Os oficiais índios e a mão de obra indígena livre na Amazônia colonial (1700-1798)
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2017v9n17p13Resumen
O presente artigo pretende entender o recrudescimento do oficialato indígena (principais, oficiais militares e oficiais das câmaras municipais) na capitania do Pará durante a segunda metade do século XVIII (1750-1798). Por meio da análise de documentação diversa, especialmente as cartas patentes dos oficiais e os requerimentos pela confirmação régia desses diplomas legais, pretendemos identificar os requisitos necessários à eleição de um oficial indígena. A partir dessas informações, verificaremos que a mediação entre as expectativas dos índios moradores das povoações pombalinas (antigos aldeamentos missionários) e as demandas coloniais (mão de obra indígena) eram elementos essenciais para a nomeação de um oficial. Em relação ao último aspecto, ao lado da mobilização de contingentes indígenas às guerras, o manejo da mão de obra indígena livre por parte das lideranças indígenas era item essencial para a sua nomeação como oficial.
Citas
ALMEIDA, Regina Celestino. Metamorfoses indígenas. Identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001.
BEOZZO, José Oscar. Leis e Regimentos das Missões. Política indigenista no Brasil. São Paulo: Edições Loyola, 1983.
CARVALHO Jr., Almir Diniz de. "Índios cristãos. A conversão dos gentios na Amazônia Portuguesa (1653-1769)". (Tese de Doutorado, Universidade de Campinas, 2005).
COELHO, Mauro César. "Do sertão para o mar. Um estudo sobre a experiência portuguesa na América: o caso do Diretório dos Índios". (Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, 2005).
CUNHA, Mafalda Soares da; MONTEIRO, Nuno Gonçalo. "Governadores e capitães-mores do império atlântico português nos séculos XVII e XVIII". In: MONTEIRO, Nuno Gonçalo; CARDIM, Pedro; CUNHA, Mafalda Soares da (Orgs.). Optma Pars. Elites Ibero-Americanas do Antigo Regime. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005.
DOMINGUES, Ângela. Quando os índios eram vassalos. Colonização e relações de poder no norte do Brasil na segunda metade do século XVIII. Lisboa: CNCDP, 2000.
FARAGE, Nádia. As muralhas dos Sertões. Os povos indígenas do Rio Branco e a colonização. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
FERNANDES, Florestan. A organização social dos Tupinambás. São Paulo: Instituto Progresso Editorial, 1948.
MELLO, Cristiane Figueiredo de. Forças militares no Brasil colonial. Rio de Janeiro: E-Papers, 2009.
MONTEIRO, Nuno. "Poder senhorial, estatuto nobiliárquico e aristocracia". In: HESPANHA, António (coord.). História de Portugal: o Antigo Regime, vol. 4. Lisboa: Editorial Estampa, 1998.
NEVES, Eduardo Góes. Arqueologia da Amazônia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
NORONHA, José Monteiro. "Roteiro da viagem do Pará até a última povoação do Rio Negro". Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, vol. 147, n. 353, 1986.
PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. Colônia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 [1942].
RAMINELLI, Ronald. "Índios cavaleiros das ordens militares, 1571-1721". In: FERNANDES, Isabel Cristina Ferreira (Coord.). As Ordens Militares. Freires, Guerreiros, Cavaleiros. Actas do VI Encontro sobre Ordens Militares, vol. 2, GEsOs/Município de Palmela, 2012.
RAMINELLI, Ronald. "Honras e malogros: trajetória da família Camarão, 1630-1730". In: VAINFAS, Ronaldo; MONTEIRO, Rodrigo. Império de várias faces. Relações de poder no mundo Ibérico da Época Moderna. São Paulo: Alameda, 2009.
ROCHA, Rafael Ale. "Câmaras municipais e ordenanças no Estado do Maranhão e Grão-Pará: constituição de uma elite de poder na Amazônia seiscentista". História Revista, Goiânia, v. 21, n. 1, p. 92-113, jan./abr., 2016.
ROCHA, Rafael Ale. "A elite militar no Estado do Maranhão: poder, hierarquia e comunidades indígenas". (Tese de Doutorado, Universidade Federal Fluminense, 2013).
SAMPAIO, Patrícia. Espelhos partidos. Etnia, legislação e desigualdade na colônia. Manaus: EDUA, 2012.
SOMMER, Barbara A. "Negotiated Settlements: Native Amazonians and Portuguese Policy in Pará, Brazil, 1758-1798". (PhD Thesis in History, University of New Mexico).
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores ceden a la Revista Mundos del Trabajo los derechos exclusivos de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licencia Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International. Esta licencia permite que terceros remueven, adapten y creen a partir del trabajo publicado, asignando el debido crédito de autoría y publicación inicial en este periódico. Los autores tienen autorización para asumir contratos adicionales por separado, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en este periódico (por ejemplo, publicar en repositorio institucional, en sitio personal, publicar una traducción, o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en este periódico.