Educação estética na formação continuada de professores do ensino superior
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2025.e95415Palavras-chave:
Formação continuada de professores., Educação estética., Ensino superior.Resumo
Esta pesquisa tem como tema a formação docente e como objetivo discutir como um programa de formação continuada repercute na educação estética dos professores do ensino superior. Definimos como metodologia a pesquisa qualitativa documental, com método de análise de conteúdo (Franco, 2005), o qual permite uma abordagem que se centra na mensagem verbal, gestual, fotográfica, entre outras, diretamente percebida ou não. Os documentos analisados foram: a) vídeos produzidos para as Trilhas Formativas Digitais Assíncronas de um Programa de Formação Continuada de uma universidade do Sul do Brasil; b) relatos redigidos pelos professores participantes das Trilhas de Educação Estética, disponíveis nos fóruns de discussão no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Instituição de Ensino Superior que é foco desta pesquisa. Como resultados, sinalizamos que um programa repercute na educação estética dos professores quando oferece oportunidades de eles desenvolverem o impulso lúdico pela apreciação e reflexão do objeto estético e artístico, movimento que reverbera na sua vida pessoal e na prática pedagógica. Pelas narrativas dos docentes, constatamos que eles refletiram sobre si e sobre a complexidade dessa profissão, compreendendo que o domínio do conteúdo já não é suficiente para a formação dos sujeitos que a sociedade exige. Por isso, um Programa de Formação Continuada deveria favorecer, além dos saberes pedagógicos, também os saberes de ordem estética, pois, a partir da integração entre os conhecimentos inteligíveis e estéticos, oportunizar-se-á o pensamento com autonomia, com liberdade de escolha, criticidade, uma visão de mundo ampliada que os mobiliza a estarem mais sensíveis aos desafios da sala de aula.
Referências
ARROYO, Miguel González. Uma celebração da colheita. In: TEIXEIRA, Inês Assunção de Castro; LOPES, José de Souza Miguel (org.). A escola vai ao cinema. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. p. 125-133.
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
BARBOSA NETO, Viana Patricio; COSTA, Maria da Conceição. Saberes docentes: entre concepções e categorizações. Tópicos Educacionais, Recife, v. 22, n. 2, p. 76-99, 2016.
BITTENCOURT, Eliane de Oliveira. A educação estética na formação de professores da educação básica. Orientadora: Mônica Zewe Uriarte, 2021. 199 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2021.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
DUARTE JR., João Francisco. O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível. 5. ed. Curitiba: Criar Edições, 2010.
FAVERE, Juliana de; CERVI, Gicele Maria. Formação docente na contemporaneidade: uma experiência de trabalho em redes de ensino. Revista Educação e Cultura Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 13, n. 30, p. 109-129, 2016. DOI: https://doi.org/10.5935/2238-1279.20160006
FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
FRANCO, Maria Laura Puglisi Barbosa. Análise de Conteúdo. 2. ed. Brasília: Liber Livro Editora, 2005.
GALLO, Elisa de Araújo. A construção da profissionalidade docente dos licenciandos em Biologia, Física e Química: mediação, saberes pedagógicos e lúdico-sensíveis. Orientadora: Cristina Maria D’Ávila, 2014. 190 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.
GOERGEN, Pedro L. Competências docentes na educação do futuro: anotações sobre a formação de professores. Nuances, Presidente Prudente, v. VI, p. 1-9, out. 2000.
HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Tradução: Marcia S. C. Schuback. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2015.
JUNGES, Kelen dos Santos; BEHRENS, Marilda Aparecida. Prática docente no Ensino Superior: a formação pedagógica como mobilizadora de mudança. Perspectiva, Florianópolis, v. 33, n. 1, 285-317, jan./abr. 2015. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-795X.2015v33n1p285
LARROSA, Jorge. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
NEITZEL, Adair de Aguiar; ALVES, Maria Paula. Grande Sertão: Veredas - estudos sobre educação estética. Revista Antares: Letras e Humanidades, Caxias do Sul, v. 14, n. 33, p. 407-433, maio/jul. 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.18226/19844921.v14.n33.16
NEITZEL, Adair de Aguiar; CARVALHO, Carla. A estética na formação de professores. In: NEITZEL, Adair de Aguiar; CARVALHO, Carla (org.). Mediação cultural, formação de leitores e educação estética. Curitiba: CRV, 2016. p. 252-267.
NEITZEL, Adair de Aguiar; PAREJA, Cleide Jussara Muller; SANTOS, Amanda Demétrio dos. A formação inicial do(a) futuro(a) professor(a) de Letras: a mediação de leitura em foco. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos RBEP-INEP, v. 103, p. 160-180, 2022. DOI: https://doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.103i263.4822
PAREJA, Cleide Jussara Müller. A mediação da leitura do literário no Ensino Superior. Orientadora: Adair de Aguiar Neitzel, 2021. 192 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2021.
QUEIRÓS, Bartolomeu Campos. Vermelho amargo. 2. ed. São Paulo: Global, 2017.
RANCIÈRE. Jacques. O espectador emancipado. Tradução: Ivone Benedetti. São Paulo: WMF Martins Fonte, 2012.
REZENDE, Maria Valéria. O vôo da guará vermelha. 2. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 36. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
SCHILLER, Friedrich. Educação estética do homem numa série de cartas. 4. ed. São Paulo: Iluminuras, 2002.
SOUZA, Marco Aurélio de Cruz e. Prefácio. In: STEIL, Isleide; NEITZEL, Adair de Aguiar. Por uma escola que dança. Curitiba: CRV, 2019. p. 9-13.
STEIL, Isleide; NEITZEL, Adair de Aguiar. Por uma escola que dança. Curitiba: CRV, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Aletéia Caroline de Simas Rossi, Adair de Aguiar Neitzel

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o Open Journal Sistem (OJS) assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
A Perspectiva permite que os autores retenham os direitos autorais sem restrições bem como os direitos de publicação. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, solicita-se aos autores informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na revista Perspectiva, bem como citar as referências bibliográficas completas dessa publicação.