Uma "revolução" dos retirantes: a greve dos operários da Estrada de Ferro de Baturité na seca de 1888

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DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2020.e74739%20%20

Resumo

O texto discute os conflitos ocorridos durante a greve dos construtores da via férrea na cidade de Baturité em 1° de outubro de 1888, em um ano de seca. Modalidade de luta consagrada da classe operária, a greve inseria-se na trajetória dos trabalhadores engajados nas obras de socorros públicos, acionadas durante as secas como uma forma encontrada pelos retirantes para pressionar engenheiros e agentes do governo. Analisar a greve dos operários do prolongamento da Estrada de Ferro de Baturité na seca de 1888 no contexto de sua formação de classe é a principal intenção do presente artigo.

Biografia do Autor

Tyrone Apollo Pontes Cândido, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Curso de História da Universidade Estadual do Ceará, Campus de Quixadá

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Publicado

2020-12-02

Como Citar

CÂNDIDO, Tyrone Apollo Pontes. Uma "revolução" dos retirantes: a greve dos operários da Estrada de Ferro de Baturité na seca de 1888. Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 12, p. 1–15, 2020. DOI: 10.5007/1984-9222.2020.e74739 . Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/74739. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

D2 "Trabalhadores de construção: por estradas, ferrovias, açudes e outras obras"