As guardiãs da saúde: representações e características socioculturais de enfermeiras domésticas do Rio de Janeiro, 1880-1910

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2020.e75177

Resumo

O objetivo deste artigo é descrever e analisar as representação e as características socioculturais das mulheres que trabalhavam como enfermeiras em domicílios, hospitais e asilos na cidade do Rio de Janeiro no final do século 19 e início do século 20. Conforme apresentadas em anúncios matéria de oferta e de procura de serviços de enfermagem publicados, entre 1880 e 1910, no conhecido diário carioca o Jornal do Commercio.

Biografia do Autor

Luiz Otávio Ferreira, Fundação Oswaldo Cruz - FiocruzUniversidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (1985), mestre em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989) e Doutor em História pela Universidade de São Paulo (1996). Atualmente é pesquisador titular do Departamento de História das Ciências e da Saúde, do qual foi chefe de 2015 a 2018; docente do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, do qual foi coordenador de 2000 a 2005. É também, desde 2012, professor associado do Departamento de Ciências Sociais e Educação da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ? EDU/UERJ. Foi professor e coordenador de graduação do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio (1986-1991); professor e coordenador de pós-graduação lato senso da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense ? FEBF/UERJ (1990-2011). Desenvolve pesquisa, publica e orienta regularmente nas seguintes áreas e temas: história das ciências. história das profissões científicas de saúde (engenharia, medicina e enfermagem); história da assistência e pobreza; gênero, ciências e educação.

Referências

ARAÚJO, Rosa Maria Barboza. A vocação do prazer: a cidade e a família no Rio de Janeiro republicano. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.

DA SILVA, Maria Beatriz Nizza. A mulher no contexto da imigração portuguesa no Brasil. Análise social, v. 22, n. 92/93, p. 653-659, 1986.

EL-KAREH, Almir Chaiban. Famílias adotivas, amas-de-leite, e amas-secas e o comercio de leite materno e de carinho na Corte do Rio de Janeiro. Gênero, v. 4, n. 2, p. 9-30, 2004.

GRAHAM, Sandra Lauderdale. Proteção e obediência: criadas e seus patrões no Rio de Janeira, 1860-1910. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

LOBO, Eulalia Maria Lahmeyer et al. Estudo das categorias socioprofissionais, dos salários e do custo da alimentação no Rio de Janeiro de 1820 a 1930. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 27, n. 4, p. 129-176, 1973.

MACHADO, Maria Helena P. T. Entre dois Beneditos: história de amas de leite no ocaso da escravidão. In: XAVIER, Giovana, FARIAS, Juliana Barreto, GOMES, Flavio dos Santos (org.). Mulheres negras no Brasil escravista e do pós-emancipação. São Paulo: Selo Negro, 2012. p. 199-213.

MARTINS, Bárbara Canedo R. Reconstruindo a memória de um ofício: as amas de leite no mercado de trabalho urbano do Rio de Janeiro (1820-1880). Revista de História Comparada, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 138-167, 2002.

MOTT, Maria Lúcia. Revendo a história da enfermagem em São Paulo (1890-1920). Cadernos Pagu, Campinas, v. 13, n. 1, p. 327-355, 1999.

MOTT, Maria Lúcia; OGUISSO, Taka. Discutindo os primórdios do ensino de enfermagem no Brasil: o Curso de Enfermagem da Policlínica de Botafogo (1917-1920). Revista Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 82-92, 2003.

MOTT, Maria Lúcia; TSUNECHIRO, Maria Alice. Os cursos de enfermagem da Cruz Vermelha Brasileira e o início da enfermagem profissional no Brasil. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 55, n. 5, p. 592-599, 2002.

PEÇANHA, Natália Batista. O Serviço doméstico e o mundo do trabalho carioca: uma análise das relações de trabalho de criadas nacionais e estrangeiras na passagem do século XIX para o XX. Maracanan, Rio de Janeiro, n. 21, p. 11-28, 2019.

RONCADOR, Sonia. O demônio familiar: lavadeiras, amas-de-leite e criadas na narrativa de Júlia Lopes de Almeida. Luso-Brazilian Review, Madison, v. 44, n. 1, p. 94-119, 2007.

SAMARA. Eni Mesquita. Mão-de-obra feminina, oportunidades e mercado de trabalho, no Brasil do século XIX. In: SAMARA, Eni Mesquita (org.). As ideias e os números do gênero: Argentina, Brasil e Chile no século XIX. São Paulo: Editora HICITEC, 1997.

SANTOS, Getúlio F. Livro do enfermeiro e da enfermeira: para uso dos que se destinam à profissão das pessoas que cuidam de enfermos. Rio de Janeiro: Typ. Do Jornal do Commercio, de Rodrigues & C., 1916.

SCHWARCZ, Lilia Mortiz. Retrato em branco e negro: jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século XIX. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

SIQUEIRA GONÇALVES, Monique de. Pelas ruas da cidade: Mendicidade, vadiagem e loucura na corte imperial (1850-1889). Tempos Históricos, v. 20, n. 1, p. 154-188, 2016.

SOUZA, Maria Lucia de Barros Mott. Parto, parteiras, parturientes: Mme. Durocher e sua época. 1998. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 1998.

TELLES, Lorena Féres da Silva. Libertas entre sobrados: mulheres negras e trabalho doméstico em São Paulo (1880-1920). São Paulo: Alameda, 2013.

Downloads

Publicado

2020-11-09

Como Citar

FERREIRA, Luiz Otávio. As guardiãs da saúde: representações e características socioculturais de enfermeiras domésticas do Rio de Janeiro, 1880-1910. Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 12, p. 1–17, 2020. DOI: 10.5007/1984-9222.2020.e75177. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/75177. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

D1 "Os mundos do trabalho e suas interfaces com a ciência, a saúde e a doença”