Cultura hacker e educação: percepções dos hackers sobre a vivência de elementos de sua cultura nas escolas
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2021.e81052Resumo
Partindo da compreensão de que vivemos em sociedades em que as possibilidades e as opressões, em alguma medida, estão relacionadas às dinâmicas tecnológicas, e conscientes da necessidade de os processos educativos colocarem tais dinâmicas em perspectiva, neste artigo voltamos nosso olhar para os hackers e a percepção que possuem sobre a possibilidade de vivência de elementos da sua cultura nas escolas. Compreender quais elementos da cultura hacker, na percepção dos hackers de distintos movimentos e países, deveriam fazer parte do ambiente escolar é o objetivo principal deste trabalho. Um questionário misto, criado para uma pesquisa mais abrangente, sobre educação hacker e empoderamento, foi distribuído através de diversas listas de e-mail para comunidades de distintas vertentes e países. Neste artigo, focados no objetivo proposto, voltamos nosso olhar à análise de um único item dissertativo desse questionário: ‘De acordo com sua experiência, quais são as características da cultura hacker que podem ser levadas para as escolas ou universidades?’. Foram analisadas as respostas de 64 hackers. Através da construção de uma nuvem de palavras, destacamos os termos mais recorrentes e revisitamos cada uma dessas respostas, buscando aprofundar seus significados e relações, bem como construindo diálogo com um referencial teórico sobre educação hacker e pedagogia crítica. Os resultados revelam cinco aspectos: 1) lógica de compartilhamento aberto; 2) ecossistema comunitário de colaboração; 3) aprendizagem prática, valorizando os erros; 4) valorização das tecnologias livres e problematização das implicações sociais e humanas das tecnologias; e 5) respeito e valorização das curiosidades, somados ao estímulo do pensamento crítico.
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