Do conhecimento clínico ao pedagógico: desafios na identificação das altas habilidades/superdotação
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2023.e93492Palavras-chave:
Saúde mental, Aprendizagem, EstudanteResumo
Nota-se, na literatura nacional e internacional, um desafio constante nos processos educacionais do estudante com altas habilidades/superdotação, referente ao compartilhamento do conhecimento e das informações entre a área clínica e pedagógica. Na identificação e diagnóstico das altas habilidades/superdotação, é preciso um psicodiagnóstico, no intuito de identificar características, potencialidades e necessidades especiais, contudo o diagnóstico não garante a promoção do processo educacional voltado à inclusão e especificidades de aprendizagem. Assim, esta pesquisa teve como objetivo discutir caminhos para compreender o psicodiagnóstico como um recurso de compartilhamento de saberes e de apoio para as ações pedagógicas. Recorreu-se a uma revisão narrativa da literatura com a utilização do software de análise qualitativa QSR NVIVO(r), visando realizar uma análise de conteúdo dos artigos selecionados para compor o estudo. Com a amostra de publicações que integram a revisão narrativa da literatura, observou-se que, no campo das altas habilidades/superdotação, poucos estudos discutem a promoção da saúde mental com base no pós-diagnóstico e o entendimento da subjetividade do sujeito. Notou-se que ainda se mantêm o conhecimento clínico e o conhecimento pedagógico como vertentes diferentes; entretanto, para ocorrer uma compreensão por parte do próprio estudante com altas habilidades/superdotação, é necessário que as dimensões clínica e pedagógica dialoguem de maneira a auxiliar as famílias e os sujeitos envolvidos.
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