Reivindicar e resistir: conflitos coletivos de trabalho de Juiz de Fora (MG) na Justiça do Trabalho durante a ditadura brasileira (1964-1974)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2021.e75656

Resumo

Este artigo trata do uso da Justiça do Trabalho pelos trabalhadores da cidade de Juiz de Fora (MG) e suas representações sindicais durante a ditadura militar brasileira. Busca-se compreender o ato de reivindicar por direitos dentro dos tribunais trabalhistas como uma forma de ação e resistência da classe trabalhadora frente às políticas autoritárias da ditadura. Neste sentido, foram utilizados como fontes documentais os processos coletivos de trabalho julgados pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT3) entre os anos de 1964 e 1974, período em que por muito tempo a produção acadêmica dedicada aos mundos dos trabalhadores vinculou uma imagem de passividade e subordinação à classe trabalhadora. Dentro desse espectro, o instrumento do poder normativo torna-se fundamental para se pensar em como se deu a acolhida das demandas trabalhistas pelo TRT3.

Biografia do Autor

Paulo Henrique Silveira Damião, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Mestre em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

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Publicado

2021-03-01

Como Citar

DAMIÃO, Paulo Henrique Silveira. Reivindicar e resistir: conflitos coletivos de trabalho de Juiz de Fora (MG) na Justiça do Trabalho durante a ditadura brasileira (1964-1974). Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 13, p. 1–25, 2021. DOI: 10.5007/1984-9222.2021.e75656. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/75656. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos