A dinamicidade do livro de literatura infantil: inovações poéticas e deslocamentos

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar como os aspectos gráficos dos livros permitem deslocamentos que ampliam as possibilidades de leitura, problematizando como eles interferem na recepção da obra. Lida-se com a hipótese de que os elementos gráficos traduzidos como layout (as ilustrações, as linhas, os espaços vazios e ocupados, as cores, as letras e a diversificação maiúscula, minúscula, como também a espessura) expandem o potencial da escrita e tendem a multiplicar sentidos, imprimem dinamicidade, interatividade, multilinearidade ao texto e oferecem ao leitor percursos variados de leitura. Esta pesquisa trata de uma análise bibliográfica de abordagem qualitativa. No que diz respeito aos procedimentos metodológicos, estabeleceu-se um estudo dos aspectos gráficos segundo Gomes Filho, Araújo, Camargo, Ramos e Nunes. As discussões acerca dos deslocamentos têm como fundamento os estudos de Barthes. Como resultado, indica-se que os dois livros analisados Os lobos dentro das paredes, de Neil Gaiman, e O menino que vendia palavras, de Ignácio de Loyola Brandão, promovem um diálogo entre o texto verbal e os vários elementos que compõem o layout, auxiliando na valorização do livro como objeto artístico. Por meio das inovações gráficas, o conjunto de elementos utilizados gera inovações poéticas vibrantes que marcam uma revolução na concepção de livro infantil e uma mutação na leitura.