Educação, infância e escola: a civilização da criança
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2019.e54108Resumo
Este texto busca entender o processo de construção do conceito de infância numa perspectiva sociológica e histórica, uma vez que a ideia de infância que se desenvolveu e que chegou até nossos tempos não exprime seu fundamento histórico, tendo como consequência a dissimulação das dimensões social e política das relações entre a criança, o adulto, a sociedade e do próprio processo formativo. Diante disso, alguns questionamentos são feitos: quais são as bases históricas e sociais de tais relações? Qual o sentido e significado da infância? E qual é o estatuto epistemológico do conceito de infância? Sendo assim, analisar as transformações sociais, políticas e culturais denominadas por Norbert Elias como processo civilizador, tendo como pressuposto que a infância é construção histórica definida pela condição social de ser criança e não um fato natural, pode contribuir para superação do problema da naturalização/desnaturalização da infância e compreender o surgimento desta e dos modos como as relações entre adultos e crianças se estabeleceram ao longo da história. Para este autor, a infância é um curto período de tempo onde a criança deverá aprender aquilo que a sociedade levou séculos para internalizar. Desse modo, a civilização das crianças é a sua educação para autorregulação que deve se realizar na escola.
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