Autorrastreamento de exercícios físicos: prática de dados na plataforma Strava

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2023.e94307

Palavras-chave:

Autorrastreamento, Strava, Pr, Educa

Resumo

Neste artigo problematizamos a instauração de práticas de dados pela plataforma digital de monitoração de atividades físicas Strava identificando como essas ações são estruturadas na/pela plataforma e assumem valia para a empresa na cultura contemporânea. Para tanto, nos valemos dos documentos oficiais da Strava para proceder a uma analise descritiva baseada em um protocolo de codificação focada mediada no software ATLAS.ti. Nossos resultados foram discutidos a partir de uma perspectiva sociomaterialista e consideraram aspectos emergentes da associação usuário-Strava. Destacamos que o aceite dos Termos de Serviço e da Política de Privacidade da Strava tem como principal desdobramento a captura de qualquer conteúdo e rastro digital gerados pelo usuário e de suas atividades físicas, o que constitui objeto de interesse a ser monetizado pela empresa.

Biografia do Autor

Marcio Roberto de Lima, UFSJ

Marcio Roberto de Lima Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professor da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) em seu Departamento de Ciências da Educação (Deced).

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Publicado

2023-11-13

Como Citar

Lima, M. R. de. (2023). Autorrastreamento de exercícios físicos: prática de dados na plataforma Strava. Motrivivência, 35(66), 1–18. https://doi.org/10.5007/2175-8042.2023.e94307

Edição

Seção

Artigos Originais