Uma lei para os libertos: recrutamentos e território quilombola no Recôncavo da Bahia, 1800-1860
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2019.e66922Resumo
Este artigo analisa a ação repressiva das autoridades coloniais e provinciais sobre os escravos e libertos da Bahia, que viviam nas franjas do condado de Nazaré das Farinhas, na primeira metade do século XIX. Também são analisadas as diferentes estratégias levadas a cabo por homens livres para burlar o recrutamento militar, especialmente a formação de quilombos e a construção de territórios negros. O estudo enfatiza o movimento de escravos fugitivos que estavam tentando sobreviver nas cidades e nos distritos da região, as revoltas que protagonizaram e sua relação com a comunidade de homens livres suspeitos. Além do uso de uma bibliografia atualizada, a pesquisa se baseou em documentos expedidos pelos Juízes de Paz, os censos do governo da Capitania, relatos de viajantes, correspondências da Presidência da Província e municipais, ordenanças, acordos e regulamentos do período colonial, processos criminais, assentamentos em livro batismal e documentos emitidos pela polícia da época.
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