Jogo limpo na construção do currículo de aprendizagem de inglês?
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e65962Resumo
Nesse texto de pesquisa narrativa, narro e componho sentidos de minhas experiências docentes, norteadas pelo uso de jogos digitais e não digitais e permeadas de tensões, incertezas e aprendizagem. Sigo os pressupostos da Pesquisa Narrativa segundo Clandinin e Connelly (2000), que propõem que a narrativa seja ao mesmo tempo o método de pesquisa e o fenômeno pesquisado. As histórias que narro se referem àquelas vividas com estudantes de duas turmas de língua inglesa, que cursavam o centro de idiomas em um Instituto Federal. Para o desenho do currículo do curso, questionei a narrativa dominante do uso de livro didático de renome internacional e planejei a integração de premissas de gamificação e de jogos, no intuito de propiciar engajamento de meus alunos. Mesmo ciente de que estava entrando em campo no entremeio e de que deveria considerar meu conhecimento prático-pessoal e prático-profissional, surpreendi-me quando desempacotei algumas histórias de competição narradas. Busquei subsídios teóricos acerca de currículo e de jogos para compor sentidos das tensões ao negociar o currículo que estava construindo na paisagem de conhecimento profissional. Ao viver dilemas ontológicos, epistemológicos e metodológicos, compreendi como algumas práticas docentes adotadas foram contra o que compreendo como jogo limpo na educação e lancei um novo olhar sobre o conceito de competição.Referências
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