O estágio não-obrigatório no curso de pedagogia: contribuições formativas e contradições presentes
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2025.e100648Palavras-chave:
Estágio não-obrigatório, Pedagogia, Formação de professoresResumo
Este artigo tem por objetivo compreender as vivências do estágio curricular não-obrigatório como espaço formativo para as/os futuras/os pedagogas/os, por meio das reflexões apresentadas pelas/os estudantes do curso de Pedagogia, buscando evidenciar suas contribuições e contradições. A pesquisa, de caráter qualitativo, apresenta considerações da literatura sobre os aspectos formativos e ponderações de estudantes de uma universidade pública estadual do norte do Paraná, sobre as experiências vividas durante o estágio não-obrigatório a partir de um questionário semiestruturado. Os resultados, organizados a partir das categorias (a) razões e motivações para a vivência do estágio não-obrigatório; (b) vantagens e pontos positivos gerados pela vivência; e (c) desafios e pontos negativos gerados pela vivência, apontam que, para as/os estagiárias/os, as contribuições desta modalidade de estágio incluem reconhecer-se em atuação, o aprimoramento de habilidades, a imersão por mais tempo no ambiente escolar, a possibilidade de inserir-se futuramente no mercado de trabalho e a remuneração temporária, que colabora para a permanência na universidade. Como contradições, ressaltam o desvio de funções, o acúmulo de demandas do estágio e da universidade e a baixa remuneração, sendo esses os aspectos que também permeiam essas experiências. Outrossim, a pesquisa aponta a necessária definição, por meio de legislação pertinente, das ações esperadas de estagiárias/os em campo, tendo em vista preservar o caráter verdadeiramente educativo dessas vivências, bem como qual o impacto do estágio não-obrigatório – e das múltiplas funções que os estudantes assumem – na desvalorização e supressão de espaços de atuação para profissionais já habilitados à docência.
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