D.; PEARSON, A. Systematic reviews: gatekeepers of nursing knowledge. Journal of Clinical Nursing,vol. 10, pg. 593–599, 2001.

HARDING, CM; BROOKS, GW; ASHIKAGA, T; STRAUSS, JS; BREIER, A.

The Vermont longitudinal study of persos with severe mental illness I:

Methodology study sample and overall status 32 years later. American Journal

of Psychiatry, 144: 6. June 1987

HIDAY, V. A., SWANSON, J. W., SWARTZ, M. S., BORUM, R.,; WAGNER, H. R. Victimization: A link between mental illness and violence? International Journal of Law and Psychiatry, vol 24, pg. 559-572, 2001.

JACKSON, G. Methods for integrative reviews. Review of Educational Research, vol 50, pg438-460, 1980.

KIDD, SA, DAVIDSON, L; McKENZIE, K. Common factors in community mental health intervention: A scoping review. Comm. Mental Health J.l, vol. 5, pg 627–37, 2017.

KIRKEVOLD, M. Integrative nursing research – an important strategy to further the development of nursing science and nursing practice.J. of Advanced Nursing 25, 977–984, 1997.

KORSBEK, L. Corecovery: Mental health recovery in a dynamic interplay between humans in a relationship. Am. J. of Psych. Rehab., vol. 19(3), pg 196–205, 2016.

LAKEMAN, R. Mental health recovery competencies for mental health workers: A Delphi study. Journal Of Mental Health,vol. 19(1), pg. 62–74, 2010.

LE BOUTILLIER, Clair et al. What does recovery mean in practice? A qualitative analysis of international recovery-oriented practice guidance. Psychiatric services, v. 62, n. 12, p. 1470-1476, 2011.

LINSTONE, H.A.; TUROFF, M.The Delphi method: Techniques and Applications. Boston, Massachusetts: Addison-Wesley, 1975.

LOPES,, T. S.; DAHL, C. M., SERPA Jr, O. D.;, LEAL, E. M., CAMPOS, R. T. O.,DIAZ,, A. G.. O processo de restabelecimento na perspectiva de pessoas com diagnóstico de transtornos do espectro esquizofrênico e de psiquiatras na rede pública de atenção psicossocial. Saúde e Sociedade, vol. 21(3), pg. 558–571. 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-12902012000300004>.Acesso em: 20 jan 2020

LLOYD, C; TSE, S: BASSETT, H. Mental health recovery and occupational therapy in Australia and New Zealand. Int. J. of Therapy and Rehab.,pg. 64–69, 2004.

MORAN, G; MASHIACH-EIZENBERG, M; ROE, D, BERMAN, Y; SHALEV, A; KAPLAN, Z; GARBER EPSTEIN, P. Investigating the anatomy of the helping relationship in the context of psychiatric rehabilitation: The relation between working alliance, providers’ recovery competencies and personal recovery. Psychiatry Research, vol. 220(1–2), pg 592–597, 2014.

OSBORN, LA; STEIN, CH. Recovery-Oriented Services in an Inpatient Setting: The Role of Consumers’ Views of Therapeutic Alliance and Practitioner Directiveness on Recovery and Well-Being. Am. J. of Orthopsych., Vol. 89(1), pg 115–123, 2019.

OSBORN, LA; STEIN, CH. Community Mental Health CareProviders’ Understanding Of Recovery Principles and Accounts of Directiveness with Consumers.Psychiatric Quarterly, 88(4), 755–767, 2017.

PADGETT, DK. There’s no place like (a) home: Ontological Security among persons with serious mental illness in the United States. Social Science and Medicine, vol. 64(9),pg. 1925–1936, 2007.

RAEBURN, T; HUNGERFORD, C; ESCOTT, P; CLEARY; M. Supporting recovery from hoarding and squalor: Insights from a community case study. J. of Psych. and Mental Health Nursing, vol. 22(8), pg 634–639, 2015.

ROWE, M.; DAVIDSON, L. Recovery and citizenship.J Psychiatry RelatSci, vol. 53, pg 1-21, 2016.

SALDAÑA, J. The coding manual for qualitative researchers (2nd ed.). London: Sage, 2012.

SAWYER, A. Risk and new exclusions in community mental health practice. Australian Social Work, vol. 61, pg 327–341, 2008.

STANHOPE, V; SOLOMON, P. Getting to the heart of recovery: Methods for studying recovery and their implications for evidence-based practice. British Journal of Social Work, vol. 38(5), pg 885–899, 2008.

STRAUSS, JS; CARPENTER, WT. The prediction of outcome in schizophrenia.Relationship between predictor and outcome variables: A report on WHO pilot study on schizophrenia. Arc Gen Psychiatry, vol. 31; pg 37-42. 1974. Disponívelem: . Acesso em 20 jan 2020

STRAUSS, AL; CORBIN, JM. Basics of qualitative research (Vol. 15). Newbury Park, CA: Sage, 1990.

TIDERINGTON E.. “We Always Think You’re Here Permanently”: The Paradox of “Permanent” Housing and Other Barriers to Recovery-Oriented Practice in Supportive Housing Services. Adm. and Pol. in Mental Health and Mental Health Serv. Res., vol. 44, pg 103–114, 2017.

TONDORA, J; MILLER, R; SLADE, M; DAVIDSON, L. Partnering for recovery in mental health: a practical guide to person-centered planning. Hoboken, New Jersey: John Willey, 2014.

TSAI, J; SALYERS, M. Recovery orientation in hospital and community settings. Journal of Behavioral Health Services & Research, 37, 385–399. 2010.

WHITE, WL. Contrasting perspectives on recovery: an interview with Larry Davidson, PhD, New Haven, Connecticut: Department of Psychiatry, Yale University School of Medicine. 2013. Disponível em: <http://www.williamwhitepapers.com/pr/2013%20Dr.%20Larry%20Davidson%20Interview.pdf>. Acesso em 30 ago 2020

WHITTEMORE R; KNAFL K. The integrative review: updated methodology. Journal of Advanced Nursing, vol. 52, pg 546– 553, 2005.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Mental Health Action Plan 2013-2020.Geneva: WHO Document Production Services. 2013. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/89966/9789241506021_eng.pdf;jsessionid=A55CC3124E50673485D17CC18A81EF8C?sequence=1>. Acesso em: 12 abr. 2020.

Barra lateral de artigos

Conteúdo do artigo principal