Compreensões do conceito de informação: traduzindo inscrições de especialistas à luz da epistemologia política de Bruno Latour
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2023.e93547Palavras-chave:
Epistemologia, Ciência da Informação, Conceito de Informação, Cientistas da Informação, Bruno LatourResumo
Objetivo: Aborda compreensões de cientistas da informação acerca do conceito de informação. Especificamente, discute inscrições desses especialistas à luz da epistemologia política de Bruno Latour.
Método: Sob abordagem metodológica da semiótica material, utiliza a noção de “inscrição” e o procedimento de “tradução” para fins de descrição e análise bibliográficas das inscrições de especialistas estrangeiros e brasileiros via questionário.
Resultado: Constata diferentes redes semiótico-materiais que compreendem o conceito de informação. Dentre outras, compreende-o como multifacetado e polissêmico, partilham conceituações próprias e outras que utilizam a própria literatura para tal conceituação.
Conclusões: A construção dessas redes semiótico-materiais que compreendem o conceito de informação por meio de Bruno Latour permite apreender as relações entre saberes e interesses contraditórios do conhecimento científico, enquanto processos de identificação e diferenciação político-epistemológicos, para além de qualquer purificação disciplinar objetivista via epistemologia informacional ou epistemologia ciência da informação.
Downloads
Referências
ALVARADO-URBIZAGASTEGUI, R.; OLIVEIRA, M. A comunidade científica da biblioteconomia e ciência da informação brasileira. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 18, n. 1, 2008. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/92897. Acesso em: 21 dez. 2022.
ALVARENGA, L. Bibliometria e arqueologia do saber de Michel Foucault: traços de identidade teórico-metodológica. Ciência da Informação, Brasília, v. 27, n. 3, p. 253-261, 1998. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0100-19651998000300002. Acesso em: 1 dez. 2022.
BORKO, H. Information Science: What Is It? American Documentation, [s. l.], p. 3-5, 1968. Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/EdbertoFerneda/k---artigo-01.pdf. Acesso em: 17 nov. 2022.
CAPURRO, R. Information: Ein Beitrag zur etymologischen und ideengeschichtlichen Begründung des Informations-begriffs. Müchen: Saur, 1978. Disponível em: http://www.capurro.de/information.html. Acesso em: 21 set. 2022.
CAPURRO, R.; HJØRLAND, B. The Concept of Information. Annual Review of Information Science and Technology, [s.l.], v. 37, section 4, p. 343-411, 2003. Disponível em: http://www.capurro.de/Capurro_Hjoerland.pdf. Acesso em: 22 mar. 2022.
CUNHA, F.; FÉLIX, M. O conceito de informação na ciência contemporânea: coloquios filosoficos internacionais de Royaumont. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. 221 p. v. 2. [Série ciência e informação]. [Coloquios Filosóficos Internacionais de Royaumont].
DAY, R. The modern invention of information: discourse, history, and power. [s.l.]: Southern Illinois University Press, 2001.
FRANCELIN, M. M. Epistemologia da Ciência da Informação: evolução da pesquisa e suas bases referenciais. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 23, n. 3, p. 89-103, jul. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pci/a/LNf9PZshWv9HhXWzFwGKN9k#. Acesso em: 8 set. 2023.
GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M. N. A informação: dos estoques às redes. Ciência da Informação, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 1-11, 1995. Disponível em: http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/611. Acesso em: 25 jul. 2022.
GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M. N. O objeto de estudo da Ciência da Informação: paradoxos e desafios. Ciência da Informação, Brasília, v. 19, n. 2, p. 117-22, jul./dez. 1990. Disponível em: https://revista.ibict.br/ciinf/article/view/332. Acesso em: 18 out. 2022.
HARTLEY, R. Transmission Information. Bell System Technical Journal, v. 7, n. 3, p. 535-563, 1928.
LATOUR, B. A esperança de Pandora: ensaio sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru: EDUSC, 2001.
LATOUR, B. Politicas da natureza: como fazer ciência na democracia. Bauru, SP: EDUSC, 2004a.
