Havemos de ser atendidos em nossos direitos, uma vez que servimos para votantes e soldados, não obstante a nossa cor: associativismo negro, direitos e cidadania (a Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora, Porto Alegre, séc. XIX)
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2019.e66929Resumo
Tomando a noção de racialização como o gerenciamento cotidiano, político e identitário, dos pertencimentos étnico-raciais, pretendemos analisar o associativismo negro, ainda no período escravista, através da Sociedade Beneficente Cultural Floresta Autora. Essa entidade foi criada na cidade de Porto Alegre, capital da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, em 1872, e ainda não conhecemos detalhadamente os seus integrantes. Portanto, o artigo almeja verticalizar o estudo dessa associação montando pequenas trajetórias de alguns de seus promotores e, através de um documento judiciário, especular sobre as motivações desse jovens negros para o investimento nessa forma de representação coletiva. Ao acessar a justiça pedindo reparação das ofensas recebidas, os músicos negros do Floresta Aurora nos ajudam a pensar a agenda de suas reivindicações políticas e morais.
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