LATOUR, B. Redes que a razão desconhece: laboratórios, bibliotecas, coleções. In: PARENTE, André (org.). Tramas da rede: novas dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2004b. p. 39–63.
LATOUR, B. Reagregando o social: uma introdução à Teoria do Ator-Rede. Salvador; São Paulo: Edfuba; Edusc, 2012.
LATOUR, B. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)tiches. Bauru; São Paulo: EDUSC, 2002.
LATOUR, B; BASTIDE, F. Writing Science - Fact and Fiction: the analysis ofthe processo/reality construction through the application of socio-semiotic methods to scientific texts. In: CALLON, Michel; LAW, John; RIP, Arie (eds.). Mapping the dynamicsofscience and technology: sociology of science in the real world. London: Palgrave Macmillan, 1986. Cap. 4, p. 51-66.
LAW, J. Material Semiotics. Heterogeneities, [s. l.], p. 1-19, 2019. Disponível em: www.heterogeneities.net/publications/Law2019MaterialSemiotics.pdf. Acesso em: 4 abr. 2022.
ORTEGA, C. D. Relações históricas entre Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação. DataGamaZero, Rio de Janeiro, v. 5, n. 5, p. 16, 2004. Disponível em: http://www.brapci.inf.br/index.php/article/view/0000002048/e908b9a74b0fb8f5aff3bd1881eec6b2/. Acesso em: 27 jul. 2022.
SERRES, M. Theory of the Quasi-Object. In: SERRES, Michel. The Parasite. London: Johns Hopkins University Press, 1982. Cap. 4, p. 224–234.
SALDANHA, G. S. Ciência da Informação: crítica epistemológica e historiográfica. Rio de Janeiro: IBICT, 2020.
SILVA, Tiago José da; FREIRE, Isa Maria (org.). Epistemologia e historiografia na ciência da informação. João Pessoa: Editora UFPB, 2020.
SHANNON, E. C. A Mathematical Theory of Communication. System Technical Journal, [s.l.], v. 27, p. 1-55, jul. 1948. Disponível em: https://people.math.harvard.edu/~ctm/home/text/others/shannon/entropy/entropy.pdf. Acesso em: 18 jan. 2023.
SOUZA, Edivanio Duarte De. A Epistemologia Interdisciplinar na Ciência da Informação: dos indícios aos efeitos de sentido na consolidação do campo disciplinar. 2011. 346 f. Tese (Dourado em Ciência da Informação) - Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação, Belo Horizonte, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/ECID-8P2JNH. Acesso em: 27 jul. 2021.
STENGERS, I. A invenção das ciências modernas. São Paulo: Ed. 34, 2002.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Zayr Claudio, Marlene Oliveira Teixeira de Melo
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O autor deve garantir:
- que haja um consenso completo de todos os coautores em aprovar a versão final do documento e sua submissão para publicação.
- que seu trabalho é original, e se o trabalho e/ou palavras de outras pessoas foram utilizados, estas foram devidamente reconhecidas.
Plágio em todas as suas formas constituem um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. Encontros Bibli reserva-se o direito de usar software ou quaisquer outros métodos de detecção de plágio.
Todas as submissões recebidas para avaliação na revista Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação passam por identificação de plágio e autoplágio. Plágios identificados em manuscritos durante o processo de avaliação acarretarão no arquivamento da submissão. No caso de identificação de plágio em um manuscrito publicado na revista, o Editor Chefe conduzirá uma investigação preliminar e, caso necessário, fará a retratação.
Esta revista, seguindo as recomendações do movimento de Acesso Aberto, proporciona seu conteúdo em Full Open Access. Assim os autores conservam todos seus direitos permitindo que a Encontros Bibli possa publicar seus artigos e disponibilizar pra toda a comunidade.
Os conteúdos de Encontros Bibli estão licenciados sob uma Licença Creative Commons 4.0 by.
Qualquer usuário tem direito de:
- Compartilhar — copiar, baixar, imprimir ou redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.